19.6.11

ARREPIAR CAMINHO


«O que se passou no domínio dos cuidados de saúde é um bom exemplo dessa quase obsessão de tudo sujeitar à tutela e à administração directa do Estado. As consequências desses excessos são hoje sobejamente conhecidas. Perdemos muitos anos a recriar o que já estava criado, a recuperar experiência e competências que já existiam, a esbanjar recursos que poderiam ser canalizados para domínios mais carenciados e de maior urgência social. Felizmente, tomou-se consciência dos erros e, lenta mas pragmaticamente, foi-se arrepiando caminho. A recente celebração de um protocolo entre as autoridades de saúde e um considerável número de misericórdias portuguesas, visando a contratualização de serviço público por parte destas, é um passo que me apraz assinalar. Esse passo pode representar uma valorização significativa do sistema nacional de saúde, tornando-o mais eficaz, com maior qualidade de serviço e maior satisfação dos utentes. Temos de reinventar o conceito de serviço público, nomeadamente na diversidade das áreas sociais. Um novo conceito que atenda mais à necessidade de dar uma resposta rápida e adequada aos crescentes problemas sociais da população portuguesa, do que ao respeito de uma visão ideológica que os tempos tornaram obsoleta.
Cavaco Silva

5 comentários:

Alexandre Carvalho da Silveira disse...

Depois da tempestade socretista que nos conduziu aqui, temos um novo governo que nos pode abrir novos horizontes de esperança, de progresso e desenvolvimento. Conta o governo com o apoio do Presidente da Republica que tem vindo paulatinamente desde as eleições de 5 de junho, a enviar mensagens bastante significativas para quem as quiser ouvir, de que este discurso é um bom exemplo. O modelo de desenvolvimento defendido pelo PS faliu estrondosamente, agora há que encontrar novos caminhos, eliminar os desperdicios que custam milhões, e como defende o novo ministro das finanças, passarmos a ter "menos estado, melhor estado".

eirinhas disse...

O serviço de saúde a que chegámos penso interessar a muito pouca gente, tornando-se mesmo num monstro sem eficácia,deixando muita gente sem médico de família e outros que morrem,tal a demora,sem alguma vez serem chamados à reparação dos seus males.
Isto não nos pode deixar descurar a fiscalização das misericórdias na prestação dos seus serviços,seja a que nível for,designadamente, os lares,porque já D.Afonso IV instituiu o chamado juiz de fora e,pelo país fora,normalmente,são os locais,que toda a gente conhece,que exercem o seu comando.

floribundus disse...

sapatilhas fugiu perseguido pelos ricos por abandonar as parcerias ruinosas para os contribuintes

Bic Laranja disse...

Pois, pois! "Reinventar" não é "recriar o que já estava criado"... E "contratualização" nem sei bem que derivação de que derivação seja derivado.
Discurso á deriva.
Cumpts.

Anónimo disse...

O senhor VPV, nem de propósito e por antecipação, escreveu no Público o post mais abaixo, que cai no discurso do presidente como sopa no mel. Começa assim:
«Nas grandes crises aparece sempre em Portugal uma série de personagens típicas, para completar o melodrama e animar o povo. Com pequenas diferenças de estilo e de assunto, não mudaram muito de 1820 para cá. A primeira personagem da peça costuma ser o "patriota". Não custa a perceber porquê. O patriotismo não pede muito: nem saber, nem racionalidade, nem pretexto.»