O Doutor Cavaco Silva convidou trinta "jovens" para Belém. O objectivo consistia em discutir a "juventude e a política". Foram os do costume, em mais "novo". Dos partidos, das "associações", do "conselho nacional de juventude". Muito patrioticamente parece que os jovens não gostam da política. Segundo o famoso estudo da Católica, apresentado pelo Pedro Magalhães, sessenta e cinco por cento dos interrogados "interessam-se pouco" pela política. Pelo contrário, Cavaco "interessa-se" por que eles se "interessem" uma vez que, como lhes explicou, «contactou com milhares de jovens, enquanto Primeiro-Ministro, Presidente da República e como professor universitário», considerando «o interesse da juventude nos assuntos políticos e cívicos de "muita relevância" para o futuro do país.» Cavaco não é homem para ter dito isto e rir-se de seguida. Devia. Com os exemplos que temos, alguns dos quais ele ajudou a florescer - veja-se a presente trapalhada no PSD ou o magnífico Durão Barroso - e outros - a ficção "socrática"- a manter, é difícil sugerir à juventude que atribua um módico de "relevância" à coisa pública. E, muito menos, através do bando que o foi ouvir, presumivelmente cheio dos vícios do regime. Eles que leiam filosofia que aprendem mais.
13 comentários:
Os outros tinham as brigadas do reumático. estes, têm as brigadas da pastilha. Está bem vista, a coisa...
o lixo humano jovem da politica é filho do lixo humano mais velho. a choldra é a mesma
PQP
Novos que aprenderam pela cartilha dos velhos, ou a melhor forma de subir na vida sem grande esforço.
Permita-me a pergunta: a filosofia tem alguma culpa para ser lida por gente dessa?
mais um bocadinho, e ainda vemos a Ministra da Educação a dizer que a solução está na Avaliação de Desempenho dos Politicos e Partidos, e a aplica-lhes a grelha de avaliação dos professores.
Pode ser que finalmente comecem a perceber o que se passa nas escolas ....
Com o que temos no " mercado", vai ser mais do mesmo. Uma apostinha?
Isto é muito engraçado.
"Porque os jovens não se interessam pela política" o Presidente fala com os jovens que, pelo contrário, se interessam.
Sabendo do castigo destes, quem é que não dirá: "safa!!!"?
Para quando Cavaco chamar a Belém todos os que lutam hoje pelas liberdades publicas em Portugal,em especial pela liberdade de expressão?Jovens ou não jovens são esses que contam para o futuro politico do País.
"lá vamos chorando tristes,
'levados'? levados! sim!"
cuidado com as "patrioticas internacionais organizações". almeida tantos até mete dó. o socialismo acabou na sarjeta
Os tais 65% de juventude que liga pouco ou nada á política e por extensão aos "políticos", são, muito provávelmente, o que resta de sanidade ao paizeco. A esses é que Cavaco deveria ouvir, tentar perceber e talvez aprender alguma coisa
a politica portuguesa não interessa a 65% dos portugueses, que por isso devem ser os únicos mentalmente sãos neste país. porque os restantes, só por doença mental ou por necessidade, se interessam pela dita. devia-mos estar-lhes gratos: a uns por se interessarem e termos política - mesmo esta; aos outros por não se interessarem e podermos ter clareiras com música sardinhas vinho.
a filosofia não tem nada a ver com a vida nem muito menos com politica. esta politica de aqui se fala. porque quem gosta de ler filosofia é ao mesmo tempo quem não se interessa pela nossa politica, precisamente porque lê filosofia.
aqueles que se interessam fazem politica em portugal são da classe dos empreiteiros e afins.
Caro autor,
Para isto não ser a república das bananas, falta dizer que a foto que recolectou é do Eduardo Gageiro, publicada na Visão, e retrata o Durão Barroso numa manifestação do MRPP, em 1975.
Parece-me que a recente preocupação do Sr. Presidente da República pelo interesse que a "discussão da cidade" deveria despertar nos "jovens" (mas que raio de categoria é esta de "jovens" ou "juventude"??) traduz um seu magnífico venire contra factum proprio...
Afinal, as belíssimas bastonadas pregadas na av. 5 de Outubro há quase 20 anos pela PSP a mando do seu acólito Manuel Dias Loureiro que outro efeito poderiam ter provocado senão um intenso
amor à política...
Não foi esse um dos mais belos exemplos - e estímulos! - de que se deve querer participar, discutir e discordar quanto às escolhas comuns...?
Quiçá novas cargas, ora a executar pelos seus amistosos "gorilas" da segurança, pudessem de novo excitar o "nervo" da política, tão adormecido que anda nos nossos "jovens"...
E, já agora, quem foi à data daqueles saudosos momentos, uma das titulares da pasta da Educação...?
Pois exactamente: ela mesma!
Enviar um comentário