«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
8.8.11
UM POEMA
OS DIAS DE BRUEGEL
Os campos estão lavrados, mesmo sob a
neve do inverno permanecem
estendem o horizonte de terra fértil e a ave
marinha voa sobre o íris amarelo
estão armados os cavaleiros d’áustria e de
filipe segundo, rei espanhol,
massacram os inocentes, o sentido das vidas
a história de imaginada Flandres
dão o passo sobre a branca paisagem os
caçadores, desliza na água do degelo
uma barca de improviso, mas logo
desce de novo a luz do outono sobre a aldeia e o
silêncio, cor do inverno. (Acontece,
há caminhos mais longos do que
outros. O destino a que
é suposto chegarmos está desenhado à
partida. Desculpa ser tão bruto – o destino,
triunfo da morte.)
João Miguel Fernandes Jorge, Sobre Mármore, Teatro de Vila Real, 2010
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1 comentário:
"A amêndoa do estio consagra a lentidão clara do sossegado desejo de não ser nada." ARR
Caro João Gonçalves,
Numa peça jornalística, reparei que se sentou hoje com a direcção da RTP.
Não lhe invejo a sorte mas, enquanto português e pequenino, também não posso deixar passar em claro a urgência da acção.
Votos de bom trabalho pois.
Paz
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