«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
31.3.11
O "ARCO DA TELEVISÃO"
A "ESCOLA DE PENSAMENTO" DO GOVERNO DE GESTÃO
O PAÍS EM DIMINUTIVO E A COXINHA DO TIDE
O FUTURO REDUZIDO
A MÁ FORMAÇÃO
A MÁ EDUCAÇÃO
30.3.11
OUTROS TEMPOS, OUTRA GENTE
Adenda: O Medeiros participa numa "maratona" de comentadores da tvi24 escolhidos por Júlio Magalhães. Que os escolheu e que agora deixa a direcção de informação. No 1º painel está Santana Lopes que, se lhe pedissem para comentar o boletim meteorológico (e ele comentava), conseguiria lá meter uma bucha contra Cavaco. Alguém que o livre rapidamente desta doentia cretinice. Ou nos livre dele como comentador monomaníaco.
Adenda (do dia seguinte) : O "modelo" escolhido por Magalhães para se despedir não podia ter sido mais desastroso independentemente da qualidade de alguns participantes. Só a presença final (e fatal) desse sublime papagaio socrático que é Peres Metello era o bastante para estragar tudo. Imagino que nem o mais irrelevante ajudante de Sócrates consegue exibir aqueles níveis de "capachice" paspalhona e de propaganda reles. "Modelos" comunicacionais deste calibre apenas servem para se perder as mensagens que interessam no meio de dichotes cruzados a que, dada a pressa, ninguém presta atenção. As televisões (porque é o que as pessoas vêem já que não lêem jornais) não podem tratar os espectadores como meros consumidores de guloseimas que assistem, quais brutos insones, a conversas de café no plasma em vez de se sentarem no café propriamente dito ao lado daqueles senhores tão amáveis uns para os outros.
DEUS NÃO DORME
VOCÊ NA TV DA CRISE
A CHAGA
«Ninguém se lembra de ter visto, nos últimos anos, algumas figuras gradas de extracção socialista a chamarem a atenção do Governo de José Sócrates para as barbaridades que estavam a arrastar Portugal para o abismo e para a irresponsabilidade da governação. Deviam tê-lo feito pelo menos dia sim, dia não, mas não o fizeram. O país ia-se arruinando, os portugueses iam resvalando para o beco sem saída em que se encontram hoje, o Governo ia garantindo exactamente o contrário daquilo que se estava a passar e dando provas de uma incompetência e de uma desfaçatez absolutamente clamorosas, mas esses vultos tão veneráveis abstinham-se de fazer a crónica dessa morte anunciada, não se mostravam grandemente impressionados com ela e sobretudo não sentiam o imperativo patriótico de porem cá para fora, preto no branco, numa guinada veemente e irrespondível, o que bem lhes podia ter ido na alma e pelos vistos não ia assim tanto. Devo dizer que não fiquei nada impressionado com os apelos recentes e vibrantes de algumas dessas egrégias personagens, em favor da manutenção do statu quo ante em nome do mesmo interesse nacional que as terá remetido ao mutismo mais prudente sempre que a governação socialista dava mais um passo em frente para estatelar Portugal. Sou levado a concluir que foram sensíveis, não ao descalabro a que a governação socialista acabou por conduzir o país, mas ao desmoronamento do PS enquanto partido de governo. Não lhes faz impressão nenhuma que Portugal esteja na merda por causa dos socialistas. O que os impressiona deveras é que o PS se arrisque a ficar na merda por causa de tudo o que fez. E então, então sim, apressam-se a invocar alvoroçadamente o interesse nacional, secundados por todo o bicho careta lá do clube que se sinta vocacionado para dar o dito por não dito e o mal feito por não feito e também, está claro, para fazer sistematicamente dos outros parvos. Tal apelo surge todavia no ensejo menos adequado. Hoje, só faz sentido invocar o interesse nacional para esperar que o PS seja varrido impiedosamente de qualquer lugar de preponderância política e que a ignomínia da governação socialista fique bem à vista para a conveniente edificação das almas. Os responsáveis por tudo isto e os seus porta-vozes já se começaram a esfalfar, a acusar desvairadamente os outros de terem criado um impasse irremediável para Portugal, a passar uma sórdida esponja de silêncio e manipulação sobre o que foi a actuação dos Governos socialistas desde 1996 e, em especial, desde 2005, a fazer esquecer que é ao PS e ao seu Governo que se devem coisas tão sugestivamente picantes como a crise, o aumento delirante dos impostos, o aperto asfixiante do cinto, a subida incomportável do custo de vida, o desemprego sem esperança, o fim da dignidade nacional. Nessas virtuosas indignações da hipocrisia socialista, já se vê quanta gente do PS anda já por aí a desmultiplicar-se, na rádio, em blogues, um pouco por toda a parte e até aqui nos comentários aos artigos, a jogar na inversão e na distorção de todos os factos e de todos os princípios. Alguns ingénuos talvez deixem mesmo de se perguntar mas afinal que canalha é essa que se diz socialista, para sustentar o insustentável e defender o indefensável. Já toda a gente percebeu que o país só sai desta se tiver uma verdadeira "ditadura da maioria", expressão que, como é sabido, causava calafrios democráticos ao dr. Soares. Amanhã, se nessa maioria entrasse o macabro PS que ele ajudou a fundar, tal conceito ficaria, apesar de tudo, esquecido entre as brumas da memória. E se, como é de esperar e de desejar, o PS for reduzido a cisco em eleições, não nos admiremos por assistirmos em breve à recuperação grandiloquente do chavão. Já se percebeu que a Europa o que quer é que Portugal não faça mais ondas e volte a ser o bom aluno que os próceres socialistas escarneciam tão displicentemente. Deve recordar-se ao dr. Sampaio que, no estado de porcaria pantanosa a que isto chegou e que ele não denunciou a tempo, hélas!, afinal não há muito mais vida para além do orçamento. E mesmo a pouca que houver se vai pagar muito caro. Eu, cá por mim, com a queda desta gente execrável, só posso exclamar: - Aleluia!»
29.3.11
DIAS
RATING ZERO
Adenda: Lamentavelmente, Santana Lopes, com a sua obsessão doentia contra Cavaco, aproxima-se do seu próprio grau zero, mortinho por fazer companhia a Sócrates na matéria. Dá ideia que não superou o trauma de ter sido "escolhido" 1º ministro sem ir a sufrágio popular e que não o aprecia. Fazer de conta que não sabe que todos os partidos defenderam eleições perante o PR é, no mínimo, má-fé.
DA VERDADE ENQUANTO INADEQUAÇÃO NA POLÍTICA
Foto: via amigos do referido cavalheiro (original do JNeg., Pedro Elias)
«PROVA ORAL»
A LULIZAÇÃO DA ACADEMIA
28.3.11
"EVERYBODY LIES"
NÃO HÁ MENINOS DE OIRO
SEGUIR O SEU CAMINHO
(via O Inimputável)
O ETERNO "AGORA"
27.3.11
DE UM TÚMULO PARA OUTRO OU AS CONVERSAS DE CONTABILISTAS
A DECADÊNCIA DA EUROPA DO TRATADO DE LISBOA
DEIXEM O PAÍS EM PAZ
POUCO APROVEITADO
Adenda: Há uns cromos - se calhar sempre o mesmo idiota shallow - que, volta não volta, vêm aqui deixar um comentário pseudo-erudito sobre o meu alegado "ressabiamento". Com uma insistência típica de "ressabiados". Não vale a pena, porém, porque gente estreita e ainda por cima anónimos não "passam". Vão directamente para o "trash".
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA POESIA PORTUGUESA DE UM PARA O OUTRO SÉCULO AO SOM DE CHOPIN TOCADO POR MARIA JOÃO PIRES
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.
Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.
Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente ‘stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando!
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência
Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro!
Tornai Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!
Fernando Pessoa
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz, talvez.
Canta, e roussa. E a sua voz, cheia
De alegre e anónima liquidez
É branca como um grito de ave
Num ferro de Alcácer-Kibir,
E há résteas de luz e de adarve
No som que ela faz a se vir.
Ouvi-la, alegra e aborrece.
na sua voz há recidiva.
E roussa como se tivesse
Mais fodas a dar do que a vida.
Ah! Poder ser tu sendo eu!
Ter a tua alegre limalha
E todo o ouro dela! Ó céu
Ó campo, ó canção,
O homem pesa tanto e a matriz é tão leve!
Entrai por mim dentro! Tornai
Meu ânus o vosso almocreve!
Depois, levando-me, passai.
Mário Cesariny
Elas passam, magras estudantes,
julgando-se felizes talvez,
passam e passam, as pernas e os dentes
mostram saúde e altivez.
Os jeans ao atravessarem a nave
maior do centro comercial
estreitam a cintura suave
numa falsa aparência virginal.
Vê-las alegra e entristece,
o seu corpo é uma matéria mais pura,
e cada uma, como se soubesse,
mostra-se obstinada e segura.
Passam e passam, são toda uma tarde,
sentinela que em mim sente
esta palha seca que arde,
que às vezes engana, mas não mente.
Poder tê-las sem qualquer dano
e à sua alegre inconsciência,
misturando nos dedos a pele, o pano,
os ossos, a transparência.
A tarde fez-se a hora do regresso,
o coração sussurra e quase cai
aos pés das raparigas a quem peço
‘de novo, levando-me, passai’
Pedro Mexia
26.3.11
A HORA DAS ARMAS
O "FERRÃO VENENOSO"
Contra a Literatice e Afins na "estante" de João Céu e Silva.
Adenda 2: Por falar em Tolentino, esta entrevista de onde retirei a seguinte epifania - «eu gosto muito de olhar para os caracóis. Se tivesse que escolher um ser vivo na natureza para falar de mim, era o caracol. Por causa de uma frase que está associada: "Tudo o que tenho, trago comigo". Tolentino: faça como a Patricia Highsmith que também adorava caracóis. Sempre que viajava, metia uns quantos entre os seios, no soutien. Era uma forma de os trazer sempre consigo.
QUE LINDO "MOVIMENTO"
QUE LINDO FUTURO
25.3.11
A MATILHA
«PELA LITERATURA, CONTRA A LITERATICE»
«A literatura não é um território de pacificação ou de anemia. ‘Contra a Literatice e Afins’ (Guerra e Paz), de João Gonçalves, foi ontem lançado em Lisboa, e é um inventário de argumentos sobre a matéria. Gonçalves é um excelente leitor que não depende no universo de deferências literárias e editoriais – tem, a seu favor, o mau génio, a tentação polémica, a necessidade de beleza. Disso tudo fala a literatura; de renascimento, de vingança, de uma eternidade que não demora a passar. As boas consciências que procuram ver na leitura "um acto de cidadania" escusam de passar por estas páginas, verdadeiros textos de guerrilha onde sobrevoa a inspiração de Sena e o deslumbramento diante dos mestres (Gaspar Simões ou Prado Coelho, por exemplo). Pela literatura, contra a literatice.»
Francisco José Viegas, CM
(editado aqui na ortografia dita antiga)
O CANDIDATO E OS IDIOTAS ÚTEIS
Adenda (Eduardo Cintra Torres, no Público):
«Agora que parece aproximar-se o fim de seis anos de Carnaval da Mentira, espera-se mais contenção no discurso político. Mas para isso terá de tomar-se em conta o papel fulcral dos órgãos de informação. Se diversos comentadores e se as redacções se esforçam hoje por noticiar com verdade a situação económica, é preciso recordar que não foi sempre assim. Muitos, mas mesmos muitos, dos que agora criticam o governo são exactamente os mesmos que andaram com ele ao colo durante os cinco primeiros anos da governação socretista. Incensaram Sócrates como o melhor primeiro-ministro do mundo, elevaram aos píncaros as suas políticas. Criticaram ou até enxovalharam (como fizeram a Manuela Ferreira Leite) quem chamava a atenção para a mentira. Promoveram (como o Diário de Notícias no caso dos emails) actos de pura desinformação e campanha negra. Durante anos, alguns que agora parecem pitonisas em previsões de tragédia, recusaram-se a criticar, calaram-se, outros tiveram medo do governo, da sua violência verbal e das suas pressões. A central de propaganda e Sócrates fizeram o que quiseram deles. Alguns comentadores da área económico-financeira só começaram a criticar as políticas do governo depois de os grupos financeiros se terem virado contra ele, nunca antes. São poucos os comentadores, como Barreto, que sempre falaram não só de acordo com a sua consciência — a sua verdade interior — mas também de acordo com os factos conhecidos. Alguns espaços de maior liberdade, de notícias e comentários verdadeiros, desapareceram por acção de blitzkrieg do governo, como o Jornal Nacional de 6ª ou os comentários avulsos de Paulo Pinto de Albuquerque na RTP. Outros desapareceram como por encanto, caso de Plano Inclinado, na SICN, ou um bom frente-a-frente que houve em tempos na RTPN, com Manuel Villaverde Cabral e Joaquim Aguiar. Mas o lixo comentatório, como O Eixo do Mal, ou Pedro Marques Lopes, ou Luís Delgado, ou os politólogos que sintonizam a sua ciência política com a onda política, isso permanece sempre. Por isso, o apelo aos responsáveis políticos para que nos digam a verdade sobre a situação económico-financeira de Portugal deve estender-se aos meios de informação, às televisões, para que não tenham medo de dizer a verdade e moderem a verborreia dos tudólogos que não esclarecem nada, antes confundem ainda mais, acrescentando um zumbido de vespeiro ao furacão da propaganda. Os jornalistas e os comentadores devem procurar a verdade e não escondê-la, como fizeram tantos durante meia dúzia de anos, traindo o contrato ético com os seus leitores, ouvintes ou espectadores.»
A LUTA CONTINUA, DOIS
Vasco Pulido Valente, Público
A LUTA CONTINUA
24.3.11
RETRATO DO NEO-FASCISMO SOCRÁTICO
«Era assim que tudo fatalmente acabaria. Com um primeiro-ministro acossado e em fuga, recorrendo a todos os truques para falsificar a sua responsabilidade, vitimizando-se e com um PS domesticado e desesperado por salvar o que resta. Quem quiser perceber a manobra fugitiva de Sócrates que leia um texto do cientista político espanhol José Maria Maravall “Responsabilidade e manipulação” (está disponível na Internet). O caso estudado por Maravall é a conduta do PSOE espanhol nos anos 80. Para manipular o processo de responsabilização política pelos eleitores, os media foram apertados; escondeu-se informação relevante que permitisse acompanhar o Governo; falsearam-se os resultados das políticas governamentais; o partido começou a viver com férrea disciplina e centralismo para aparecer artificialmente unido na crise, culpou-se a oposição pelo que fez e não fez; o Governo apresentou as suas políticas como necessárias e inevitáveis. Sócrates abraçou em absoluto esta retórica da manipulação da responsabilidade. É a sua única saída. A responsabilidade não é dele, é de outros. A crise não é dele, é de outros. Muito haverá para dizer sobre este período deletério que Sócrates encarna na nossa política. Um dia perguntaremos como foi possível.»
CONVIDO
«UMA PEQUENINA LUZ»
23.3.11
A.J. SEGURO À CABINE DE SOM
Adenda: Tenho pena deste elogio a um típico exemplar do menos mau do que não presta.
AGORA
TRISTE FRISO
GOLPE DE MISERICÓRDIA
O MIÚDO NÃO APRENDEU NADA
A "ARMA"
DE SALVADOR A EMPLASTRO
QUANDO UM HOMEM SE DEIXA CONTAR
22.3.11
O CHAPÉU DE TRÊS BICOS
A RÃ E O BOI
GOSTO
DISSOCIAÇÕES
CENSOS SEM SENSO?
21.3.11
O REMOTO FERRO
CENSOS
«Respondam ao Censos pela Internet»
DIA DA POESIA OU LÁ O QUE É
Como esta gente odeia, como espuma
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.
O "NÚMERO"
PRIMAVERA QUE COMEÇA
20.3.11
FARTOS DISTO
«AGORA OU NUNCA»
OS ODORICOS E A LÍBIA
A POLÍTICA DA SEREIA
Adenda: Entretanto foi convocado mais um conselho de ministros extraordinário já que o ordinário para aprovar o PEC4 nunca existiu.