"Sou tão insociável quanto é possível ser-se" ou "não existe um único problema humano que não pudesse ser resolvido se as pessoas seguissem os meus conselhos". Não, as frases não são minhas. Pertencem a Gore Vidal, uma omnipresença neste blogue, e vêm numa entrevista dada recentemente ao Guardian. Vidal, à beira dos oitenta anos, regressa definitivamente aos Estados Unidos, a Hollywood. Deixa para trás a villa de Ravelo, perto de Nápoles, onde viveu trinta e dois anos, e onde recebeu todo o género de "celebridades". A morte do seu companheiro Howard Austen e as dificuldades de locomoção, não permitem a Vidal permanecer mais tempo em Itália. Depois de cinquenta e cinco anos de vida em comum com Austen, o desaparecimento deste provocou-lhe uma anorexia que durou sensivelmente um ano. Como é que saiu disso, perguntaram-lhe. "Comi qualquer coisa". Apesar do seu "anti-romantismo", a verdade é que Vidal acabou por partilhar a vida inteira com outro homem. "É verdade. Mas sem sexo. Ninguém acredita, nem ninguém consegue entender. O sexo destruiu mais relações do que qualquer outra coisa. A ideia de exclusividade". Segundo a entrevistadora, a idade não modificou excessivamente Gore Vidal. O seu estilo está mais "desagradavelmente claro" do que nunca e a sua visão do mundo permanece inalterada. "Nunca tive uma opinião excessivamente elevada do mundo. O mundo não fez nada para mudar."
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