29.3.07

A LUA NA SARJETA


"Aquilo que os políticos entendem como jornalismo de referência não é aquele que se caracteriza pelo rigor das suas investigações. Mas sim o que fala dos assuntos do costume. Esta previsibilidade levou a chamada imprensa de referência, por exemplo, a ignorar aquilo que designa como delinquência. Na imprensa de referência só se assaltam bancos. Não se assaltam pessoas. Só morrem modelos por anorexia. Jamais se fala dos taxistas que levam facadas... E, claro, não se investiga o currículo de um líder mas enchem-se páginas com as guerras pela liderança de qualquer distrital partidária. Realmente é lastimável!", escreve a Helena Matos na derradeira página do Público. Lá dentro, Constança Cunha e Sá perpetra contra o Doutor Salazar, "recauchutado" numa espécie de "Belas e o Mestre" da RTP. E termina com a melancólica conclusão - a partir do meritório quarto lugar alcançado por D. Afonso Henriques, o labrego que instituiu o "sítio" - de um "estudo" recente: a maioria preferia ser espanhola. Realmente Salazar foi um dos últimos patriotas quando ainda valia a pena sê-lo. De resto, como nota a Matos - e o artigo da Constança em parte confirma -, os jornalistas "de referência" preocuparam-se todos mais com um morto do que com a sarjeta em que o dr. Santos Silva os meteu a todos indiscriminadamente. Pelos vistos, estão bem uns para os outros.

6 comentários:

Anónimo disse...

realmente quem entra pela 1 vez neste blog, e ve este titulo, fotos bastas de salazar e do no nosso menino guerreiro, e caso para dizer: perdoai-os senhor...

Anónimo disse...

Mau post, embora o título seja bom! Faz lembrar Oscar Wilde:

"We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars"...

Anónimo disse...

Vejamos:

No Tempo de Salazar, ia-se ter o parto de carroça, tinha-se o filho a meio do caminho sem assistência, e, infelizmente, morreu o bébé.

Presentemente, existe a possibilidade de se ir de ambulância, e de se ter uma assistência miníma pelo caminho, e, graças á visão apurada do Ministro da Saúde, cada vez com mais prática, podendo todos chegar ao Hospital.

Aliás, foi precisamente a falta de prática, que determinou o encerramento de vários blocos de partos, que, obviamnte, estavam abaixo do nível da ambulância.

Tem ainda a vantajem de se evitar a sobrecarga dos serviços hospitalares com os partos

Deixo, por isso, a questão se, daqui por 50 a 60 anos, tenho o prazer de o ver defender este Ministro com a mesma vermência com que defende Salazar?

Unknown disse...

Não era a maioria mas sim 28% que preferia ser espanhola. Estranhamente, a mesma percentagem que dava já a independência à Madeira... Amostra continental.

Anónimo disse...

http://www.imdb.com/title/tt0085878/

Anónimo disse...

Falar de jornalismo em Portugal é, cada vez mais, ficção científica!!

Jornalismo já não há, embora admita que, aqui e ali, ainda existam jornalistas. Mas, numa redacção de 30, 50 ou 120 pessoas, uma dezena deles(jornalistas) não chegam para que aquele local seja criador de jornalismo.

Alias, se se atentar ao "poder" que um jornalista a ganhar 800 euros teria nas mãos, se não houvesse um "sério" controlo das "chefias", estariamos perante uma bizarria medonha. O impacte de uma notícia produzida por um tipo a ganhar 160 contos poderia ser muito superior a uma decisão emitida por um bem pago administrador público!!??

É por isso que em Espanha um jornalista é bem pago(e mesmo assim é o que se sabe ali ao lado!). Seja como for, quem ganha 800 euros e já vai na casa dos 30 anos, não pode andar armado em D. Quixote!!! Mas devia, merda, mas devia!

Não, o cenário no jornalismo português não é animador... dá até um vomitozinho aqui e ali... e o pior é que o poder político, mas também o económico, se calahar ainda mais, estão satisfeitos com este estado de coisas. E nem é preciso explicar porquê!!!