Na versão de Simon Rattle para o Festival d'Aix-en-Provence, passa às 19.30 no canal Mezzo. Ben Heppner (Siegfried), Gerd Grochowski (Gunther), Mikhail Petrenko (Hagen), Dale Duesing (Alberich), Katarina Dalayman (Brünnhilde), Emma Vetter (Gutrune), Anne Sofie von Otter (Waltraute), Maria Radner (Norn 1), Lilli Paasikivi (Norn 2), Miranda Keys (Norn 3), Anna Siminska (Woglinde), Eva Vogel (Wellgunde), Maria Radner (Flosshilde). Rundfunkchor Berlin, Berliner Philharmoniker. Encenação de Stéphane Braunschweig. Brünnhilde - aqui interpretada pela excelente Dalayman que vi no papel titular de A Valquíria na Ópera da Bastilha -, no Crepúsculo, afirma que toda a gente a traiu. O "saber" que Wotan - o pai, o deus fundador e final - lhe havia outorgado, não serviu de nada num mundo de ganância, de estupidez, de egoísmo e de sofrimento. A sua entrega às chamas devoradoras dos deuses em queda é eloquentemente simbólica depois do assassinato de Siegfried. Tal como a devolução do ouro ao Reno com que termina a longa narrativa do Anel. Afinal, dos acordes finais do Crepúsculo, e já sem deuses ou homens, em plena apoteose vazia, emerge uma esperança - a esperança da serenidade.
2 comentários:
Muito bem. Por acaso já tinha a gravação marcada na minha box. No meu tempo dos festivais de Aix (só fui a dois)ainda se estava sob o signo fundador do Mozart,embora lá tenha visto um notável "Caso Makropolous" do Janacek. Mas Wagner não se esperaria no harmonioso pátio do Arcebispado e nas suaves noites provençais.Aguardemos.
De Deuses e Homens
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