30.4.06

MÁRTIRES


Em Espanha foi a doer. Aqui, quarenta anos depois, entre 74 e 75, foi praticamente a brincar. Não houve intelectual europeu e norte-americano que não quisesse aparecer ao lado da "república" espanhola. Hemingway, Malraux, Orwell ou Bernanos deixaram em forma de livro as suas "impressões". Em alguns deles, senão em todos, o tempo curou as ilusões "revolucionárias" e melancólicas, deixando transparecer isso mesmo nas suas obras. Na hora da verdade, a "república" foi tão ou mais impiedosa que os seus algozes liderados por Francisco Franco. O deslumbramento "romântico" pela "aventura" republicana espanhola impediu quase sempre uma leitura enxuta da guerra civil, despida de preconceitos. Há um livro que ajuda a perceber o que se passou, do historiador inglês Hugh Thomas, com tradução portuguesa. Isto vem a propósito de ter lido no Insurgente que o Papa Bento XVI beatificou cinquenta e três religiosos espanhóis vítimas da violência jacobina. Numa guerra, civil ou outra, há sempre mártires para todos os lados. Porém, a ao contrário do que doutrina o politicamente correcto, nunca existem mártires mais mártires do que os outros.

2 comentários:

james disse...

"Porém, a ao contrário do que doutrina o politicamente correcto, nunca existem mártires mais mártires do que outros".
Nunca dei por existirem mártires de classe executiva e de classe turística.
Ao contrário do "politicamente correcto", quem me parece escatológico e maniqueista é o autor deste blogue

""#$ disse...

Portanto queremos comparar uma republica ,com todos os seus defeitos que tinha,é certo ,mas uma republica , com um caudlho militar que se aliou à alemanha nazi pra atacar essa mesma republica coma complacencia das potencias democrática da epoca- frança e inglaterra e pelo meio criticar essa mesma república?

Além disso aquilo era uma 2guerra civil" em que um dos lados eram militarmenet apoiado por uma potencia tenebrosa expansionista nquanto o outro era apoiado por hemingways e quejandos.
é tudo igual?
Não parece.
Quanto à beatificação bentina é uam das muitas habilidades da igreja católica para ajudar a branquear certas coisas.
e a criar mais icone spara a industria dos santos.
Desculpe lá, ò j. goncalves mas o comentário anterior coma palavra maniqueista é bem apropriado.
e também cncordocom o comentário anterior noutra coisa: vitimas são vitimas.
excepto para a igreja católica que condecora umas, pelos vistos e ignora outras.