O brinco da tua orelha
Sempre se vai meneando;
Gostava de dar um beijo.
Onde o teu brinco os vai dando.
Tem um topázio doirado
esse brinco de platina;
Um rubi muito encarnado,
e uma outra pedra fina.
O que eu sofro quando o vejo
sempre airoso meneando!
Dava tudo por um beijo
onde o teu brinco os vai dando.
António Botto
3 comentários:
floribundus
disse...
na altura só as mulheres e os piratas usavam brincos. Boto morreu miseravalmente num hospital do Rio em 55. aos 15 anos (1946) achei estranho que o poema estivesse no mesmo volume onde incluia os de elogios aos marujos e fedelhos (nunca dou conselhos). por vezes entre Nisa e Abrantes almoçava na Concavada, sua terra natal.
Tem também um bom estaleiro naval (o maior de Portugal). Bem equipado; dotado de máquinas de corte de chapas de aço por laser - devidamente controladas informaticamente. Tem, infelizmente, demasiadas despesas e ordenados para os tempos canalhas que vivemos. O ex-comentador desportivo Rui Moreira - que se acha superiormente sabedor na matéria - diz que apenas se poderão (os ENVC) dedicar à manutenção naval para sobreviver; e que até isso será difícil (arranjar contratos em número suficiente). É possível. Pena é que Moreira e os 'políticos' não tenham explicado que as boas oportunidades para manter os estaleiros em bom rítmo, e para o fazer saber 'lá fora', tenham sido deitadas ao lixo: enquanto que pinto-de-sousa gastou em média cerca de oitenta (80!) milhões de Euros anuais em propaganda-power-point dedicada a si próprio nos últimos 5 anos, deixaram de ser contruídos para a Marinha os navios de patrulha oceânica em falta; cada unidade estava orçamentada (em 2006) entre 40 a 50 milhões. Se não tivessem sido atirados aos queridos das "agências" estes 400 milhões de "comunicação", as restantes unidades em falta (6) do NPO teriam sido construídas, custando 300 milhões no total. Tinham sido poupados cerca de 100 milhões; talvez até tivesse o navio sido devidamente promovido no exterior - e em tempo útil, antes desta nova crise absurda. Talvez se estivesse a exportar; talvez a manutenção caríssima das velhas corvetas não sangrasse o orçamento de Defesa; talvez o número reduzido de tripulantes dos novos navios permitisse mais uma poupança; talvez os novos motores gastassem menos que os velhos motores das velhas corvetas. Etc, etc. Talvez. Ser pobre sai caro. E ser pobre de espírito na condução de um País ainda mais - ao Povo.
Quanto ao comentário das 11.11: 1)Qualquer poeta ou artista com um mínimo de qualidade pode escrever sobre temas que não sejam da sua imediata ou privilegiada experiência pessoal; 2)Não me consta que o Botto tenha alguma vez assumido a autoria dos versos sobre os "fedelhos",mas posso estar enganado; 3)Nesses versos,o autor diz precisamente que lhes dá conselhos...
3 comentários:
na altura só as mulheres e os piratas usavam brincos.
Boto morreu miseravalmente num hospital do Rio em 55.
aos 15 anos (1946) achei estranho que o poema estivesse no mesmo volume onde incluia os de elogios aos marujos e fedelhos (nunca dou conselhos).
por vezes entre Nisa e Abrantes almoçava na Concavada, sua terra natal.
Tem também um bom estaleiro naval (o maior de Portugal). Bem equipado; dotado de máquinas de corte de chapas de aço por laser - devidamente controladas informaticamente. Tem, infelizmente, demasiadas despesas e ordenados para os tempos canalhas que vivemos. O ex-comentador desportivo Rui Moreira - que se acha superiormente sabedor na matéria - diz que apenas se poderão (os ENVC) dedicar à manutenção naval para sobreviver; e que até isso será difícil (arranjar contratos em número suficiente). É possível. Pena é que Moreira e os 'políticos' não tenham explicado que as boas oportunidades para manter os estaleiros em bom rítmo, e para o fazer saber 'lá fora', tenham sido deitadas ao lixo: enquanto que pinto-de-sousa gastou em média cerca de oitenta (80!) milhões de Euros anuais em propaganda-power-point dedicada a si próprio nos últimos 5 anos, deixaram de ser contruídos para a Marinha os navios de patrulha oceânica em falta; cada unidade estava orçamentada (em 2006) entre 40 a 50 milhões. Se não tivessem sido atirados aos queridos das "agências" estes 400 milhões de "comunicação", as restantes unidades em falta (6) do NPO teriam sido construídas, custando 300 milhões no total. Tinham sido poupados cerca de 100 milhões; talvez até tivesse o navio sido devidamente promovido no exterior - e em tempo útil, antes desta nova crise absurda. Talvez se estivesse a exportar; talvez a manutenção caríssima das velhas corvetas não sangrasse o orçamento de Defesa; talvez o número reduzido de tripulantes dos novos navios permitisse mais uma poupança; talvez os novos motores gastassem menos que os velhos motores das velhas corvetas. Etc, etc. Talvez. Ser pobre sai caro. E ser pobre de espírito na condução de um País ainda mais - ao Povo.
Ass.: Besta Imunda
Quanto ao comentário das 11.11:
1)Qualquer poeta ou artista com um mínimo de qualidade pode escrever sobre temas que não sejam da sua imediata ou privilegiada experiência pessoal;
2)Não me consta que o Botto tenha alguma vez assumido a autoria dos versos sobre os "fedelhos",mas posso estar enganado;
3)Nesses versos,o autor diz precisamente que lhes dá conselhos...
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