Às "pinguinhas", a terceira candidatura de M. Soares vai revelando "apoios". E, em cada "apoio" divulgado, pressente-se a natureza "oficiosa" da dita. Como último avatar do "regime" - no sentido de o "deixar estar como está", evitando quaisquer rupturas saudáveis para o "desinfantilizar" e "desenvolver" - a "terceira via" soarista conta naturalmente com os seus mais lídimos representantes. Não podiam, por isso, faltar à chamada o arquitecto Siza Vieira e o Nobel Saramago. Vieira, cujas qualidades profissionais não vêm ao caso, é uma espécie de Duarte Pacheco do "regime" e a maior "vaca sagrada" da arquitectura "institucional" portuguesa. A estética "oficial" dos últimos anos, "transpira" Siza por todos os poros e o "lobby" Siza manda muito no círculo de pequenas vaidades e invejas que constitui o panorama geral da arquitectura lusíada . Ou seja, Sisa é muito mais "político" do que arquitecto, ou melhor, usa, com inteligência e manha, a arquitectura como elemento "político". Seria sempre de "presença obrigatória". Com Saramago não vale a pena perder muito tempo. Apesar do execrável feitio e da insuportável soberba, o país, em 1998, comoveu-se intensamente com a frivolidade do Prémio Nobel. E o homem convenceu-se, para a eternidade, que contava. Bajulá-lo, tornou-se numa parolice trivial e ele deixar-se bajular, numa agradável massagem ao ego. Nenhuma destas duas luminárias acrescenta nada ao que já se conhece da aventura de M. Soares. São, como o próprio M. Soares, apenas previsíveis. Ficam eventualmente bem sentados ao pé do "boneco articulado" do "regime", o andrógino José Castelo Branco. Nada de novo, portanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário