Parece que o dr. Passos murmurou que "o pior ainda está para vir". Começa a ficar realista, o rapaz. Pena é que já esteja comprometido com esse pior.
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
31.10.10
ALEGRE ESQUIZOFRENIA
Esta gente não tem vergonha alguma. Refiro-me aos "berloqueiros" do dr. Louçã. Uns dias estão contra o PS de Alegre e Sócrates. Noutros, por causa do primeiro, abancam com o "inimigo". Mas a falta de vergonha começou com o próprio Alegre que também é "dois em um". O deputado pseudo-rebelde da maioria absoluta foi engolido pelo vaidoso e ambicioso candidato do BE que combinou com Sócrates não maçar mais do que o mínimo exigido pelo decoro do respeitinho partidário em troca do apoio da nomenclatura. Não é por acaso que outro ambicioso (mais inteligente e perigoso do que ele, S. Silva, ironicamente ministro da defesa nacional) se senta na comissão politica da candidatura. Finalmente não admira que esteja como está nas sondagens. Com um bocado de sorte, ainda terá menos que o mítico milhão de votos de 2006. E já é muito.
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Manuel Alegre
A NOMENCLATURA COMUNICACIONAL
«De tudo o que se lê, ouve ou se tevê, fica a impressão de que Portugal seria governado por génios caso não houvesse eleições...»
Medeiros Ferreira, Córtex Frontal
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A CANDIDATA 13
Os brasileiros, em muitos casos uma degenerescência do pior que já cá havia, preparam-se para eleger a D. Dilma para suceder provisoriamente a Lula, um epígono exemplar das esquerdas mundiais depois do fracasso de Obama, fatalmente remetido à sua condição de presidente do Império guerreiro e falido. A D. Dilma é um produto da esperteza fria de Lula e do seu Ptismo populista e, grosso modo, corrupto, Politicamente é um zero, uma invenção destinada a falar pelo outro e a exibir o outro por interposta pessoa, uma coisa tipicamente latino-americana, um upgrade da endogamia monárquica. Quando acordei, a antena1 - tão regimental lá como cá - começava as notícias não apenas com a abertura das urnas no Brasil mas com a vitória anunciada da candidata 13. Sorte a deles, azar o deles. Aquilo só mesmo para sol, mar e alguma literatura ou música. O resto é lixo.
COBARDIA*
Génio derrotado, com os quatro ossos
escondidos em roupas elegantes, cada um exibe
um rosto atento, em que os outros possam
colar uma suspeita; nos cafés, de dia,
à noite, nos salões: mas em vão cada um procura
decifrar no rosto alheio o regresso
da esperança antiga: e se nele descobre
alguma esperança, é uma esperança inconfessável,
no jogo da procura e da oferta,
e o olhar parece ser apenas o espasmo
de uma ferida íntima: que nos torna exangues,
inertes, descontentes, e conduz a uma greve
dos sentimentos, a uma pausa culpada
da consciência, a uma paz malsã,
que só dá dias cinzentos, de tragédia.
Assim, se olho para o fundo das almas
dos grupos de indivíduos que vivem
no meu tempo, próximos de mim ou meus vizinhos,
vejo que dos mil sacrilégios possíveis
que qualquer religião natural
pode enumerar, aquele que permanece
sempre, em todos, é a cobardia.
Um sentimento eterno - uma forma
de sentimento - petrificado, imutável,
que deixa em qualquer outro sentimento,
directa ou indirecta, a sua marca.
É essa cobardia que faz do homem um descrente.
É uma espécie de profundo impedimento
que rouba força ao coração do homem,
calor ao raciocínio,
que o faz falar da bondade
como se fosse só comportamento,
de piedade como se fosse apenas norma.
Pode torná-lo feroz, por vezes,
mas sempre o torna prudente:
mesmo que ameace, julgue, ironize, escute,
está sempre, intimamente, apavorado.
Não há ninguém que escape a esse medo.
Por isso, ninguém é, de facto, amigo ou inimigo.
Ninguém pode sentir uma paixão verdadeira:
a chama apaga-se de repente,
como por resignação ou arrependimento,
nessa antiga cobardia, nessa hormona
misteriosa que os séculos engendraram.
Reconheço-a, sempre, em qualquer homem.
Pier Paolo Pasolini
*daqui
escondidos em roupas elegantes, cada um exibe
um rosto atento, em que os outros possam
colar uma suspeita; nos cafés, de dia,
à noite, nos salões: mas em vão cada um procura
decifrar no rosto alheio o regresso
da esperança antiga: e se nele descobre
alguma esperança, é uma esperança inconfessável,
no jogo da procura e da oferta,
e o olhar parece ser apenas o espasmo
de uma ferida íntima: que nos torna exangues,
inertes, descontentes, e conduz a uma greve
dos sentimentos, a uma pausa culpada
da consciência, a uma paz malsã,
que só dá dias cinzentos, de tragédia.
Assim, se olho para o fundo das almas
dos grupos de indivíduos que vivem
no meu tempo, próximos de mim ou meus vizinhos,
vejo que dos mil sacrilégios possíveis
que qualquer religião natural
pode enumerar, aquele que permanece
sempre, em todos, é a cobardia.
Um sentimento eterno - uma forma
de sentimento - petrificado, imutável,
que deixa em qualquer outro sentimento,
directa ou indirecta, a sua marca.
É essa cobardia que faz do homem um descrente.
É uma espécie de profundo impedimento
que rouba força ao coração do homem,
calor ao raciocínio,
que o faz falar da bondade
como se fosse só comportamento,
de piedade como se fosse apenas norma.
Pode torná-lo feroz, por vezes,
mas sempre o torna prudente:
mesmo que ameace, julgue, ironize, escute,
está sempre, intimamente, apavorado.
Não há ninguém que escape a esse medo.
Por isso, ninguém é, de facto, amigo ou inimigo.
Ninguém pode sentir uma paixão verdadeira:
a chama apaga-se de repente,
como por resignação ou arrependimento,
nessa antiga cobardia, nessa hormona
misteriosa que os séculos engendraram.
Reconheço-a, sempre, em qualquer homem.
Pier Paolo Pasolini
*daqui
30.10.10
BOM PROVEITO
Vi toda a gente muito contente com a abstenção anunciada num papel envergonhado pelo PSD e pela aprovação do PS pela voz do dr. Assis. É, digamos assim, outro "desígnio nacional" que se pagará mais adiante. Aliás, a coisa, tirando o acordo, já promete à cabeça mais 5oo milhões a arranjar num "mix" (sic) entre a receita e a despesa depois de quarta-feira. Há, assim, sérias hipóteses de voltarmos ao calçadão. Bom proveito.
É A ISTO QUE SE VAI DANDO FÔLEGO E DINHEIRO?
«A minha escola está a ser requalificada e vai ter um novo nome, para fingir que é nova. Na passada sexta-feira, o pavilhão novo, ex-libris da tal novidade e concluído há poucos meses, era, no rés-do-chão, um lago, esvaziado a balde após terem sido canceladas as aulas e evacuados alunos e professores. No primeiro andar, perante a proximidade de salas onde baldes iam contendo a água que se infiltrava, os alunos pediam que os deixassem também ir para casa, até porque, dias antes, tinham avistado uma placa caída do telhado a esvoaçar graciosamente até ao chão. Perante o descalabro do ensino, que não me canso de denunciar, não tardará que o analfabetismo absoluto atinja arquitectos e engenheiros como todas as outras classes profissionais. Depois, lá estará a Parque Escolar para empregar os mais "aptos".» (da leitora Isabel)
POR QUEM OS SINOS DOBRAM
Este é um fim de semana de finados. Literalmente. Os portugueses nem sequer precisam de rumar até às ossadas e cinzas dos avoengos, causando quase seiscentos acidentes de automóvel em menos de 24 horas (corja de alarves irresponsáveis!) para perguntar por quem os sinos dobram. Porque eles dobram por eles mesmos.
RESTA-NOS EMPOBRECER
E A POPULAÇA DESCOBRE DE REPENTE QUE FOI ENGANADA
«Era inevitável que o autoritarismo do primeiro-ministro e a facilidade com que ele sempre se moveu da esquerda para a direita, e da direita para esquerda, acabasse mal. Pior ainda: o Governo pela propaganda, ou seja, pela ilusão ou mesmo, às vezes, pela mentira é manifestamente a pior receita para durar. Tarde ou cedo, deixa de ser possível esconder a realidade com palavreado ou com espectáculo e a populaça descobre de repente que foi enganada. Não por acaso a execração que Sócrates conseguiu suscitar se tornou praticamente obrigatória e é agora partilhada em Portugal inteiro. O PS não se levantará tão cedo do descrédito (e do desprezo) que Sócrates lhe trouxe. Se esquecermos Louçã e o radicalismo ridículo e piegas de Manuel Alegre (que, de resto, 80 por cento do eleitorado ignora), o país pertence hoje ao dr. Cavaco e ao PSD de Passos Coelho.»
Vasco Pulido Valente, Público
29.10.10
INUNDADOS DE MÁ MOEDA
Tem razão. Se isto fosse consigo já estava metido num colete de forças e internado.
O ENTULHADOR DE MITOS
Assisti pessoalmente a isto, uma espécie de desfazer em segundos a mitologia do grande presidente de câmara que é o comentador Costa e dos seus dois maiores ajudantes de campo, o sr. Fernandes e a lunática Roseta. Infelizmente o entulho que enche a cabeça do edil Costa não foi avistado, no meio da água, em direcção ao rio - como a natureza tem sempre razão! - com ele lá dentro. Não se esqueçam de o pôr a seguir ao Sócrates.
ÉRAMOS ASSIM
28.10.10
UM ENCONTRO
Santana Lopes é adepto de um "governo de salvação nacional". Pacheco Pereira fala num de "emergência nacional" numa "quadratura" onde, há semanas, impera uma maçadora língua de pau praticamente única. Algum dia, com ou sem escritura lavrada nas estrelas, acabariam por se encontrar.
O SUSTO
Luís Amado, MNE português, já se manifestou "vigorosamente" contra as alterações que a sra. Merkel, com o beneplácito francês, pretende ver introduzidas na coroa de glória que é o tratado de Lisboa no sentido de um maior controlo sobre os países da "zona euro" incumpridores. Imagino que a sra. Merkel, a pagadora crónica das derivas meridionais, não consiga dormir sossegada com este susto pregado por essa eminência mundial que é o dr. Amado.
OUTROS TEMPOS, OUTRA GENTE
A "MAGISTRATURA ACTIVA"
A enfadonha e promíscua raça nouveau riche dos "politólogos", segundo a "politóloga" do Público D. São José Almeida, anda a estudar o conceito de "magistratura activa" lançado há dias por Cavaco Silva. Não desfazendo nas setenta teses académicas e nas trezentas e cinquenta intervenções televisivas que serão oportunamente produzidas, talvez "magistratura activa" queira simplesmente dizer fazer o que será preciso fazer a partir de 9 de Março de 2011 tentando não puxar a vida das pessoas para baixo. Ética e materialmente, vendendo ilusões.
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FARTOS DELE
O PSD andou bem em reservar-se para a véspera da não reprovação do OE na generalidade (reparem no termo: não reprovação) para determinar o sentido do voto. Daqui a pouco parecia que era o PSD o autor do OE e o putativo responsável pela sua execução. Passos e Sócrates virão de Bruxelas com ordens para matar, ou seja, para mais "pecs" e coisas assim. Aliás, o OE é apenas isso, mais um "pec", uma espécie de vénia ao FMI para ver se ele não passa do hall de entrada. Agitar com o fantasma dos juros por causa do PSD é pura demagogia. Os juros da dívida aumentam porque não existe mais confiança nas autoridades portuguesas representadas, em particular, por Sócrates e pelo seu governo minoritário. Haja ou não OE (e vai haver como mera formalidade), Portugal é hoje um país que não merece qualquer tipo de credibilidade externa e que deve ser mantido com trela curta pela Europa que conta, como Merkel e Sarkozy, em qualquer linguarejar técnico* explicarão a um Sócrates de quem já devem estar fartos. Nós também estamos.
* Vem a propósito ler a crónica de M. M. Carrilho no DN (excluída a referência a Lula porque me recuso a passar atestados de bom comportamento linguístico ao farsante pré-Dilma quando o "exemplo" devia partir de nós, precisamente os da língua portuguesa em vias de extinção) na parte em que se alude à necessidade de cortar «com o gesto de submissão política que é andar pelo mundo a falar "portunhol", "françiú" ou "bad english", assim acabando por estropiar anos de esforçado trabalho pela afirmação internacional da língua portuguesa. E submissão é a palavra certa, uma vez que nunca se viu qualquer reciprocidade dessa atitude, por parte de líderes estrangeiros.»
27.10.10
UMA COISA VERDADEIRAMENTE GRANDIOSA
Richard Strauss: Poema Sinfónico Morte e Transfiguração. Celibidache. 1970
O PONTO
O evangelista que está hoje a ser entrevistado pelo Crespo, em torno de "ricos", há dias, no parlamento, quando se apanhou sozinho com um deputado do PSD, virou-se para o dito e disse-lhe qualquer coisa como "isto está mesmo muito mau e vocês têm de deixar passar o orçamento". É por isso que ele representa uma enorme "consciência social" para o seu candidato presidencial e este para ele. O seu ponto, por assim dizer.
A VERDADEIRA BANCARROTA
Regressámos ao calçadão. É sempre aquela coisa do Rodrigo da Fonseca - nascer, viver e morrer entre brutos é triste. Não se percebe, em conformidade, por que é que não chegam a acordo uns com os outros. E sob o olhar cínico das pitonisas de serviço agora transformadas em "especialistas" em finanças públicas. A verdadeira bancarrota é ter gente desta. Não é existirem 28 mil prostitutas de profissão que, coitadas, não nasceram assim.
UM PRÍNCIPE TRÁGICO DA DEMOCRACIA
Recomendável às novas gerações habituadas a conviver com peralvilhos partidários de plasticina, ocos, sem a menor densidade democrática ou outra. Não tinha medo de rupturas.
Adenda (do leitor José Cipriano Catarino): «E não desprezava o povo. Numa visita a Amesterdão, soube no aeroporto que entre as empregadas de limpeza havia portuguesas. Pediu para falar com elas - uma das quais a minha mãe - e conversou sobre a terra de origem, enquanto Freitas, que o acompanhava, se mantinha de lado, talvez por recear misturar-se com gente humilde. Não pediu votos, não encenou espectáculo para as câmaras, que nem lá estavam. Apenas falou em Português com portuguesas sobre a respectiva terra natal, perguntou como se sentiam na Holanda... »
Adenda (do leitor José Cipriano Catarino): «E não desprezava o povo. Numa visita a Amesterdão, soube no aeroporto que entre as empregadas de limpeza havia portuguesas. Pediu para falar com elas - uma das quais a minha mãe - e conversou sobre a terra de origem, enquanto Freitas, que o acompanhava, se mantinha de lado, talvez por recear misturar-se com gente humilde. Não pediu votos, não encenou espectáculo para as câmaras, que nem lá estavam. Apenas falou em Português com portuguesas sobre a respectiva terra natal, perguntou como se sentiam na Holanda... »
PARA FINAL DE CONVERSA
Mais perto. E agora até já lá está o mítico e "internacional" dr. Borges que se distinguiu pela irrelevância política nacional. Fica tudo em família.
A SÍNDROME MÁRIO CRESPO
Mário Crespo - escolho-o porque ilustra perfeitamente o fenómeno - tem dois ódios de estimação, a saber, o PR e o 1º ministro. Também não sou dado a gostar especialmente de Sócrates a não ser dos fatos. Mas, sobretudo em televisão, o que releva (ou devia relevar) é ajudar os que a estão a ver a pensar e não transformá-los em putativos estagiários de um remake misto de O Crime com a revistinha Maria. Ora Crespo (e por Crespo quero referir-me a um plural majestático), com as suas obsessões "temáticas", arrasta notícias e convidados para o propósito do dia que tem na cabeça. É lamentável que muitos dos convidados se deixem arrastar para as "conclusões" que o "crespismo" já traz preparadas de casa e que dão para horas e dias de "formação". Defensor indisputável da liberdade de expressão, julgo que o "crespismo" - nas suas variantes mais ou menos populares que incluem comentários anónimos na web - deve florescer até como exemplo do que o ressabiamento pode fazer a pessoas inteligentes. Nunca leram Richard Rorty, pois não? Ou mesmo Proust ou Oscar Wilde? Então leiam porque dito assim parece tirada "ao lado". Não é. Quem não aprende a redescrever-se ironisticamente ou a intuir em cada momento da nossa vida a pura contingência dela, não anda cá a fazer nada.
26.10.10
NÃO VENDE ILUSÕES
«Neste panorama miserável resta olhar para cima e ver que na Presidência da República está um homem que não vende ilusões, mentiras e que não gosta desta política. É verdade que foi no seu tempo de primeiro-ministro que nasceu e floresceu muito do entulho que ainda hoje polui a sociedade. Mas também é verdade que hoje é o único referencial de realismo e honestidade. A sua reeleição é necessária, embora esteja longe de ser suficiente para secar este pântano. Seja como for, haja Cavaco.»
António Ribeiro Ferreira, CM
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O QUARTO ELEMENTO
Quais abóboras, a partir da meia-noite, na tvi24, o Nuno Ramos de Almeida, o Tomás Vasques e o Miguel Morgado estarão a falar, com um quarto elemento, da recandidatura de Cavaco Silva. Modera o Filipe Caetano.
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TVI24
A LUTA CONTINUA (act.)
O Chefe de Estado apresenta hoje ao fim do dia a sua recandidatura a Belém. É, naturalmente, o meu candidato. São vinte e cinco anos de lealdade política que nenhuma insatisfação de circunstância pode apagar. Depois da vitória de 2006, escrevi no Independente que «a sua eleição teve um significado pedagógico importante». Porquê? Porque representou a derrota de um insuportável paternalismo jacobino que ainda persiste na sociedade portuguesa e dos propósitos de infantilização da opinião pública com estafadas ameaças, insultos gratuitos (em poucas horas, alguns comentários néscios a este post, remetidos ao lixo de onde vieram, apenas o confirmaram) e propaganda falaciosa. A sobranceria de muita gente acerca de tudo e de todos, particularmente em matéria de subtileza "cultural", teve a resposta que merecia - desintoxicadora, verdadeira, séria. Voltará a ter. A luta continua.
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25.10.10
OE OU O FADO DA CARTA
Estas "negociações" orçamentais lembram-me o velho fado acima postado. Com vantagem para o fado.
O "ROUBO"
Um relatório, salvo erro da Comissão Europeia, coloca a nossa justiça no limbo da mediocridade. Os processos arrastam-se por quase quinhentos dias e, mesmo assim, temos uma das mgistraturas melhores remuneradas da Europa sobretudo no topo da carreira. Quanto a atrasos, só somos superados pela modelar Itália dos "capos". Há dias, num acesso infeliz, o presidente da associação sindical de juízes falou em "roubo" a propósito dos cortes anunciados nos salários da função pública onde eles se incluem. Mas permitir que a justiça se tenha degradado a este ponto de total desconfiança pública nas respectivas instituições, é o quê?
24.10.10
O AMIGO DA ONÇA
Marcelo achou divinal uma entrevista qualquer do candidato presidencial do BE e do PS (envergonhado). Em compensação, Marcelo (que se afirma apoiante de Cavaco como se ele apoiasse alguém para lá da sua magnífica pessoa) não perde uma "oportunidade" para alfinetar o PR. Já que lê e recomenda tantos livros, por que é que não lê o da foto? E os outros três?
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Marcelo Rebelo de Sousa
CECI N'EST PAS UN SOULIER
Ainda não consegui decidir se Joana Vasconcelos é mais uma beneficiária de algum charlatanismo que tomou conta da chamada arte contemporânea ou se é mesmo genial. Talvez o Carlos Vidal me possa ajudar.
OS MONÁRQUICOS
Um tal Paulo Estevão foi "reconduzido" - que ironia - como presidente do Partido Popular Monárquico ou do que resta dele. O PPM integrou a AD, em 1979, com Gonçalo Ribeiro Telles que entretanto foi praticamente transformado em compagnon de route do PS. Depois perdeu-se-lhe o rasto salvo quando aparece em outdoors de terceiros. Quantos partidos monárquicos haverá em Portugal já que têm uma irreprimível tendência para se zangar uns com os outros?
ENTRE BOLA E SEGREDOS
Oitenta e sete associações, ranchos folclóricos, clubes desportivos, câmaras de comércio, cinco fundações, a Associação de Ténis de Mesa do Distrito de Viseu, a Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão. o Clube de Futebol "Os Armacerenses", o Hóquei Clube de Santarém, o Rancho Folclórico Camponeses de Arosa, o Centro de Conservação das Borboletas de Portugal ou a Associação Columbófila do Distrito de Lisboa, etc., etc. têm algo em comum? Têm. Isenções fiscais e reconhecimento, nalguns casos, do estatuto de utilidade pública que confere as primeiras. Foi na Venezuela ou na Noruega? Não. Foi em Portugal, no ano da graça de todos os apertos, 2010, pela mão do governo. Num país agachado, pode fazer-se tudo e o seu contrário? Pode, assim haja bola e segredos.
A HIPOCRISIA SOCIALISTA E A IGREJA
Sou católico. Não o seria se não fosse livre. Por isso, as relações com os meus "pares" e com a instituição terrena, sobretudo a portuguesa, que representa a minha fé não se distinguem particularmente pela amenidade. O Papa Ratzinger fortalece essa fé na exacta proporção em que demais evangelistas avulsos a deixam indiferente. Para além disso, vivo a coisa como algo inteiramente privado e desconfio de "comunidades" disto e daquilo. Ora parece que o Estado, através do vil metal, se prepara para deixar de apoiar instituições de solidariedade social que não sejam católicas, criando uma situação favorável a manifestações de indignação militante da jacobinagem habitual e de gente inteligente. Apesar de maioritária em relação às outras em Portugal, a Igreja católica, nesta matéria, não pode ficar refém da hipocrisia socialista, sujeitando-se a mais um chorrilho de parvoíces. Se fosse a ela, seria o primeiro a dizer-lhes "não e muito agradecido pela distinção".
23.10.10
ESMAGADO PELA PATA HUMANA
«Estou querendo viver daquilo inicial e primordial que exactamente fez com que certas coisas chegassem ao ponto de aspirar a serem humanas. Estou querendo que eu viva da parte humana mais difícil: que eu viva do germe do amor neutro, pois foi dessa fonte que começou a nascer aquilo que depois foi se distorcendo em sentimentações a tal ponto que o núcleo ficou esmagado em nós mesmos pela pata humana. É um amor muito maior que estou exigindo de mim – é uma vida tão maior que não tem sequer beleza.»
Clarice Lispector, A Paixão Segundo G.H.
UM RETRATO
Vale a pena conhecer o bonzo que manda nas "novas oportunidades" e as suas extraordinárias "opiniões". Não se pode dar-lhe valentemente com a velhinha menina dos cinco olhos?
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descalabro ético,
qualificação,
Regime
A VANTAGEM DE CARRILHO
Manuel Maria Carrilho regressa aos comentários na televisão. Começa hoje, na tvi, no respectivo jornal nacional às 20. Da última vez que Carrilho apareceu nestas coisas - e que eu acompanhasse - foi na sicn, nos idos de 2000/2001, onde sinalizava "o estado da nação" guterrista a caminhar rapidamente para o fim "pantanoso". Não concebo que faça menos do que isso em relação ao "estado da nação" socratista. Com os comentários televisivos, por parte do PS, entregues a um conjunto de veneradores mais ou menos politicamente iletrados e, em geral, a um registo único e rebarbativo, Carrilho leva, desde logo, vantagem.
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TVI
JANUS E FERREIRA LEITE
Se bem me lembro, a dra. Ferreira Leite - bem como o seu oráculo Pacheco Pereira - foi das primeiras, ainda nos prolegómenos da novela mexicana do orçamento, a defender a abstenção do PSD mesmo antes do referido PSD conhecer o orçamento para o qual a dra. Ferreira Leite pedia, desde logo, piedosa abstenção. Consta que na reunião da turma parlamentar apelidou a coisa de "vigarice" e sugeriu o cárcere para os seus autores. Espero, em consonância com tamanha virulência, que esta segunda versão musculada da dra. Ferreira Leite não se abstenha quando chegar a hora de avaliar a "vigarice".
FOI VOCÊ QUE PEDIU UM "GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL"?
Os "teóricos" do "governo de salvação nacional" precisam responder a estas perguntas do PR antes de abrirem a boca: «Como é que um PR pode encarar a hipótese de dissolver a AR quando ela mantém a confiança num governo? Antes de nomear este Governo, chamei os partidos e todos disseram que devia nomear o governo do PS presidido pelo eng.º Sócrates. O programa foi apresentado na AR e passou. Já houve uma moção de censura e foi rejeitada.» Para já, estamos conversados. (No Facebook)
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Presidente da República
UMA DEFINIÇÃO
Chávez, a glória da "esquerda moderna" de Sócrates, regressa a Portugal pela enésima vez. Vem por causa da construção naval e dos magalhães. Enquanto continuarmos a ser ponta de lança de gente desta que o nosso 1º ministro apascenta por causa dos negócios, pertencemos-lhes eticamente. Cada qual exibe o "modelo" que tem na cabeça. Sócrates, entre outros, usa e abusa deste. Define-o.
INSCREVAM-SE
O tema de ontem, para além da novela mexicana do orçamento, foi a máfia. Parece que descobriram uma no Bombarral embora de extracção fundamentalmente italiana. Sempre estamos entretidos uns dias, fora a bola. E, de acordo com as televisões, quem não tocou num alegado mafioso ali pelas bandas do Bombarral não é bom chefe de família. Inscrevam-se.
22.10.10
DA TAGARELICE
O dr. Santana Lopes quer que o PR cumpra outra constituição, uma diferente da que ele jurou cumprir. Eu também gostava de ter uma constituição presidencialista, pragmática. Gostava. Mas não tenho. Tenho esta e confio neste Presidente. O resto, agora, é tagarelice.
VIVER ENTRE BRUTOS
Também é isto a que alude um leitor: «Portugal não tem remédio com certos “portugueses” que andam por aqui nos comentários… Cavaco Silva, o melhor primeiro-ministro – e PR – que o País teve nos últimos 30 anos (depois do breve consulado de Sá Carneiro), é diariamente insultado em blogues (vide a desvergonha de um tal Delito de Opinião, através de um “jornalista” do DN, esse exemplo de ética…).»
O SER DA COISA
O sr. Agostinho Branquinho, deputado do PSD, trocou a deputação por um cargo numa coisa chamada "Ongoing"/Brasil. O referido ex-deputado pertenceu a uma comissão parlamentar criada para "analisar" o chamado "negócio PT/TVI" e, nessa comissão (vi numa gravação), Branquinho perguntava, porque invocada, "o que é a Ongoing". Percebeu rapidamente o que é.
ACABAR COM UM IMENSO EQUÍVOCO SORVEDOURO
«O presidente da RTP disse no Parlamento que a RTP "dá lucros". A RTP é a empresa que custa por ano centenas de milhões de euros aos portugueses. A forma como o presidente da RTP falou e fala deste assunto é de uma total insensibilidade social e política, e até financeira, para não dizer que revela enorme falta de pudor e insulta quem paga com dificuldades os seus impostos e a factura mensal da EDP. Na hora do "orçamento mais importante dos últimos 25 anos", aqui colaboro com o Parlamento, propondo dez medidas que permitirão aumentar muito os "lucros" da RTP e melhorar o serviço público. Estas medidas também passam pelo gabinete, pelo automóvel (um Mercedes novo, dourado) e pelo vencimento do presidente da RTP, mas são muito mais amplas e de grande alcance para melhorar o serviço público e diminuir o défice orçamental.
1. Encerrar imediatamente a RTPN. O canal não faz parte do mandato de serviço público. Não é de acesso universal. Quando foi criado, já existia uma alternativa suficiente e eficaz, a SICN. Neste momento, há outra, a TVI24, bem como o canal de economia do Diário Económico. A RTPN faz-lhes concorrência desleal. E, principalmente, é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
2. Fundir a RTP Internacional e a RTP África num único canal. Como representação do Estado e exportação de Portugal, é suficiente. Haver dois canais é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
3. Fundir a RDP Internacional e a RDP África numa única estação, fechando uma delas. Como representação do Estado e exportação de Portugal, é suficiente. Haver duas estações é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
4. Encerrar imediatamente a RTP Memória. O canal não é de acesso universal e não tem utilidade informativa, pedagógica ou estética. A RTP não tem material suficiente de interesse e qualidade para um canal destes. E o que tem é mal contextualizado. A RTPM é inútil. Os conteúdos históricos podem alojar-se no site da RTP. A RTPM é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
5. Encerrar imediatamente a Antena 3. A estação faz concorrência desleal com estações privadas que existiam anteriormente. A Antena 3 é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
6. Encerrar imediatamente a RTP Açores e a RTP Madeira. As razões importantes que levaram à sua criação já não se justificam actualmente. Os madeirenses e os açorianos têm acesso aos mesmos canais que os continentais. A TV alternativa está muito mais disseminada nas ilhas do que no continente. As notícias das regiões autónomas cabem perfeitamente num programa de informação regional de âmbito nacional. A RTP Açores e a RTP Madeira são uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
7. Encerrar imediatamente a RDP Madeira e a RDP Açores. Pelas mesmas razões. A RDP Madeira e a RDP Açores são uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
8. Diminuir imediatamente o número de administradores da RTP de cinco para três. Diminuir imediatamente o número de directores de informação da RTP de seis para três e da RDP de seis para três. Fechar imediatamente "gabinetes" e "centros" da RTP, reduzindo-os de 13 para três ou quatro. Fechar pelo menos dez das cerca de 20 "direcções" da RTP e RDP. Só servem para tachos e prateleiras douradas. São uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
9. Reduzir drástica e imediatamente os gigantescos subsídios de vencimentos da administração, das direcções e de muitas "estrelas" e boys and girls nas prateleiras. Os subsídios são escandalosos e desajustados do mercado. Renegociar os contratos com as "estrelas", com os emprateleirados dourados, com a multidão de directores-gerais e subdirectores-gerais que não servem para nada ou são chefes de dois ou três "índios". Criar um tecto salarial para qualquer eventual nova contratação. Terminar imediatamente com os contratos que permitem cerca de oitenta Audi a chefes e subchefes sem que haja qualquer razão lógica ou razoável para terem carro de serviço. Proibir em absoluto o uso dos automóveis em fins-de-semana e viagens de férias, incluindo ao estrangeiro. Acabar com os "cartões frota", cartões de crédito e pagamento de telefones de casa. Não assinar mais duvidosos acordos de assessoria externos. Tudo isto é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
10. Começar de imediato a trabalhar para a criação de um bom canal de serviço público, que deverá chamar-se RTP, acabando com a RTP1 e a RTP2. A maioria da programação da RTP1 e da RTP2 é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.»
1. Encerrar imediatamente a RTPN. O canal não faz parte do mandato de serviço público. Não é de acesso universal. Quando foi criado, já existia uma alternativa suficiente e eficaz, a SICN. Neste momento, há outra, a TVI24, bem como o canal de economia do Diário Económico. A RTPN faz-lhes concorrência desleal. E, principalmente, é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
2. Fundir a RTP Internacional e a RTP África num único canal. Como representação do Estado e exportação de Portugal, é suficiente. Haver dois canais é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
3. Fundir a RDP Internacional e a RDP África numa única estação, fechando uma delas. Como representação do Estado e exportação de Portugal, é suficiente. Haver duas estações é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
4. Encerrar imediatamente a RTP Memória. O canal não é de acesso universal e não tem utilidade informativa, pedagógica ou estética. A RTP não tem material suficiente de interesse e qualidade para um canal destes. E o que tem é mal contextualizado. A RTPM é inútil. Os conteúdos históricos podem alojar-se no site da RTP. A RTPM é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
5. Encerrar imediatamente a Antena 3. A estação faz concorrência desleal com estações privadas que existiam anteriormente. A Antena 3 é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
6. Encerrar imediatamente a RTP Açores e a RTP Madeira. As razões importantes que levaram à sua criação já não se justificam actualmente. Os madeirenses e os açorianos têm acesso aos mesmos canais que os continentais. A TV alternativa está muito mais disseminada nas ilhas do que no continente. As notícias das regiões autónomas cabem perfeitamente num programa de informação regional de âmbito nacional. A RTP Açores e a RTP Madeira são uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
7. Encerrar imediatamente a RDP Madeira e a RDP Açores. Pelas mesmas razões. A RDP Madeira e a RDP Açores são uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
8. Diminuir imediatamente o número de administradores da RTP de cinco para três. Diminuir imediatamente o número de directores de informação da RTP de seis para três e da RDP de seis para três. Fechar imediatamente "gabinetes" e "centros" da RTP, reduzindo-os de 13 para três ou quatro. Fechar pelo menos dez das cerca de 20 "direcções" da RTP e RDP. Só servem para tachos e prateleiras douradas. São uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
9. Reduzir drástica e imediatamente os gigantescos subsídios de vencimentos da administração, das direcções e de muitas "estrelas" e boys and girls nas prateleiras. Os subsídios são escandalosos e desajustados do mercado. Renegociar os contratos com as "estrelas", com os emprateleirados dourados, com a multidão de directores-gerais e subdirectores-gerais que não servem para nada ou são chefes de dois ou três "índios". Criar um tecto salarial para qualquer eventual nova contratação. Terminar imediatamente com os contratos que permitem cerca de oitenta Audi a chefes e subchefes sem que haja qualquer razão lógica ou razoável para terem carro de serviço. Proibir em absoluto o uso dos automóveis em fins-de-semana e viagens de férias, incluindo ao estrangeiro. Acabar com os "cartões frota", cartões de crédito e pagamento de telefones de casa. Não assinar mais duvidosos acordos de assessoria externos. Tudo isto é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.
10. Começar de imediato a trabalhar para a criação de um bom canal de serviço público, que deverá chamar-se RTP, acabando com a RTP1 e a RTP2. A maioria da programação da RTP1 e da RTP2 é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.»
Eduardo Cintra Torres, Público
O "FURO JORNALÍSTICO"
Quando falei aqui em ponderação estava, obviamente, a pensar no Presidente da República e procurei informar-me. O post não aconteceu por causa de Marcelo mas apesar dele. Depois de, num misto de Júlia Pinheiro com Goucha, ter "revelado" ao seu escritor preferido (o jornalista que faz de conta que o interpela aos domingos à noite) as circunstâncias de tempo, modo e lugar da recandidatura de Cavaco Silva, Marcelo foi escrever no Sol que não resistiu ao "furo jornalístico" (sic). O que é que uma criança destas está a fazer no Conselho de Estado que não consta ter qualquer espaço lúdico para os mais pequeninos brincarem enquanto os outros tratam de coisas sérias?
21.10.10
O MIÚDO QUE QUERIA SER GRANDE
Alegre, a irrelevância política em pessoa, gostava, um dia quando fosse grande, de chegar aos calcanhares de Cavaco Silva. Como nadificou politicamente há muito tempo - que me lembre, quando mandou fechar O Século -, esbraceja contra a circunstância relativamente pacífica de haver um PR. Alegre podia tentar ser melhorzinho. Podia. Mas não era a mesma coisa.
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Manuel Alegre
NADA DE NOVO
Afinal, a famosíssima primeira página do Financial Times sempre chegou. Traduzida, quer dizer que tanto faz votar assim ou assado naquela coisa cujo nome não pode ser pronunciado. É como diz o autor do post: «as obrigações de referência (10 anos) es(tão) à beira dos 6%, de novo.» Ou seja, nada de novo.
ELEIÇÃO E ACÇÃO QUANDO AMBAS JÁ NÃO CHEGAM
«O "mal português" tem sido, em boa medida, o de se continuar a fazer política como se a escolha eleitoral fosse tudo. Mesmo quando ela castiga os vencedores, diminuindo-lhes significativamente o apoio, e mesmo quando ela apenas conduz a formas de poder minoritárias. Para já não falar de situações - como a actual! - em que esses dois factores convergem, numa rota potencialmente explosiva. É fundamental, nas democracias contemporâneas, distinguir e respeitar as duas formas de legitimidade, a da eleição e a da acção. A primeira dá, conforme o regime constitucional em vigor, origem designação de um governo. A segunda decorre das decisões que se tomam, do seu conteúdo, da sua coerência e das suas consequências.»
O "ESCOL"
Se repararem, a maioria dos economistas que andam a prestar serviço informativo orçamental e financeiro 24 horas por dia pertence ao maravilhoso "escol" - governativo ou banqueiro - que anda nisto vai para trinta e sete anos. Há casos, como o dr. Lopes ex- Montepio, que agora tem medo do FMI, que vêm de trás. Tudo deu em livros, conferências e televisões e tudo promete um apocalipse now. Moral da história: não é com nenhum deles que vamos lá. Tem de ser alguém de fora, mesmo que seja de dentro, e que os despreze e ignore a todos por junto. Alguém como o da foto.
20.10.10
A CATÁSTROFE INCONTROLÁVEL
O "NEGOCIADOR"
IL PREZZO
Há um momento famoso na Tosca, de Puccini, em que a diva protagonista pergunta ao esbirro conquistador Scarpia: "quanto, il prezzo". Mais adiante ferra-lhe a competente facada na pança e a coisa termina melancolicamente com um salto heróico para o vazio a partir do castelo que serve de túmulo ao imperador Adriano. Manuela Moura Guedes, longe de ser uma anti-heroína como a Tosca, cantora de música "ligeira", concordou num preço para largar a tvi. A partir de agora, como sugere o Tomás Vasques, talvez passe a haver uma "base" para licitar a liberdade de expressão. Mas eu sou um reaccionário e o Tomás não.
THE MUSES ARE HEARD
As musas socráticas, estilo Canas e um outro qualquer, indignaram-se com os pobres "pressupostos" que Passos inventou para justificar a abstenção do PSD. O tumulto revela, uma vez mais, o PS actual como uma horda de perigosos aldrabões de feira a quem nunca passou pela cabeça negociar fosse o que fosse. Passos, que se sentou com eles à mesa em Maio, terá de beber o costumeiro cálice até ao fim como bem explicou o Nuno Morais Sarmento. A adega do vinho martelado ficará toda por conta do "povo", esse cacho indistinto de bananas que serve para tudo e para nada.
AS PERNÓSTICAS DE LISBOA
Os poltrões que sustentam, pela sua obtusamente fanática palavra, o regime de Sócrates vêm agora indignar-se com os duzentos e sessenta e tal mil euros que o edil Costa (um deles), de Lisboa, gastou com a missa de Bento XVI no Terreiro do Paço. As rubricas orçamentais de milhões para merdas - decorações, cocktails que eles tanto gostam e publicidade/propaganda ou assessorias -não os preocupam. O Papa sim, porque segundo esses parvalhões, teria sido melhor uma orgia de eunucos mentais na Praça do Comércio do que aquele porventura derradeiro momento de genuína alegria e partilha que a cidade de Lisboa - porca, irrelevante e entregue a coirões e a coironas precários - conhecerá por muitos e bons anos. Só à paulada neles, na versão "moderna" da espada de Cristo.
19.10.10
A TEORIA DA INEVITABILIDADE
A BEM DA NAÇÃO
O dr. Paulo Rangel, que muito estimo, entende que o PSD se deve abster na fastidiosa novela do orçamento por "razões patrióticas". Espero sinceramente que todas estas pessoas estimáveis não venham a arrepender-se da estátua do comendador que vão erguer a José Sócrates, no dia 29 de Outubro, a bem da nação. Porque só muito mais tarde se verá se foi mesmo a bem da nação. Isto se ainda houver nação.
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