Enquanto decorria o jogo que, felizmente, devolveu o país à realidade, li uns pequenos artigos de Jorge de Sena acerca de Espanha. Definiu-a bem - «tão cheia de pompa e circunstância para quem vai de Portugal é, para quem regressa da Europa, uma espécie de múmia coberta de jóias e ataduras podres, onde as moscas passeiam ao sol da eternidade.» Fora a primeira parte (o escrito é de 1957), de facto a Espanha de Zapatero mumificou-se em torno de uma pretensa modernidade que nem já a economia salva do tranquilo passeio das moscas e da desagregação regionalista. De resto, como escreveu Sena e acabou de provar-se, «foi perfeitamente justo que tudo acabasse em Alcácer Quibir e em Filipe de Espanha.» É que, «para a maioria dos espanhóis, Portugal ou não existe, ou é uma "pátria chica" que, mais ou menos como disse um famoso autor espanhol, "escolheu a sua própria mediocridade a participar da glória da Espanha".» Nem de propósito, apareceu logo o sr. Lacão a falar numa carta que o sr. Macedo lhe mandou e mais não sei quê. Querem melhor pátria chica do que esta?
Adenda: A "pátria chica" também mora no Monte da Caparica e em coisas como «quando o principal partido a zelar pelos princípios liberais de reserva de privacidade é o Partido Comunista Português; e quando toda a opinião pública se preocupa, essencialmente, com guerras regionais e defesas abstrusas de supostos regimes de excepção; quando tudo isto acontece, torna-se tristemente óbvia a debilidade mental da raça.»
Adenda: A "pátria chica" também mora no Monte da Caparica e em coisas como «quando o principal partido a zelar pelos princípios liberais de reserva de privacidade é o Partido Comunista Português; e quando toda a opinião pública se preocupa, essencialmente, com guerras regionais e defesas abstrusas de supostos regimes de excepção; quando tudo isto acontece, torna-se tristemente óbvia a debilidade mental da raça.»
12 comentários:
"Pátria chica" que, como já se tinha apercebido, nem é capaz de dobrar o Cabo das Tormentas. Onde estão os navegadores que nos levem a outros destinos...
o rectângulo chico-esperto.
voltaram a ver-se ao espelho num jogo que não porque não valia a pena.
sempre achei 1640 como erro histórico. continuo favorável a uma federação de periféricos para anular Castela.
tem sido uma independêcia muito cara sobretudo depois de Methuen.
as especiarias, o ouro, os diamantes acabaram na Europa onde o rectângulo continua a individar-se.
os dirigentes estão à espera do FMI (faço muitos inimigos)
Duvido JG.!
Fui tomar um café e, nem imagina, as bichas para irem para casa ver a bola.
Claro, que não iam chegar a horas, fora a "gasosa" gasta!
Acabou-se a "festa". O pessoal da "comunicação" vai passar a noticiar os assltos e toda a espécie de desacatos que todos os dias acontecem na África do Sul. Aquilo é, como sabemos, um país muito rasca. Até "isto" aqui é melhor... por enquanto.
PC
«entusiasmo de urina»
começam a urinar a 3m e acabam a mijar no sapatos
Ontem, tumultos num bairro do Monte da Caparica terminaram com dezanove pessoas detidas para identificação e quatro agentes ligeiramente feridos. Entrevistados pelas televisões, que gostam sempre de dar voz aos fracos, alguns populares queixaram-se dos excessos e da violência das forças da autoridade. Um cidadão até referia que a polícia deve dialogar e não entrar nos bairros com violência.
De facto, é assim que deve ser. Para já, não se compreende como é que alguém telefona a chamar a polícia por causa do barulho excessivo causado por uma festa. Primeiro, essa questão do ruído é muito relativa. Segundo, todos têm o direito a divertir-se, sejam quatro da tarde ou da manhã. Se os outros querem trabalhar não estão a agir correctamente quando tentam impedir jovens pacatos de exercerem o seu direito à festa, direito esse já cantado há vários anos pelos Beastie Boys.
Relativamente às forças da ordem, de facto os populares têm razão. Sempre que são chamadas a agir num qualquer bairro problemático, em comboios onde jovens tentam conversar com os utentes, em praias onde apenas gozam as delícias de um solzinho ou em outro qualquer lugar, as forças de segurança têm a obrigação de se apresentar de forma cordata e dialogante. Não é bastões e balas de borracha que devem levar, mas sim flores e bombons. E um psicólogo e um sociólogo, preferencialmente esquerdistas (se puder ser do Bloco é excelente) de forma a encetarem um diálogo sério e frutífero com os habitantes locais. O recurso à força nada resolve. Porque, como muito bem disse o grande escritor Lobo Antunes (quase tão grande como aquele senhor que recebeu um prémio Nobel), aqueles jovens pedem amor. Quando apedrejam a polícia fazem-no porque não conhecem outra linguagem. Naquele calhau arremessado segue um beijo, um abraço, um convite ao amor. Não é com repressão que as coisas se corrigem. Não é com repressão que se consegue uma sociedade mais harmoniosa. É com amor, e é esse amor que cada agente deve levar quando em missão. Como outrora disse Gandhi, "a paz é o melhor que há no mundo". E a harmonia. E para isso não pode haver violência. Da próxima vez que for chamada a agir, a polícia deve dar as mãos aos jovens, a todos aqueles que os insultam e apedrejam. A não-violência pode melhorar o mundo. As crianças também. Mas só se forem educadas na paz e na esperança. E no diálogo de civilizações.
Bem, antes múmia que carcassa a apodrecer ao Sol. Mas quanto a isso cada um com a sua. Outras coisas com fedor nauseabundo como carcassas, por exemplo, é a teoria do bom selvagem. E princípios liberais, nem há partidos que deles façam doutrina, e qualificá-los à nossa "múmia coberta de jóias" bem portuguesa do PCP, é um insulto tanto para eles, como para os ilusivos liberais portugueses. Ao menos comem todos, o que não está mal.
Quanto aos futebois, e com o Saramago morto e cremado, o choque com a Wirklichkeit está de volta e é sempre violento. Mas como vamos já entrar a banhos, a silly season vai poder continuar.
Eu não assisti ao jogo, não por intelectualismo, mas sim por nervosismo. Tento sempre convencer-me que não tenho nada contra espanhóis, mas não sei porquê, sempre que penso em palhaços, tenho a senção que falam todos meio a espanholado.
Sr. Anónimo das 9:44 PM, os navegadores foram à procura de bacalhau e não de terras. A descoberta de terras foi a consequencia da procura do bacalhau e não de terras. Não sabia disto? Bem, agora é que a Maria Marota tem que ir dormir. Bonote Senhores e Senhoras.
Viva a República !
Vivaaaaaaa !
(é mentira ?)
Democracia, autonomia, regionalismo, bandalhismo, chupismo, clientelismo - eis o que nos deu esta merda de união do pós-guerra. Uma peste que matou tudo o que tocou.
Ass.: Besta Imunda
Sensação e "aespanholado". Este meu português anda a dar cabo da minha reputação.
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