28.5.08

ENTRE O FRACASSO E A PROMESSA


Infelizmente já não há homens para um novo "28 de Maio". Não há tropa e, sobretudo, não há elites. Os media, que substituiram as elites, dão geralmente ao povo aquilo que o povo quer que lhe dêem. Circo e pão, embora este último ande em crise. O povo seguiu os militares a partir de Braga porque havia um "divórcio" entre a ditadura - citadina e litoral - da República e o resto do país. Este regime tem tido o cuidado de "anestesiar" o povo com a propaganda e com a ilusão da democracia. Naturalmente que isto só resulta se houver dinheiro que permita que o povo circule nas auto-estradas e nos centros comerciais. Os "fundos" europeus facultaram, naturalmente, a ilusão que termina já em 2013 se não for mais cedo por causa dos "imprevistos". Há oitenta e dois anos começou a Ditadura, um interlúdio entre a I República, jacobina e terrorista, e o Estado Novo do Doutor Salazar e da Constituição de 1933. Não está muito estudada porque ficou entalada entre um fracasso e uma promessa. É, aliás, o estado natural em que tantos pretendem que persistamos. Sempre entre o fracasso e a promessa.

Nota: O livrinho da foto - O 28 de Maio oitenta anos depois : contributos para uma reflexão - foi publicado em Maio de 2007 pelo Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra, Instituto de História e Teoria da Ideias da Faculdade de Letras e editado por Luís Reis Torgal e Luís Bigotte Chorão.

12 comentários:

Anónimo disse...

convivi nos almoços das 5as com o Sr. João Cresswell de Sousa.era, no dia 28 de Maio de 1926,chefe de gabinete do 1º ministro eng (este era mesmo)António Maria da Silva. assistiu a revolução por dentro.com a tropa em sacavem um general queria sair com os seus homens. o 1º ministro disse o sr. tem a força demita-me e tome conta disto eu não participo numa guerra civil.
nunca fui anti nada.só social-democrata. infelizmente fui sempre muito mais prejudicado por esta republica socialista suburbana dirigida mais uma vez por um saloio deslumbrado
PQP

Anónimo disse...

O 28 de Maio de 1926 foi um movimento contra tudo, e apenas isso. Sem programa nem ideal. Caíu nas garras do seu amigo contabilista, o de Santa Comba, e o resultado está à vista, pois foi ele quem secou e esterilizou o país.
Que cegueira sua!

Anónimo disse...

Onde é que se pode adquirir o livro?

Anónimo disse...

O mal deste país é estar cheio de gente que faz afirmações aereamente, sem um conhecimento profundo de tudo o que se tem passado neste desgraçado país, desgraçado, sim, pelas gentes que nele nasceram.
Em 1891 já Mariano de Carvalho, que também foi ministro, afirmava: "neste país lavra há muito uma certa anarquai social"; mas ele foi também um dos causadores dessa anarquia.
O mal já vem de longe, não é uma consequência da ditadura do 28 de Maio e continuada pelo Professor Salazar. É que a tal anarquia social desenvolveu-se cada vez mais atingindo na1ª república o seu ponto mais alto.
Para acabar com ela, só uma ditadura exercida com mão de ferro.
Houve censura dos coronéis, como agora há a dos lacaios do poder.
Existiu uma Pide? Pudera. Quem é que neste mundo não procura defender-se da canalha que lhe quer tirar a vida e quem é o dirigente político honesto que não procura defender o seu país das hordas da merda do socialismo, comummente designada por comunismo?
Houve fome durante e mesmo depois de terminada a 2ª guerra mundial? Claro que houve e foi consequência do bloqueio alemão à Europa.
Não foi a ditadura a causa desse período de fome. Veja-se o que acontece hoje apesar de não haver guerra. Com a ditadura, cujos efeitos senti bem na pele, fizeram-se escolas, abriram-se estradas, construiram-se novos edifícios para serviços públicos, construiram-se e beneficiaram-se portos, aeroportos, aumentou-se a marinha mercante, construiram-se colonatos nas províncias ultramarinas e tudo com dinheiro nosso.
Presentemente faz-se um barulho enorme, em acção de autêntica propaganda, ao inaugurar 5 quilómetros de estrada, 750 metros de metro, sempre com dinheiros da UE.
Critique-se a ditadura do Professor Salazar, começando por mostrar ao povo como estava o país nos últimos anos da monarquia e como a 1ª república agravou o estado em que a monarquia o deixou.
Só depois de feita uma análise correcta, honesta e isenta em todos os aspectos é que se pode entrar no campo da crítica ao Professor Salazar, que teve o azar de nascer num país onde ainda há muita gente imbecil e brutalizada.

Anónimo disse...

Caustico,e o Analfabetismo gitante? A exploração dos operários e dos trabalhadores rurais? os presos plíticos e as torturas? a Guerra Colonial que castrou toda uma geração? De facto, que bela obra do Estado Novo... Eramos o pais mais atrasado da europa... Concerteza que ainda estamos na cauda da europa. Contudo, grande parte da população tem melhores condições de vida do que tinha no Salazarismo.

Anónimo disse...

O último parágrafo do meu comentário devia ter servido para alguma coisa, mas vejo que há cegueiras que náo permitem mesmo ver.
Qual era o estado de analfabetismo do povo português em 1910,
em 1926 e em 1974?
Como estava a exploração dos operários e dos trabalhadores rurais em 1910, em 1926 e em 1974?
A morte de D. Carlos e do filho não foram também consequência da lei ou decreto que assinou para banir do território continental uns tantos políticos? Esse republicano de merda, que dava pelo nome de Afonso Costa, também não mandou Alexandre Vieira e outros para o forte de Elvas? E estes também não foram seviciados?
A guerra colonial foi uma tragédia inevitável. Já Norton de Matos afirmava a defesa das colónias da gula, dos interesses de potências estrangeiras
Não éramos, somos, infelizmente, o país mais atrasado. Compare-se o que havia em 1974, embora pouco, mas feito com dinheiro nosso, resultante de uma boa administração, e o que há hoje mas que é apenas fruto dos dinheiros que vieram da UE, dinheiros que também proporcionaram as tais melhores condições de vida à população.
Que Deus me dê vida e saúde para poder comentar as condições de vida da população depois de 2015.
Entendo, sim, que se deve criticar o Professor Salazar, mas fazendo-o sempre antecipando as críticas com a explicação do que se tinha passado e passava no país.
De certos políticos não tenho qualquer espécie de consideração.
Não me esqueço do que o meu Pai, republicano, contava e do que li acerca da camioneta fantasma.
Sei da existência da Carbonária e da Formiga Branca e outras.
A passagem na televisão do "documentário" sobre o regicídio, mostrou-me que muito embora tivesse havido uma fuga de políticos para o estrangeiro após o 28 de Maio, alguns ficaram cá.
E um dos que ficaram e que também estava metido no regicídio, mas não teve tomates para pegar numa arma, pertencia à Carbonária.
Como é que o Professor Salazar nâo se devia defender de quem não hesitara em matar o Rei e o Príncipe?
Para evitar que alguém possa conjecturar, afirmo que não sou monárquico mas também abomino esta república de merda.

José Amador disse...

Houve três acontecimentos importantes na história deste País no século XX: a 5 de Outubro, o 28 de Maio de 1926 e o 25 de Abril de 1974.
Todos os anos se comemora o primeiro e o último dos referidos acontecimentos. Em 2006, deveria ter sido o ano para assinalar os 80 anos da revolução do 28 de Maio, não com fanfarras e arraiais mas com colóquios de reflexão, isentos, sobre este acontecimento tão importante que marcou Portugal durante 48 anos.
Em vez disso, optou-se pelo esquecimento. Parece que a "ditadura dos brandos costumes" é incómoda a esta democracia em que vivemos. O PCP e o Dr. Mário Soares tudo têm feito para denegrir este período da nossa história, como se ele não existisse ou existisse apenas pela pide, pela censura e pelo conservadorismo "católico e reacionário" ou seja, pelo que convém que seja dito para ser renegado. Uma pedagogia "sui generis" mas compreensível... Felizmente que o João lembrou a existência deste livro como um contributo para a compreensão deste período da nossa história.

Anónimo disse...

Caro caustico eu não pretendo polemizar consigo.É verdade, que, como diz, a Republica em 1910 não deve ser considerada uma referência em termos de deomocraticidade. Aliás, tal e qual como a Monarquia Constitucional. Todos sabemos como eram as eleições... Contudo, esta realidade não pode servir de argumento para defender uma ditadura de 48 anos. Uma ditadura que não respeitva a liberdades de expressão, que proibia a existência de partidos politicos e que tinha valores perfeitamente retrogrados, contrários a modernização industrial do pais. Queria manter um Portugal rural na idade média, com um sistema feudal, em que o respeitnho por quem estava acima da escala social imperava. Um regime que fundamentava as desigualdades sociais. O filho de um rural ou de um operário não tinha grandes hipoteses de ser outra coisa qualquer. Tirava a Instrução primária, ou, na melhor das hipoteses, seguia a escola industrial ou comercial. Os liceus eram só para os filhos das classe media(que era reduzida) ou da classe alta. Conclusão: quem era filho de pobres teria que continuar pobre e o filho de ricos teria que continuar rico. Cada um no seu lugar...
Quanto á Guerra Colonial não era, como diz, uma tragédia inevitável, se Portugal tivesse efectuado, a semelhança de outros paises, um processo de descolonização, salvaguardando os interesses da população portuguesa que vivia nas colonias, não teria havido guerra colonial. Não se teria sacrificado milhares de jovens a combaterem numa guerra sem sentido. Portugal, teria tido um maior crescimento económico do que teve nos anos 60(que, apesar do esforço de guerra foi bastante elevado). Teria havido inevitavelmente, como sucedeu em Espanha,uma transição pacifica para a democracia e, porventura, hoje estariamos mais proximos da média de desenvolvimento dos paises da europa comunitária.
Nunca pensou nisso, caro caustico?
cumprimentos

José Amador disse...

Este anónimo para além de surrealista é ignorante. Que a ditadura não gostava das liberdades nem dos partidos políticos é verdade. Por isso era uma ditadura, a "ditadura nacional". Aliás, o regime assumia-se claramente como anti-democrata, anti-liberal, anti-parlamentar conservador e católico. Agora que não quisesse a modernização é uma asneira tremenda. Basta referir nomes como Duarte Pacheco, Arantes de Oliveira, daniel Barbosa, Correia de Oliveira e a implementação de um vasto programa de obras públicas, a industrialização etc, etc para se perceber que se o ditador podia gostar do bucolismo rural mas sabia que o desenvolvimento do País e a sobrevivência do regime estavam nos planos de fomento (indústria) e no sector terciário onde, nos anos 60, a maioria da população portuguesa (70%) estava empregada. Pior que um cego é aquele que não quer ver. Consulte os dados sobre o crescimento económico e social de Portugal nos anos 50 e 60 do sociólogo António Barreto e depois então diga de sua justiça.

Anónimo disse...

Diz bem! nos anos 60. Repare que eu referi isso no meu comentário. "Que, apesar do esforço de Guerra, foi elevado". Portanto, caro cateespero leia com mais atenção o que escrevi, antes de me chamar ignorante.

Anónimo disse...

Nenhuma ditadura pode ter o meu acordo; nem aquela a que chamam de direita, nem a outra que apelidam de esquerda. Aceitei a do Professor Salazar, porque quando adquiri o estatuto de homem não pude concordar com a bagunça que os últimos anos da monarquia proporcionaram e muito menos com o procedimento grotesco, quase a roçar a imbecilidade, de grande número de republicanos, que tinham prometido salvar a pátria, mas que, para além da muita porcaria que fizeram, ainda nos meteram numa guerra que nada tinha a ver connosco.
Mas aceitar é, para mim, uma coisa, defender, é outra.
Quando ouço falar da falta de liberdade de expressão na ditadura do Professor Salazar, ponho-me a pensar qual era a natureza dessa tão badalada expressão. Julgo que seria de grande utilidade, para um diálogo são, conhecer-se o que se pretendia afirmar com ela. Porque os principais chavões da crítica feita ao Professor Salazar eram originários da merda do socialismo (vulgo comunismo) mas que foram aprovados e usados por quem não pertencia a esse esterco.
Salazar, através dos coronéis, coarctava a liberdade de expressão. No entanto, hoje, com esta democracia pífia, apenas se substituíram os coronéis pelas imposições sub-reptícias do poder, pela actuação dos amigos infiltrados ou bem colocados na comunicação social.
Para mim, só a democracia directa tem valor, mas é praticamente impossível. A democracia representativa, que a tem substituído, não passa de uma fraude, de um castigo, por constituir a tal “bacanal de percevejos numa enxerga podre”. Só aceito um representante no Parlamento por cada círculo eleitoral. Os eleitores saberão, assim, quem tem a obrigação de os defender e como actuam para tal.
Nunca me apercebi de ter vivido em feudalismo. Trabalhei, é certo, para patrões, porque me pagavam, embora mal, mas nunca fui seu vassalo. Quando não estava bem mudava-me.
Também me parece um absurdo dizer-se que o regime fundamentava as desigualdades sociais, O que acontecia era que as desigualdades sociais resultavam da precaridade em que vivia a maior parte da população. Muito pior é o que se passa hoje, em plena democracia, com desigualdades muito mais acentuadas. Não esquecer que se não estamos já na cauda da Europa para lá caminhamos a passos rápidos.
Ouve-se também dizer que o filho de um rural ou de um operário não tinha grandes hipóteses de ser outra coisa qualquer.
Nada mais falso. O Professor Carlos Ramalhão, mestre de medicina, era filho de um pedreiro e ele próprio foi aprendiz de pedreiro (o jovem que leva os picos ao ferreiro, para serem tratados, para quem não sabe); o ilustre Professor Antunes Varela, professor de direito em Coimbra, era filho de um sapateiro bate-sola. Minha Mãe costumava comprar peixe a uma peixeira da Praia da Aguda que o colocava na nossa residência situada perto da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. O marido dava o corpo ao manifesto, como é costume dizer-se, nos bancos da Terra Nova, na pesca do bacalhau. Tinham um rancho de 6 a 8 filhos. Deram ao mais velho a licenciatura em engenharia, atitude que pagou com a ingratidão, porque não quis mais saber dos pais nem dos irmãos. Muitos mais casos poderia citar mas não o faço porque não posso abusar da benevolência do Snr. João Gonçalves.
Fui aluno na Escola Comercial Mouzinho da Silveira, no Porto. Privando-me de paródias, passei ao Instituto Comercial do Porto, mais tarde à Faculdade de Economia, para terminar no que foi o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Meu pai foi primeiro-sargento artilheiro e, depois de reformado, um simples profissional de escritório. Vê-se por esta amostra que o filho de um rural ou de um operário tinha hipótese desde que tivesse cabeça e força de vontade.
Conheci muitos empregados, pobres como eu, que através do trabalho, uma cabeça útil e, em alguns, com a ajuda de alguma manigância, conseguiram chegar ao topo. Outros, que nasceram em berço de ouro, afundaram-se.
O processo de descolonização estava em curso, embora sofrendo, como é habitual neste país, de uma lentidão que tem de se aceitar pela necessidade de se evitarem melindres posteriores insanáveis. As visitas do Eng. Jardim de Moçambique a Salazar e ao Presidente Kaunda, da Zâmbia, que finalidade tinham?
A salvaguarda da população portuguesa de Angola é uma treta. Porque é que em 1961 Angola não tinha forças armadas capazes de dominar de imediato a sublevação? É que Salazar devia saber que se tivesse lá forças capazes elas seriam utilizadas por tal população portuguesa para se separar da metrópole, de forma a conseguir um melhor governo de vida na exploração, em seu proveito, dos pretos. Não haja ilusões.
No 25 de Abril não houve uma revolução como em Espanha, mas sim um golpe militar que teve o mérito de acabar com uma ditadura, sem os horrores de uma guerra civil, e o demérito de espatifar o país que nunca mais terá conserto.
Mas a Espanha, apesar de destruída e com uma ditadura férrea, ergueu-se das cinzas que a cegueira de muito imbecil provocou. E Portugal, sem ter sofrido os nefastos inconvenientes duma guerra, entregue a uma corja política incompetente, afunda-se dia após dia.

Anónimo disse...

O REPUBLICANISMO SERODIO LEVOU AO ASSASSINIO DE 3 CHEFES DE ESTADO,D.CARLOS,SIDONIO E ANTONIO GRANJO.AS PRISÕES ARBITRARIAS ERAM FREQUENTES.O ESPANCAMENTOS POR MILITANTES DO PRP.UMA GUERRA INUTIL COM 18.000 CONTRA O PARECER DE TODA A GENTE,PARA GLORIA DE AFONSO COSTA. ESTA GENTE OMITE A LEVA DA MORTE QUE FOI TÃO MA COMO A PIDE.COMO DIRIA NATALIA CORREIA O CRIME E CURIAL SE FOR CANHOTO