Infeliz quem, ao contrário
de Ulisses, volte a casa
e nem sequer um cão, nem
um cão morto sequer, ladre.
Pedro Mexia, Menos por Menos (2011)
Ando para escrever sobre esta poesia que inclui este poema. Mas, se calhar, dizer alguma coisa sobre essa poesia - sobre a poesia - é mais "andar para escrever" e não tanto escrever. É, talvez, o "sob sobre voz" de um título de outro poeta. Isto há-de continuar.
5 comentários:
É discutível. No meu caso, o momento alto do dia é precisamente quando chego a casa e não tenho ninguém para me chatear ou que me obrigue a interagir
Antes sozinho que mal acompanhado
Nem todos tem uma Penelope a espera, é preferivel deambular pelo mediterraneo do que encontrar uma nem bonita nem feia pequeno burguesa suburbana com os horizontes culturais da revista maria.
Muito curioso o post sobre este poema.
Sabe-se que João Gonçalves é amigo de Mexia e que teve um cão que adorava, como todos aqueles que tiveram ou têm um cão.
Em África tínhamos a Zica que dez minutos antes de o meu Pai chegar se colocava em posição de espera. Tenho muitas saudades daquilo tudo.
Os três comentários anteriores apontam para uma gratificação da solidão e do silêncio em contraste com a vida exigente e por vezes brutal de uma grande cidade.
Deve ser um sinal dos tempos.
Nota . Vivo sozinho e gosto.
Como se prova com o caso de Ulisses, há cães na literatura desde que há literatura. É um animal literário porque é próximo dos humanos.
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