1.5.08

DISTINÇÕES - 2

Pedro Passos Coelho, diz Paulo Gorjão, é um adepto da "matriz reformista e liberal", aquela que o candidato deve "salientar" como "rumo e alternativa". Com esta "língua de pau" de fazer inveja ao militante mais tarimbado nos lugares-comuns da retórica partidária, o Paulo tenta desvalorizar - a reboque do candidato que afirmou não ser nem de esquerda nem de direita - a clássica distinção. Passos Coelho questiona se não é mais importante contrapor a liberdade individual e a segurança colectiva como se fosse possível "sobreviver" sem as duas. Não entro numa discussão que não me interessa nada. Apenas lhes recordo Alain que dizia que quem nega a diferença entre esquerda e direita, é de direita. E não é mau, para começo de conversa, sabermos o que somos sem ter vergonha disso.

3 comentários:

Tino disse...

Tem-me parecido que um dos maiores males deste País, senão o maior, tem sido o excesso de liberalismo, num mundo intenacionalizado onde os mais fortes e os maiores facilmente destroçam os mais fracos e os mais pequenos. Tem-me parecido...

Se assim for, Pedro Passos Coelho, que certamente leu umas sebentas de economês nos intervalos das actividades da JSD, propõe-nos mais do mesmo, uma espécie de socratinismo sem as habilidades académicas e arquitectónicas do engenheiro projectista Sócrates.

Entre um Sócrates e outro Sócrates, o Zé Povinho terá dificuldade em escolher. E na dúvida preferirá aquele que já conhece, mesmo que habilidoso, mentiroso e cabotino.

Ora, do que Portugal carece é de soluções nacionais e patrióticas, de alguém que ponha o País à frente de ideologias estranhas, apressadamente lidas em sebentas de anquilosados conteúdos do século XVIII, muito vantajosas para os países onde foram arquitectadas mas ruinosas para países pequenos e atrasado como o nosso. Parece-me...

Mas não sei se alternativas dessas aparecem...

Nuno Castelo-Branco disse...

O TINO falou e disse!
Será que essa gente tem uma ideia formada acerca do que é ser "libera"l? Liberal era o regime da Monarquia Constitucional. O miseraleco do Afonso Costa, com os seus porrretes, bombistas e assasssinos a soldo, dizia-se "liberal". Os srs. Carneiro e Balsemão eram da "ala liberal". A Hillary Clinton é "liberal", assim como o foi o sr. Genscher.
Apreciaria imenso que o sr. Passos Coelho nos explicasse o que entende por "ser-se liberal". Aqui entre nós, desconfio que é mais uma geringonça da coisa eleiçoeira. O povo não percebe e a palavra soa bem (?)

Anónimo disse...

O Nuno diz e bem, que estas pessoas confessam-se liberais, sem fazer a mínima ideia do que isso significa. Liberal era o Fontes P. de Melo, como o foi também o João Franco e os reis D. Luís, D. Carlos e D. Manuel. O que hoje vemos, são pobres de espírito.
Pedro Matias
Lisboa