Há coisas que não podem ser avaliadas com "emoção" histérica como se estivéssemos num programa da Julinha Pinheiro. A moção anunciada do dr. Louçã é uma delas. Qualquer trolha com a escolaridade básica percebe o propósito deste reciclado "radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista", nas sábias palavras do dr. Álvaro Cunhal. E o principal, seguramente, não é o de derrubar o governo. Se todos alinharem pelo tacticismo do dr. Louçã, teremos um mês de bravatas inconsequentes e, sobretudo, Sócrates a fazer aquilo que faz melhor (aliás, desde Setembro de 2009 que não faz outra coisa) - resistir. Por isso era melhor acabar desde já com a demagogia do Bloco, denunciando-a sem ambiguidades. E não, como Portas (tantas vezes o Bloco ao contrário), a fazer-se de sonso "disponível" para ler o que Louçã vai escrever ou deixar de escrever como se isso interessasse alguma coisa. Os tipos que nos andam a sustentar lá fora não olham para aqui com os olhos de um leitor do "jornal do crime" ou da "maria" nem são dados a comoções ou delíquios. O dinheiro é frio e não aprecia particularmente a actividade circense meridional da periferia. Pensem nisto. Se conseguirem.
17 comentários:
É patente a ausência de programa e estratégia no PSD; pelo menos naquele PSD - basista e taberneiro - que vai aos congressos, emporcalha reputações e derruba líderes com a intriga. Passos & Ângelo até podem ter uma ideia vaga e amadora 'do que fazer' uma vez no governo. Mas a espera e a fome de emprego são demais para as transversais-gentes da província social-democrata. Louçã emitiu uns gases políticos e logo se agitou a malta famélica, desempregada, saudosa de verbas e - visceralmente - sempre com um olho terno para uma qualquer enormidade como uma 'regionalização' ou uma 'reforma da administração' (daquelas reformas que fariam tipos como Ruas, Menezes e Jardim sorrir). Mesmo que Passos saiba que não tem dinheiro para distribuir nem institutos para atochar até ao tecto com 'companheiros e amigos', é disso que a malta está carente. E depois nem a galeria de teóricos e peritos em finanças, que o PSD arvora, consegue entender-se quanto a soluções para esta coisa-país. Mesmo que Passos e os seus cheguem ao 'poder', vão passar - como diz o pessimista e inconveniente Dr. Medina Carreira - um ou mais anos a perceber o funcionamento dos ministérios, do país e a real e horrível dimensão do buraco. Até porque sócrates e o PS, incompetentes e criminosos, devem ter tudo armadilhado. Isto vai mal...
Ass.: Besta Imunda
É bom recordar, principalmente quando o recordar nos traz à mente os bons momentos da vida que vivemos. Mas na vida não há, o que é pena, apenas momentos de saudável alegria, de satisfação plena. Na vida de cada um não faltam, infelizmente, as ocasiões de tristeza, de muito pesar, em que a alegria está totalmente arredada.
A maior parte da minha vida decorreu durante as ditaduras do Professores Salazar e Caetano. Houve momentos de muita alegria, mas a tristeza rondou sempre mais do que seria desejável.
Atingida a idade da razão cedo me apercebi que era “alérgico” a ditaduras. A minha maneira de ser – coração muito perto da boca, como dizia a minha Mãe – são uma das causas dessa alergia.
O acesso a certo tipo de leituras estava-me quase vedado por dificuldades financeiras. Por isso não foi cedo que me apercebi da qualidade dos homens que se metem na política. Foi meu Pai quem me foi abrindo os olhos. Republicano, detestando a ditadura, não deixou, no entanto, de me mostrar, durante as muitas conversas que teve comigo, a qualidade da corja que chafurdou na República, que tanto idolatrava. Um nome apenas distinguia: António José d’Almeida. O resto, dizia, era escória política.
E foram as pequenas palestras de meu Pai que fizeram nascer em mim uma certa simpatia, mas não concordância, entenda-se, com a ditadura, porque vi nela um meio discreto de correr com o esterco republicano.
Na minha juventude, e, mais tarde, já homem feito, ouvi as constantes críticas à ditadura, a quem culpavam de todos os males que atingiam os portugueses, mesmo daqueles que eram consequência do desvario pessoal de cada um.
Acusava-se a censura de esconder o que não era conveniente que fosse conhecido, de impedir que se ensinasse o povo. Hoje, que dizem estar-se em democracia, a censura persiste, embora com roupagem diferente e, por isso, mais dispendiosa, e o povo continua bronco ou mais ainda.
Era permanente a afirmação de que a ditadura só beneficiava os ricos e abandonava os pobres. Havia até um coitado que cantava: “Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada”. Hoje, é enorme o fosso que separa os ricos dos pobres, bem maior do que aquele que a ditadura proporcionou, e os que hoje comem alambazam-se.
A oposição da altura vociferava constantemente contra o aumento dos impostos, aumentos que atingiam, vincavam, principalmente as classes trabalhadoras. Hoje, a carga fiscal de outrora não tem paralelo com a de agora, que sacrifica os mesmos...
...por falar em 'ditadura' e 'fascismo', não pude deixar de considerar com desânimo quão enquistada está (quase) toda a mentalidade lusa nos benefícios da estatização, da mediocridade, do esquerdismo mais conservador e selvagem e na imobilidade mais estéril; tudo a propósito da nova 'lei dos despejos', que talvez - apenas 'talvez' - possa agora trazer um módico de funcionamento ao mercado de arrendamento. Salazar congelou rendas, mas também congelou a inflação, controlou os preços, domesticou as oscilações dos mercados; e garantia um certo medo da polícia. Tudo para evitar agitação e descontentamento excessivos, assim como para garantir ao Portugal Pequeno uma vida previsível. Nas Conquistas de Abril mais patéticas os partidários do progressismo e do controlo operário precipitaram-se a incorporar estas medidas salazarentas. Parece que para o governo (ou a AR) legislar sobre arrendamento é necessária uma prévia reunião com os 'parceiros sociais' - ou seja a CGTP e a UGT - afim de obter uma luz-verde revolucionária; no fundo a Inter e o PCP pronunciam-se com autoridade férrea sobre a propriedade alheia e sobre o tempo que um caloteiro pode permanecer impune, beneficiando de casa à borla. Ainda hoje !. Julgo que deve ser caso único no mundo. A comunização mais primitiva e pesada abateu-se sobre portugal em 1975, e ainda por cá anda. De que se queixam o PCP e o BE ?
Ass.: Besta Imunda
como dizem do outro lkado do rio Atlântico
'ou trepa,
ou sai de cima'
É bom recordar que ainda há pouco houve quem defendesse o chumbo pelo PSD do OdE de 2011.
Para desgraça do nosso PM a moção já foi anunciada há 24 horas e os malvados mercados não reagiram. E a commissão diz que é normal. Se lá para terça-feira houver uma subida ele vai dizer que a culpa é do BE.
Muito engraçado!...
Afinal, a Sócrates e ao seu governo, não falta colinho.
Ou será pura estratégia, esta sim tacticista, dos cobardes à direita?
Não se pode perder o ensejo de correr com o dito cujo...
Lamento, mas há custos que serão recuperados no futuro. Esta tropa do dito cujo afunda isto diariamente!
PC
«E não, como Portas (tantas vezes o Bloco ao contrário), a fazer-se de sonso "disponível" para ler o que Louçã vai escrever ou deixar de escrever como se isso interessasse alguma coisa».
Não sei o que disse Paulo Portas acerca deste assunto, mas que ouvi o líder parlamentar do PSD dizer exactamente que o partido ponderará e depois decidirá o que fazer à moção de censura ... ahh isso é que ouvi sim senhor ! Por consequência, e pelos vistos, "sonsos" há muitos !
João Gonçalves, por mim, e quem sou eu senão um cidaddão cristão, moderado, razoável, penso, e de olho clínico na bagunceira política, por mi, lhe teclava, acho preferível que a «besta» Sócrates caia em legalíssimas eleições venham elas pachorreiramente quando vierem do que em golpes circences que só o vitimizam ameaçando a todos nós trazê-lo de volta gloriosa e estupidamente incólume a desgovernar-nos uma temporada mais de pesadelo.
«Um passo atrás dois passos adiante» rezava o catecismo leninista-marxista...
A Senhora de Lourdes e da Imaculada Conceição se amercie desta nossa pecadora desgaraça. Amen!
Ochoa, de nome cristão, baptizado, crismado, comungado, confessado, sob a efusão do Espírito de um segundo baptismo renascido.
Só Deus basta.
A nós que não adoramos nem Besta nem Dinheiro!
Fique bem amigo.
Tenho saudade de suas «palavra do dia»
O abraça ainda assim este banido.
Será que estamos em vésperas duma coligação PSD/Bloco de Esquerda?
Mesmo assim, João, mesmo assim: Sócrates rua, já, senão pelos fundamentos do Bloco, pela fundamentação do desastre em decurso.
O João Gonçalves, uma espécie de Mourinho da blogosfera nacional, mas com mais derrotas, embora menos que as de Pacheco Pereira, acha deter o monopólio da frieza e diz que «há coisas que não podem ser avaliadas com emoção histérica como se estivéssemos num programa da Julinha Pinheiro.» Pois não. Com toda a frieza, declaro irrelevante o propósito ou despropósito do Bloco de Esquerda, que «não será propriamente o de derrubar este Governo», concedo. Acho, porém, miserável que no transe desastroso português enterrado de dívida descomunal todas as semanas, uma moção de censura tenha de ser má apenas por ser do Bloco, enquanto afinal PSD e PP descarregam dia a dia o legítimo carregador de críticas sobre um Governo há muito descredibilizado e objectivamente danoso, disfuncional nas suas funções. Fazem-no sem outros efeitos que a conjugação de verbos e o rendilhado da frase. Sócrates, que nos trouxe à bancarrota e já nos vendeu à China, às Arábias e a outras tiranias endinheiradas, afinal não obtém dos Mercados qualquer armistício especulativo, pudera!, nem poupa os Contribuintes. Não temos por onde apodrecer mais ainda. O que urge é mudar sem mais.
Trata-se apenas de um arrufo de namorados ou um pequeno ajuste de contas depois do descalabro do candidato Alegre. A vontade de pregar pregos é contagiosa.
Apontava-se e aponta-se ainda hoje a ditadura, falseando a realidade, como fautora da fome a que estiveram sujeitos muitos portugueses nos anos 40 e 50 do século passado. Propositadamente, esqueciam-se e esquecem-se ainda hoje, velhacamente, de referir que tinha havido uma guerra e que tinha sido o bloqueio imposto pelos alemães à Europa a causa da escassez de bens alimentares, que sempre produzimos em quantidade insuficiente para as necessidades do país. Hoje, não há guerra e os esfomeados são mais que muitos. Não fora a existência de fortes sentimentos de solidariedade, ainda existentes em muitos portugueses, de caridade cristã, e assistiríamos ao espectáculo degradante de vermos portugueses a morrer de fome por todo o lado.
Afirmava-se, e afirma-se ainda, ser culpa da ditadura a elevada taxa de analfabetismo existente, sem se indicar quais as taxas relativas a 1926 e 1974, para se poder comparar. Hoje, deve haver menos analfabetos, mas a maior parte dos alfabetizados não tem preparação que se compare à dos que foram alfabetizados durante a ditadura. A ditadura criou escolas. Estou a recordar o Plano dos Centenários e outros. A democracia fecha escolas, com a alegação de que não têm número suficiente de alunos, mas escolas que a ditadura conseguiu aguentar, mesmo em circunstâncias adversas.
A todo o momento se dizia que a ditadura forçava o povo a viver uma vida estagnada, sem futuro, que não havia desenvolvimento que lhe possibilitasse um melhor nível de vida, desenvolvimento que só poderia ser conseguido, reforçava-se, com um regime democrático. Conversa mole do costume. Treta habitual das aves políticas, muitíssimo piores, muito mais nefastas, que as de rapina. Porque a treta do desenvolvimento, do crescimento, outro slôgã muito habitual, tinha uma única finalidade para o que restava de republicanos e seus filhos, mas não só: de proporcionar um caminho amplo que lhes permitisse o enriquecimento livre e rápido por meio de todo o tipo de manobras ilícitas: o roubo, puro e simples, a vigarice, a corrupção, a fajardice, a aldrabice, o compadrio, a venda de favores. O rol é imenso.
Vejam só o que se passa hoje e que é, apenas, o que não é abafado pela moderna censura, que custa uma pipa de massa, e chega ao conhecimento público: É a roubalheira da Cova da Beira, é a roubalheira do Freeport, é a roubalheira conhecida como Face Oculta, é o caso Portucale. A pouca vergonha da distribuição de tachos para eles e para os seus filhos recém-licenciados, mas de reduzidos conhecimentos e de experiência e competência quase nulas. A atribuição de vários tachos ao mesmo safardana, que, por falta de capacidade de trabalho, de conhecimentos e experiência adequados, se rodeia de todo o tipo de assessores. O privilégio concedido aos marmanjos que se encontram em altos postos, de serem eles próprios a fixarem as suas remunerações, as pensões de reforma, os quantitativos para despesas de representação, e demais subsídios que as suas mentes obtusas descobrem para aumentar os seus rendimentos sem contrapartidas de trabalho efectivo e honesto. A atribuição de lugares rendosos em administrações de empresas a pessoas com mais de setenta anos e já com reformas de outros tachos. Com 65 anos de idade e 48 de trabalho, sem assessores, mandaram-me para a reforma porque não podia continuar a trabalhar com tal idade. Mas um político de merda já pode?
Não me venham com o argumento de que são pessoas experientes, que, como tal, não abundam. E trabalho durante 48 anos não dá experiência? Por tal princípio os jovens têm de ser sempre preteridos porque não têm experiência e nunca chegarão a tê-la por causa da teoria dos mamões. Mas não têm experiência nem a podem adquirir enquanto os mamões politiqueiros ocuparem lugares cimeiros, mesmo depois de atingida a idade em que outros são mandados para a reforma.
A ditadura do Professor Salazar continuada pelo Professor Marcelo Caetano, não foi perfeita. Houve erros. E a ditadura actual é perfeita? Que dizem os detractores daquela que chafurdam na actual? Não se revêem, mas para muito pior, naqueles que criticavam?
Apontem-me as aldrabices praticadas por aqueles insignes professores para a obtenção dos seus cursos. Apontem-me os actos de desonestidade de que tenham sido protagonistas para seu governo de vida. Digam-me qual era o valor das suas fortunas pessoais no início e no fim das suas carreiras políticas. E ninguém afirma que tivessem dinheiro em paraísos fiscais.
Ao observar o que se passa neste pobre país onde nasci, sinto o temor do contágio que pode vir da vil canalha política actual. Afasto-me deles pelo nojo que me metem.
Causticozinho: Olha que podes so ter um ano de experiencia e 47 de repetição. Aproveita a reforma e sai mais de casa. Já percebi que tens um espirito novo mas não tens que ficar agarrado ao computador o dia todo...ou nos blogs ou a jogar PES.
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