10.3.07

O CASO PINAMONTI


A poucos dias de a tutela - Isabel Pires de Lima e Mário Vieira de Carvalho, com o beneplácito de José Sócrates - darem a conhecer a Paolo Pinamonti a decisão acerca da sua permanência à frente da direcção artística do Teatro Nacional de São Carlos, o Expresso colocou ilustres figuras do regime a opinarem sobre o evento. Guilherme Oliveira Martins, Rui Vieira Nery, Alfredo Barroso, Jorge Sampaio, José Manuel dos Santos - todos tarde e a más horas - vêm defender Pinamonti sem tocarem na dupla instalada na Ajuda. Marcelo Rebelo de Sousa, como de costume, quis ser original e sugeriu que Vieira de Carvalho, ex-comunista, podia, à semelhança de Salazar, "acumular" o cargo no governo com a direcção do Teatro. É uma ironia, mas vontade não deve faltar ao musicólogo. E dá por certa a saída do italiano. Paulo Teixeira Pinto é mais pragmático e explicou que não dava dinheiro do seu BCP a qualquer um. Se Pinamonti ficar, como deve, isso significa uma derrota política de Mário Vieira de Carvalho que tanto se empenhou na OPARTE, um mamute empresarial público que iria gerir o São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. As gentes do regime engolem qualquer coisa para permanecerem à tona. Vamos ver, desta vez, quem engole o quê e quem.

3 comentários:

Anónimo disse...

Se Pinamonti não ficar à frente do São Carlos, como é de desejar, dado o EXCELENTE trabalho que tem feito é que é público e notório, o Ministério da Cultura ficará responsável pela decisão "oportunista" que tomou, o Governo mais desacreditado e Portugal, certamente, muito mais pobre culturalmente!!!...ao que já nos vamos habituando(??) E que Deus nos salve (só ele pode...) do Mário Vieria de Carvalho à frente do São Carlos.....

Anónimo disse...

Na realidade até tinha a sua piada, principalmente para quem acredita " no quanto pior, melhor "

Anónimo disse...

O que todos os apoiantes do Pinamonti se esquecem é que ele tem feito um jogo menos próprio no que toca à manipulação da imprensa. De resto, esse sempre foi um dos seus fortes. E a imprensa, oportunista e dependente dos bilhetes para ir até São Carlos, transforma isto numa questão subjectiva, pessoal, etc.
Já imaginaram se cada um dos ministros do executivo de Sócrates discordasse da política do Governo? restavam duas soluções, ou alinhavam, ou saíam... não acreditem em tudo o que aparece nos jornais. É apenas mais um discurso de construção de uma realidade, neste caso, parcelar, marcado por interesses e lobbies. O teatro precisa de um novo rumo, longe dos proteccionismos a produções estrangeiras, livre de importações constantes e aberto à comunidade... o tempo das elites e do cheiro a mofo no Foyer tem de acabar!