Numa pequenina "notícia", sem link disponível, o Público "noticia" o artigo de ontem de Cavaco Silva no Expresso. Chama-lhe "o sinal" e contém duas incorrecções. A primeira, vem logo no "subtítulo" da "notícia" - "Cavaco publica artigo de 2003 sobre presidencialismo". O título do artigo do ex-primeiro-ministro, aliás reproduzido na "notícia", é "novas democracias e semipresidencialismo". Não é preciso saber de ciência política ou de direito constitucional para conhecer a diferença entre "presidencialismo" e "semipresidencialismo". A segunda, consiste em escrever-se que "o ex-primeiro-ministro não defende que "a actividade do Presidente da República deve ser muito limitada" quando, justamente, é o contrário aquilo que ele escreveu: "Mas é importante que a natureza híbrida do sistema não envolva uma partilha do poder executivo entre o Presidente e o primeiro-ministro, contrariamente ao que acontece em França. A actividade executiva do Presidente deve ser muito limitada." Este é apenas um "sinal" do que Cavaco, quando aparecer, pode esperar da pena dos nossos sublimes "jornalistas". É que, logo ao lado, por mero acaso, vem um "subtítulo" sobre um Mário Soares que "assinala qualidades e diferenças em relação a Cavaco Silva", onde se escreve que "o Presidente não governa, exerce uma magistratura de influência e é o garante do normal funcionamento das instituições democráticas". Ou seja, Soares leu correctamente Cavaco Silva. O "jornalista" leu o que quis.
Adenda: O que vale mesmo a pena ler no Público, é o artigo de Ana Sá Lopes, Os Duplos, também sem link disponível. E no Bloguítica, Os Poderes Presidenciais.
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