Pedro Lomba, no Público, "responde" a Vasco Pulido Valente. Escreve o Pedro: «Podemos estar a assistir à fragmentação do mundo árabe e ao começo de uma guerra civil prolongada. Mas também pode ser que estas comunidades agora em colapso encontrem um tipo de ordem e convivência que não seja a mais admirável para a fé democrática mas que seja isso mesmo: um princípio de ordem e estabilização.» Com a devida vénia, "ordem e estabilização" é o que aquelas comunidades mais têm tido nas últimas décadas. Seja sob a forma de repúblicas autoritárias militaristas, seja através de monarquias plutocráticas, seja mediante "revoluções" contínuas como a de Kadhafi. Até agora ninguém percebeu que tipo de "convívio" pretende a rua, tão comovidamente aplaudida pelo "ocidente" da internet e dos lcd's. Decerto nunca a chamada conversa democrática que se aprende nos livros e que, umas vezes melhor outras pior, sustenta a sociedade em que vivemos. Sigo, nestas matérias, o pragmatismo filosófico norte-americano. Alguém imagina aquelas "comunidades", uma vez presumivelmente "libertas", metidas numa outra narrativa "ordeira e estabilizada", mais ou menos parecida com a nossa, valendo a nossa o que vale? Tenho dúvidas mas isso faz parte da minha costela pragmatista, sempre disposta a que apareçam hipóteses melhores do que as minhas. Até lá, de facto, persisto pessimista e bem menos "socially hopeful" do que um pragmatista "forte" e social-democrata.
9 comentários:
Mas o Beduíno tem a sua piada :
- Não tem que se demitir de nenhuma instituição porque não é senão o líder da revolução. Não sendo presidente nem rei, mas apenas líder sem nenhum poder (a menos que esteja em causa a própria Líbia ...) o sujeito herda o estatuto e a legitimidade do Divino. Chamem-lhe tolo ...
o rectângulo comporta-se como o mundo Muçulmano
com a pequena diferença deste comportar 1/4 da População mundial
(demasiadas etnias, leituras diferentes do Alcorão, profundas divisões profundas politicas).
sempre assim foi
basta ler o 1º vol da história de Portugal de Herculano
Parece que querem liberdades,pelo menos algumas,e poder mudar de chefes de vez em quando,talvez por processos pacificos como eleições (eu sei,não muito populares em parte da nossa blogosfera)que pelo menos evitariam revoluções mais ou menos sangrentas cada vez que tentam desfazer-se das famílias que os governam há 30,40 anos. É pouco? É muito para eles,pelos vistos,que até se dispõem a morrer por isso.Ou não? E quanto aos regimes democráticos serem uma exclusiva originalidade ocidental,gostaria de lembrar que na India,que não fica exactamente entre a Noruega e a Finlândia,e que tem mais de mil milhões de habitantes e muitas desigualdades,funciona um regime democrático,com partidos,eleições,etc,há mais de 60 anos.Pois é.
Caríssimo J. Gonçalves,
O argumento do Pedro Lomba é falho! Há ali um enorme erro sobre pressupostos e juízos sobre os erróneos, que lá não estão! Um Estado bronco autoritário não significa, necessariamente, que se construa pela "ordem e estabilização". Muito pelo contrário! Nos casos versados promoveram a desordem emergente da discricionariedade arbitrária e a estabilização da prepotencia! Estados de excepção incapazes de gerar instituições virtuosas!
Mas, de qualquer modo, é preferível partilhar o optimismo do P. Lomba, nem que seja em homenagem à metamorfose do direito a ser quem são!!
Os "Ventos de Mudança" que assolaram a África Negra no pós guerra, com uns toques de modernismo-facebooker, chegaram agora ao Mundo Árabe. Esperar, agora, tragédias menores que as vividas mais a sul é uma perigosa ignorância etnocêntrica.
A Democracia não é para aqui chamada. O problema dos regimes corruptos e tirânicos dos países árabes não foi o desleixo, o excesso de força ou de injustiça; é simplesmente o preço dos alimentos e o desemprego. Nada disto aconteceria (ao mesmo tempo e pela contaminação...) se a malta andasse de barriga cheia. Mesmo sendo a maioria da população jovem - e mesmo que sejam dados a ir ao FaceBook - uma vez desligado o PC ou o telemóvel com internet, o que eles não têm é O QUE COMER. A democracia, os valores ocidentais (sim, ocidentais, europeus e do cristianismo!), o respeito pela vida, a conquistada igualdade entre sexos (tão cara aos agnósticos) NÃO ANDA NAS CABEÇAS DOS FANÁTICOS TRIBAIS, sejam novos ou velhos. No Qatar, no Barhain, por exemplo, a revolução-revolta passou rapidamente da fome para a fúria religiosa - vindo agora à superfície o ódio entre chiitas e sunitas (uma eterna querela de comadres intriguistas, transformada em questão teológica). Tudo isto é, sim, revelador da pobreza cultural e da ausência de valores 'avançados' nesses países, e nada mais. Razão tinha o odioso e putanheiro Berlusconi quando há poucos anos se referiu aos seus vizinhos mediterrânicos como "sociedades atrasadas e inferiores", com escândalo das manicures de esquerda que dessas sociedades só conhecem os hotéis e filtram o que lhes é conveniente: deviam casar as suas filhinhas com esses selvagens da Magrebe. A nossa sociedade - portuguesa - não é muito melhor, pois também aqui a lógica dominante é a tribal-partidária. Tal como temos vindo a ser sustentados por empréstimos argentários - para podermos comer - a merda da 'Europa' sugere agora um 'Plano Marshal' para o mundo árabe; mais uma vez é a cobardia e o medo que procuram manter e sustentar o que já devia ter acabado; assim como manter a funcionar o gás, o petróleozinho e os investimentos. Esta 'pasta' não tem solução fácil.
Ass.: Besta Imunda
Ahh, ó Besta Imunda a igualdade entre sexos é muito querida dos agnósticos ? Essa é boa, nunca tinha ouvido ... mas olhe que, a propósito de agnosticismo e de ter referido o "petróleozinho", tivemos hoje uma alegria (SICn) : - parece que há petróleo em Alcobaça. Sim senhor !
Ó caramba Nosso Senhor permitisse, que mais não fosse para abastecmento do rectângulo ...
Tanta ignorância que aqui se vê.., Preconceito, etnocentrismo, crueldade, credo..de fugir.
É tudo uma questão teologica...e a besta imunda, é um muçulumano com uma bomba no bolso
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