7.5.08

O POLÍCIA


Os senhores magistrados não gostam de polícias. Precisam deles, mas não gostam. A escolha de um profissional da investigação criminal para chefiar a PJ é, em conformidade com esta "doutrina", uma "ofensa". O polícia é licenciado em direito, logo presume-se que sabe quem é que é responsável pela acção penal e que, por aí, não virá mal ao mundo. A PJ teve, nos últimos anos, apenas directores oriundos das duas magistraturas. Se tivesse corrido bem, ainda hoje lá estaria um. Os sindicatos dos senhores magistrados deviam meditar nesta evidência antes de atirarem as pedras da sua habitual sobranceria para cima do polícia. Deixem o homem trabalhar.

10 comentários:

Anónimo disse...

Então este já não é a próxima vítima? e o sindicato poderosíssimo vai estar com ele?

Anónimo disse...

"um policia à frente,
tira a vez à gente,
mas que triste que isto é"
PQP

Nuno Castelo-Branco disse...

Já que invariavelmente usam da funda eleiçoeira para atacar certa instituição não electiva, pergunto apenas: quem elege os magistrados? quem elege o PGR e os juízes do Supremo?

VANGUARDISTA disse...

In : http://www.policiajudiciaria.pt/htm/historial.htm

A sofisticação de meios na prática dos crimes fez nascer a necessidade de criar um corpo de polícia moderno e especialmente estruturado e vocacionado para a investigação criminal, o que ocorreu no ano de 1945, através do Decreto-Lei 35.042, de 20 de Outubro, que criou a Polícia Judiciária.

A Polícia Judiciária tem como primeiro antecedente a Polícia Cívica, criada por D. Luís, em 2 de Julho de 1867, na dependência da Justiça do Reino, cujos comissários, enquanto oficiais da polícia judicial, teriam "a seu cargo descobrir os crimes ou delitos ou contravenções, coligir provas e entregar os criminosos aos tribunais".

Durante o consulado de Sidónio Pais, tal corpo de polícia sofreu uma reestruturação de que resultou a criação da Polícia de Investigação Criminal e em 1922, através de Diploma do então Ministro do Interior António José de Almeida, foram criadas a PSP, a Polícia de Investigação,a Polícia Administrativa e a Polícia Preventiva.

De realçar que no ano de 1927, o Decreto 14.657, de 5 de Dezembro, transferiu para o Ministro da Justiça e dos Cultos os Serviços da Polícia de Investigação, situação esta que se tem mantido inalterável até aos dias de hoje, atenta a posição da Polícia Judiciária como orgão de coadjuvação das autoridades judiciárias, Magistratura Judicial e Ministério Público.

Constituindo-se a Polícia Judiciária como um corpo de grande especialidade técnico-científica, é sua missão a de, com autonomia na definição técnica, táctica da investigação, colher provas para no plano factual e jurídico serem jurisdicionalmente sustentadas.


Pois é, voltar com a PJ para a tutela do MAI é uma velha aspiração republicana, jacobina e maçonica!

Desde 1927 que (a sua antecessora) está sob tutela do MJ!

Desde 1945 , sob a tutela do MJ, a PJ ascendeu a elevado prestigio nacional e internacional.

Os "liberais" da corrupção e do tráfico politico não querem uma PJ organizada e eficaz, tutelada pela Justiça, antes a querem "administrativamente" submissa !

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo. Parece ser uma muito boa decisão colocar este homem á frente da Judite. Um pouco de humildade e bom senso, e menos rei na barriga não faria mal nenhum aos srs magistrados

Anónimo disse...

Desculpe mas discordo completamente de si!
Não está em causa a pessoa concreta, o Dr. Almeida Rodrigues.
Mas na base dos princípios que enformam as duas magistraturas, a independência dos juízes por um lado e a autonomia do Mº Pº por outro lado, seria muito mais difícil ao Poder Político, governamentalizarem e instrumentalizarem as investigações.
É que um magistrado tem a sua profissão de carreira e não tem que fazer " fretes " ao poder político; bate com a porta quando quiser e quando sentir que o estão a tentar manipular...
Bem diferente é a situação do funcionário púbico que se não acata as ordens do Poder, por exp. do ministro da tutela, é bem certo que pode ser apeado do cargo de dirigente e voltar ao de técnico superior o que, convenhamos, não é nada agradável...
E poderia citar-lhe vários casos da Administração Pública..., onde, manifestamente, se fazem favores ao sr. ministro para não se ser apeado do lugar de dirigente e ter de se voltar ao de Técnico Superior.
Para lhe levantar a ponta do véu, dir-lhe-ei apenas que, a meu ver, todas as Inspecções Gerais da Administração Pública deveriam ser dirigidas por um magistrado.
Vá-se lá saber porquê!

E mais, tenho para mim, que este movimento todo que o Poder Político está a fazer contra as magistraturas, ainda tem a ver com o c´lebre processo Casa Pia e, dirão os políticos, como é possível que alguém se atreva a meter-se com os políticos?
Como dizia o grande timoneiro do PS e hoje grande administrador da Mota Engil, quem se mete com o PS leva!

Anónimo disse...

Não gostam os srs. magistrados?
Antes disso não seria de perguntar o que move tantas pessoas contra os srs. magistrados?
Uns terão um margo de boca pq não conseguiram entrar no CEJ apesar de muitas e variadas tentativas que saíram goradas e outros porque foram perseguidos pela justiça que apesar de má, graças aos magistrados que temos, ainda consegue fazer alguma coisa.
Verbi gratia, no Processo Casa Pia o julgamento poderá não dar nada ou a montanha poderá parir um rato mas em sede de investigação foram perseguidos todos os que tinham de o ser, fossem ou não políticos e isso ainda dói a muita gente.
Talvez, num futuro próximo, ainda digam que Souto Moura foi o melhor PGR...

Anónimo disse...

A luta de classe é fodida. Ainda se as elites valessem alguma coisa... Mas a verdade é que é tudo gente estúpida e ignorante com sangue podre e cabeça de merceeiro.

Nuno Castelo-Branco disse...

Qualquer dia, estarão a pensar em transformar a antiga Guarda Municipal - vulgo GNR - em força pretoriana do regime, tal como o bandido do Costa fez nos anos da república demagógica. Já agora, entreguem-lhes os Leopard II que o governo comprou...e mais uns canhões howitzer. Era interessante.

Anónimo disse...

Um comentador, claramente equivocado, diz que a defesa de uma Polícia Judiciária no MAI é um propejcto jacobino, republicano e mação. Não é! Efectivamente não é pelo menos não é mação. Há maçãos e bem mais antigos do que aqueles que defendem essas perspectivas concentracionistas e fascisoides, e que só são republicanos porque se encontram na senda de Jorge de Sena (a república como res publica, a defesa da coisa/interesse/ pública) que acham que se está no limiar da subverção da democracia e da escolha política intervencionada pelos cidadãos, ou pelas pessoas de bem, quando se defendem projectos como o do SISI, agora convertido em SSI.
A democracia não está ainda consolidada. A conjuntura internacional é que não permite aos potenciais ditadores afirmarem-se em pleno, mas eles avançam lenta e sibilinamente no poder, independentemente, a roupagem que vestem. Veja-se a substância, não os rótulos. Essts são enganosos. Um mação não é quem se afirma mação ou se inscreveu numa qualquer associação dita maçónica. É quem partilha o ethos maçónico.