CUSTE O QUE CUSTAR

Para não fugir ao padrão da propaganda em vigor, o dr. António Costa - que faz lembrar o seu homónimo Costa, o do Doutor Salazar - usou o powerpoint e a FIL para exibir a sua fantástica "reforma" das forças de segurança. Quem trabalhe ou já tenha trabalhado com as ditas ou sobre as ditas, sabe que, volta não volta, perpassa pela mona dos governantes "mexer" na coisa. Fechar esquadras e postos, abrir grandes esquadras e grandes postos - Dias Loureiro "recuperado" pelo PS -, colocar os agentes policiais em funções policiais e não a servir à mesa, a arranjar carros ou a bater teclas no computador, etc., etc, já tudo estava dito e redito em relatórios e "estudos" com mais de dez anos. Até eu os escrevi nos primeiros tempos da Inspecção do dr. Rodrigues Maximiano. Nada de extraordinário, portanto, a não ser dar-se a circunstância de o dr. Costa ter apresentado a sua "reforma" - como é costume com este governo - com aquela auctoritas irritante de quem descobriu a pólvora e do "agora é que é". A ideia de centralizar num "secretário-geral" e politicamente no primeiro-ministro o "comando", é todo um programa que revela desconfiança nos homens e nas mulheres que dirigem, um pouco por todo o país e, tantas vezes, sabe lá o dr. Costa com que dificuldades, as forças locais de segurança. A obsessão é sempre a mesma: poupar. O "pensamento" também: mandar, custe o que custar.