17.6.11

A MESA OU A RAZÃO DE PASSOS COELHO


«A mesa de telejornal que a RTP1 andou a passear por Portugal Continental antes das eleições custou, segundo informação que recolhi, 10.000 euros. Tal preciosidade não poderia andar em bolandas, pelo que o transporte da mobília pelo país ficou por 30.000 euros e o passeio do Telejornal terá custado por grosso aos contribuintes uns 200.000 euros. Esta mesa é, pois, uma jóia da Coroa. Deveria passar ao património nacional e expor-se num lugar condigno onde todos a pudéssemos admirar, talvez sobre o tapete defronte do trono no Palácio da Ajuda. Durante semanas, o Telejornal andou pelo país a fazer de lá o que poderia ter feito sem despesa a partir das instalações da RTP em Lisboa ou no Porto. Houve directos diários que pouco ou nada acrescentaram, pois raramente um directo acrescenta uma boa reportagem. Mas é assim a “televisão em movimento”: movimenta-se. Com o preço a que estão o gasóleo e as mesas de telejornal, esta movimentação foi um luxo a que os privados não poderiam recorrer. Graças aos recursos públicos, o operador de serviço público pode sempre concorrer com os privados. Havendo já uma rádio de fados no éter e na Internet, de nome Rádio Amália, não é que a RDP teve agora a ideia genial de fazer uma rádio de fados na Internet? Começou esta semana.»

Eduardo Cintra Torres, Público

9 comentários:

Anónimo disse...

O estúdio da TVI não deve ter custado menos. Os novos inquilinos não podiam trabalhar naquela coisa tão colorida. Mas o melhor é aquela espécie de OVNI pretencisoso-asqueroso que paira por cima do estúdio da RTP.

Anónimo disse...

ECT é lapidar. Mas mesmo superiormente analizada esta epopeia "da mesa" (verdadeiro luxo asiático, digno das deslocações caprichosas de um sultão e do seu mobiliário-fetiche), ele ainda não tem em conta tudo o resto: as deslocações dos carpinteiros, dos electricistas, dos pintores, das anotadoras, das 'assistentes de produção', e depois das respectivas horas extraordinárias ('iguais' às da CP) que esta gente cobra pelo seu insubstituível profissionalismo. De referir também as minis, os garrafões, os chivas e as idas 'da malta' à casa de strip / alterne local (autêntico!) onde cartões-RTP - e de outro tipo - financiam lap-dances, table-dances, private-dances, lesbian-dances e felácio-dances.

Ass.: Besta Imunda

Joana Patrão disse...

Se é para isto que enterramos nosso dinheiro.. privatize-se já!
Que o gastem melhor... já que é tão necessário agora que seja duma vez por todas para o bem do país e não para o bem das elites de sempre!!!!!!!!!1

Anónimo disse...

No texto leio RTp Lisboa e Porto. Onde está o Sul? Porque é que Faro não tem direito a uma delegação da RTP com condições para emitir? Se existem problemas de orçamento, porque é que não é só em Lisboa?
É que ou há moral ou comem todos.
Não percebo realmente a falta de emissões em directo a partir de Faro,já que existem a partir do Porto .

fado alexandrino. disse...

Há sempre uma enorme vontade de dizer mal de tudo.
Pegando na intervençâo anterior eu que vivi na Guarda pergunto:
-Então e o interior, para quando uma delegação na Guarda?
Também somos gente.

Anónimo disse...

Directores da rtp? È facil como dinheiro dos outos...com o nosso. Se fosse deles, privatizada, faziam o telejornal numa caixa de fruta.

Anónimo disse...

E a cenografia virtual, tipo fastfood, mal feita, que tantas viagens e cursos tem rendido? Não resolvia?Gastaram e gastam uma fortuna a montar, e manter la aquelas mumias da imagem virtual, onde os apresentadores parece flutuarem no eter? Será que ja têm o tacho lavado para se mudarem para a Lapa?

Anónimo disse...

Para o anonimo bronco regionalista das 3.36. e a RTP Açores? e a RTP MAdeira? e a RTP Luxemburgo?, A RTP Africa?, A RTP Internacional? E a RTP Brasil? (Lá colocam neste canal, apertam um, e é só rir)
RTP Faro? Querido, nao tem estudio é so uma pequena delegação menos do que a RTP Moscovo ou a RTP Beja.

João André disse...

Gosto de jornalistas que falam em "informação que recolhi". Foram os 10 mil euros que escreveu. Suponho que terá falado com mais que uma pessoa e que terá ouvido mais que um número. Provavelmente os 10 mil foi o número mais alto que ouviu. Ficou, portanto. Ser rigoroso dá muito trabalho. O mesmo para os 30 mil do transporte e os 200 mil que descobriu sabe-se lá onde. Com estes rigores poder-se-ia colocar um taxista do Areeiro a escrever jornais: seriam mais interessantes e baratos e o rigor era o mesmo.

Quanto à rádio, sabe-se que qualquer bandalho faz uma rádio pela internet através do computador de sua casa. A RDP poderá fazer o mesmo por uns mil euros por mês no máximo (e já estou a desperdiçar). O resto é apenas especulação e sensacionalismo parvos.

PS - não defendo a RTP. Não vejo o telejornal. Tenho coisas mais interessantes para fazer, como cortar os pulsos ou tomar óleo de fígado de bacalhau.