"O sistema semipresidencial, em que o Governo depende não só da confiança do Parlamento mas também da confiança de um Chefe do Estado directamente eleito pelo povo, pode ser mais benéfico para a consolidação da democracia. Mas é importante que a natureza híbrida do sistema não envolva uma partilha do poder executivo entre o Presidente e o primeiro-ministro, contrariamente ao que acontece em França. A actividade executiva do Presidente deve ser muito limitada. Em Portugal, o Presidente da República nomeia o primeiro-ministro, tendo em conta os resultados eleitorais, e pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, depois de ouvido o Conselho de Estado. Os ministros são nomeados pelo Presidente sob proposta do primeiro-ministro. O Governo só está em pleno exercício de funções se o seu programa não for rejeitado pelo Parlamento. O Governo pode ser derrubado pela aprovação de uma moção de censura. O poder de dissolver o Parlamento pertence ao Presidente. O facto de o Presidente ser directamente eleito pelo povo confere-lhe uma especial legitimidade e uma acrescida capacidade de intervenção e influência política, apesar de não dispor de autoridade executiva. O risco de eventuais conflitos entre o Presidente e o Governo afectarem a eficiência e a coerência das políticas não é, normalmente, elevado. O Governo dispõe de amplos poderes de legislar por decreto, mas está sujeito ao controlo político quer do Parlamento, que pode chamar os decretos a ratificação, quer do Presidente que, além do poder de veto, pode pedir a intervenção do Tribunal Constitucional. O sistema semipresidencial pode, portanto, através da acção e influência do chefe de Estado, induzir um desempenho mais eficiente do Governo e maior transparência política, assim como pode estimular o consenso nas decisões e impedir a tentação de um Governo maioritário ignorar a voz dos partidos da oposição e os interesses das minorias. O Presidente da República favorece o equilíbrio do sistema de Governo, facilita a resolução de crises políticas e desempenha um importante papel moderador, contribuindo para reduzir as tensões sociais e para impedir eventuais atitudes extrademocráticas de grupos oposicionistas.(...) O sistema semipresidencial em que o chefe do Estado não dispôe de autoridade executiva, combinado com um método eleitoral proporcional que não dificulte a formação de maiorias parlamentares, parece ser a melhor solução para alcançar os resultados económicos que são essenciais para fortalecer a consolidação das novas democracias"
Aníbal Cavaco Silva, de um artigo publicado no Expresso de 10.9.05, pertencente a um texto apresentado em Setembro de 2003 numa iniciativa do Clube de Madrid. Estamos entendidos?
4 comentários:
Não, não estamos entendidos, porque:
1º Ele pensava assim em 2003, mas pode pensar agora de maneira diferente e, como o homem não fala nem aparece, ninguém sabe o que ele pensa neste momento.
2º Mesmo que, actualmente, pretenda cumprir escrupulosamente a Constituição,também é verdade que este homem não tem nível, nem cultura, nem prestígio internacional para poder ser um bom Presidente da República.
3º Se tivermos o azar de ter de o aturar na Presidência, a única coisa que se vai aproveitar vai ser o chorrilho de anedotas que vai provocar.
4º Tem uma primeira-dama inapresentável! E isso também é importante.
5º Mas não estou muito preocupada, porque acho que ele não vai ganhar. O povo é inteligente.
Cara Clara,
Parece-me que você está um pouco desesperada, não?
Gostava que me respondesse às seguintes questões:
Como se mede o "nível", a cultura ou o prestígio internacional de alguém? Serão esses factores determinantes para um exercício satisfatório do cargo de presidente da República? A importância da "apresentabilidade" da promeira dama é importante para quê? Não vai ter sucesso na imprensa cor-de-rosa, é isso?
Com o devido respeito, o estilo do seu comentário é um indicador objecivo do seu "nível" (leia-se, medíocre).
O nosso déficit não existe!
É tudo treta para nos roubarem. E matarem à fome.
Greenspan's Remarkable 1966 Admission About Gold
- "...This is the shabby secret of the welfare statists' tirades against gold. Deficit spending is simply a scheme for the confiscation of wealth." -
- Rense.com, May 2, 2005 -
(Posted here: May 3, 2005)
Historical Influence of International Bankin
D. Clara,
A sra deve marcar consulta urgente com um psiquiatra tanto mais que os resultados eleitorais podem agravar seriamente a sua paranóia.
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