27.6.10

O REGIME NUM PRÉMIO

«Anuncia-se que lhe será atribuído o Grande Colar de Santiago, reservado, por regra, a chefes de Estado. Para fazer esta excepção, é necessário um decreto especial. O acto de investidura é marcado para o Palácio da Ajuda. Estão todas as figuras do Estado e as televisões fazem directos. Vou no meu carro oficial acompanhado de batedores, buscá-lo ao Hotel Altis, onde está hospedado. Sento-me à frente. No banco de trás, Saramago e Pilar gracejam. (...) Pilar é sempre ela - eis a sua força.»

José Manuel dos Santos, Expresso


«O prémio Nobel não garante a importância literária de ninguém. Basta ver a longa lista de mediocridades que o receberam. Pior ainda, o prémio Nobel é atribuído muitas vezes por razões de nacionalidade ou pura política, sem relação alguma com a obra, que num determinado ano a Academia Sueca resolveu escolher. Que Saramago fosse o único escritor de língua portuguesa a receber essa mais do que duvidosa distinção não o acrescenta em nada, nem acrescenta em nada a língua portuguesa. Só a patriotice indígena (de resto, interessada) a pode levar a sério e protestar agora indignadamente porque o Presidente da República se recusou a ir ao enterro do homem. Por mais que se diga, e até que se berre, Saramago não era uma glória nacional indiscutida e universalmente venerada.»

Vasco Pulido Valente, Público

9 comentários:

floribundus disse...

no rectângulo os 'parolos' só escutam os seus pares.

dizia Albert Einstein «a mediocridade tem muita força»

sente-se o estertor da rataria e do rectângulo

Unknown disse...

...E TUDO O MAIS É RETÓRICA...

M. Abrantes disse...

Ficaríamos agradecidos, e até enriquecidos, se Pulido Valente tivesse o carinho de nos indicar quais os portugueses vivos que o país considera "glórias nacionais indiscutidas e universalmente veneradas". Se não conseguir fazê-lo (e não consegue) podia ao menos ter o pudor de não nos brindar com mais um dos argumentos ressentidos que costuma dedicar a Saramago. Começa a parecer coisa do foro mental.

Também gostaríamos que Pulido Valente nos dissesse se, no seu entender, nunca nenhum escritor de craveira universal venceu o Nobel da Literatura. É que tentar diminuir um vencedor do Nobel da Literatura por ter ganho um prémio que outros podem, eventualmente, ter vencido por razões estranhas ao mérito literário, parece-me o mais descabido dos exercícios. Por muito que custe a Pulido Valente, um prémio Nobel ainda não vem como brinde de revista cor-de-rosa.

Mani Pulite disse...

A NOBELIZAÇÃO DO SARAMAGO FOI COZINHADA DE ALTO A BAIXO PELO HOMEM DO TURBANTE.NÃO POR MÉRITO LITERÁRIO,O AVENTAL QUE TEM ENROLADO NO TOUTIÇO IMPEDE A LEITURA DE UM SIMPLES DOSSIER,MAS POR ESTRITAS RAZÕES DE MANOBRA POLÍTICA.AOS OLHOS DO PAQUIDERME A PRINCIPAL CREDENCIAL DO SARAMAGO ERA A SUA PATOLOGIA ANTI-CAVACO. ATÉ OS SANTOS E PECADORES CONFIRMAM POR ESCRITO TODA ESTA NEGOCIATA SEM MORAL E SEM VERGONHA.OS VERDADEIROS GRANDES ESCRITORES DE LÍNGUA PORTUGUESA FORAM AFASTADOS DO NOBEL POR RAZÕES QUE O MÉRITO DESCONHECE.

Daniel Gonçalves disse...

Já José Pacheco Pereira em 1993, num artigo, criticava os critérios da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, passo a citar: "As ideias que presidem a estas escolhas são obviamente uma variante da visão do mundo politicamente correcta (...) o resultado é uma contínua desvalorização dos Prémios Nobel da Literatura, como aliás acontece em parte com os Prémios Nobel da Paz (...) Ao atribuir os Prémios Nobel por modas ideológicas e ao tentar entrar em conta com todos os particularismos não europocêntricos, tem-se afastado autores de verdadeira dimensão universal." Na obra "O Nome e a Coisa" de Pacheco Pereira.
Peço desculpa ao autor do blog se faço aqui publicidade indevida à obra de JPP, mas serve para demonstrar que antes da atribuição do Nobel a Saramago já alguém, em Portugal, revelava a natureza e os critérios da atribuição do Nobel da Literatura a partir dos anos 80.

fado alexandrino. disse...

É horrível.
Vão colocar as cinzas debaixo de uma oliveira em frente à Casa dos Bicos.
E se durante a noite um cão vadio lá for mijar, quem é que se responsabiliza.

Anónimo disse...

Vasco Pulido Valente disse-o agora mas anda a dizer o mesmo há muito tempo, é verdade. E TEM RAZÃO.
O prémio nobel NÃO PRESTA. A academia sueca É UMA AGÊNCIA DE RATING DA ESQUERDA PARVINHA MAS BEM MONTADA NA VIDA. Os escritores que ganharam o prémio são, desde há alguns decénios para cá, uma vintena de INÚTEIS A QUEM UNS PAPALVOS DÃO CRÉDITO.
E tudo isto quando quase ninguém lê. E se lessem, deviam era ler coisas ÚTEIS. No estado actual de indigência, vacuidade e cobardia das mentes, estes amontoados de palavras e ameaços de raciocínio postos sob a forma de peças de teatro, romances e outras merdas NÃO PASSAM DE PERDA DE TEMPO E DESPERDÍCIO DE PAPEL.
TRABALHEM!!! GANHEM A VIDA!!!

Ass.: Besta Imunda

iupi disse...

o mais curioso é que quer o autor deste blog quer o citado podiam não escrever acerca disto, mas insistem. e, como em areias movediças, quanto mais se mexem mais se afundam.

(ora e se até um português ganha o prémio, boa merda de prémio)

não é surrealismo é hiper realidade

Unknown disse...

Quando conheci a morte do Saramago só me ocorreu dizer - é pôr muita cal na campa. Ao que me responderam que tinha sido cremado. A 4000 graus! pelo menos, espero eu, não vá a peçonha voltar, feita prião de profeta pateta. Depois do Rosa Coutinho esta é a 'cerveja' no topo do bolo!
Já me impressionou mais o alarido da canalha esquerdalha por não ter o Cavaco aparecido na cerimónia sanitária. Fez bem o Presidente em precaver-se, não fosse respirar algum miasma podre e desenvolver alguma peste vergonhonha. O que eles queriam era armar baderna, quem sabe um incidentezito em frente às câmaras, quiçá enxovalhar o Presidente, chamando-lhe hipócrita! Bem andou Cavaco, que gente desta nem morta se frequenta.