18.3.07

"MARCAS DE ESQUERDA"


Num comentário ao post anterior, alguém citou o senhor engenheiro como tendo afirmado perante os crentes que nunca um governo deixou tantas "marcas de esquerda" como o seu. Recordou dois monumentos à dita esquerda como a lei do aborto e a lei da paridade. O primeiro-ministro - que não é parvo - deve saber que as pessoas não comem leis. E escrevo "comem" no sentido literal do termo. Depois, a esquerda - a verdadeira que o detesta - não o "engole" por ele ter acenado com as cenouras do aborto e da paridade. E a direita ainda menos. No caso do aborto, Sócrates permitiu que se aprovasse uma coisa diferente do que prometeu logo a seguir ao referendo. Prevaleceu a ditadura da "vontade da mulher", sem mais, perante o bom senso legislativo. Quanto à paridade, também o secretário-geral do PS baralhou-se intelectualmente, uma vez que consentiu no oposto à premissa abortista. Aqui a mulher deixa de ter vontade e reduz-se a um elemento de contabilidade político-partidária, sem conteúdo, destinado a ornamentar a correcção dos costumes e a má consciência dos que escolhem e mandam. É com estas "marcas de esquerda" que o senhor engenheiro pretende esconder o absolutismo democrático traduzido nas aberrações legislativas em matéria de polícias, de utilização de dados pessoais, de manipulação da televisão oficiosa, de apoucamento da função pública, de destruição da autoridade dos professores ou do progressivo desmembramento do precário tecido produtivo nacional que o dr. Manuel Pinho, o seu maior tragico-comediante de serviço, disfarça com anúncios de investimentos milionários que não aparecem? Se é, pobre esquerda.

Adenda: Estás enganado, Tomás. Sócrates ainda não "descalçou" nenhuma dessas botas. Quanto às "Scut's", estamos ainda longe do "dever-ser". E a OTA, é o que se sabe. "Descalçar as botas", nestes casos e noutros, é livrar-se de Mário Lino e de Manuel Pinho. Antes que o "tuga" caia em si e comece seriamente a pensar em como livrar-se de Sócrates.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sr. Goncalves,

Creio que o "Tuga", como V. Exa. lhe chama, já caiu em si...

Mas nem todos têm s largura intelectual de V. Exa, de Wagner á EMEL...

Nem me parece que, aquando da sua passagem pelo IGAI nem junto do Antonio Costa, V. Exa. assumisse a sua misogenia...

Bom resto de fds,