Vítor Gaspar, 30.9.11
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
30.9.11
AS COISAS SÃO O QUE SÃO
Vítor Gaspar, 30.9.11
A CORAGEM NÃO É SELECTIVA
OS FORMADORES
GALA, A OUTRA
Eduardo Cintra Torres, Público
O PAÍS DAS ROLHAS
O ESTADO, O CCB E O SR. COMENDADOR
29.9.11
PRIMÁRIAS À DISTÂNCIA
MAIS VALE
Adenda: Há, evidentemente, boas excepções. Quem tem métier, tem métier.
28.9.11
UMA NOITE COM O PRESIDENTE
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS, NÃO PODEMOS IGNORAR
27.9.11
A MÃO NO ARADO
a tristeza e aprende a distribuí-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solidário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o mar
e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã
Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente
Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente
Ruy Belo
26.9.11
DOS GRAÚDOS AOS MAIS MIÚDOS
Manuel Falcão, Lugares-Comuns
GRANDES PROSADORES DO SÉCULO XX PORTUGUÊS
REVISÃO DA MATÉRIA
FREQUENTAR OS ANTIGOS
José Pacheco Pereira, Abrupto
NETREBKO
25.9.11
AS COISAS SÃO O QUE SÃO
UM PESSIMISTA É UM OPTIMISTA BEM INFORMADO
Roger Scruton (via Pedro Correia no Forte Apache)
TRÂNSITO EM JULGADO
A CULPA DE UMA GERAÇÃO
«Perto dos 70 anos, no fim de um Verão em que Portugal deu de si um espectáculo triste, é a altura de perguntar o que a minha geração, que chegou à idade adulta com o "25 de Abril", fez da famosa liberdade tão esperada durante Salazar e Caetano. Para começar, e de acordo com alguns militares sem letras, tentou tudo para a suprimir. Com poucas excepções assistiu calada, ou mesmo se juntou, à louca procissão do PREC, em nome de uma doutrina que não percebia e de uma sociedade em que nunca aceitaria viver. Esta demissão e esta vergonha ficaram para sempre. A ausência do que tinha sido o movimento estudantil entre 1960 e 1974 no Governo e nos partidos entregou o poder a uma série de arrivistas, que não o tornaram a largar. Quem se perdera pelo grotesco labirinto da esquerda bem pensante por uns tempos desapareceu. O "cavaquismo", aliás, dispensava um pessoal democrático e até a política. Um vago resto do PS sobrevivia (bastante mal) à volta de Soares, que se conseguira eleger Presidente da República, e o que sobrava, disperso e desmoralizado, caíra numa absoluta irrelevância. Muita gente (de esquerda e de direita) emigrou, às vezes definitivamente, para a vida privada ou para a máxima sinecura da "Europa". O "novo" Portugal acabou por nascer e crescer à revelia da minha geração: no Estado, nos partidos, na sociedade. Não era o Portugal que tínhamos querido, nem sequer um Portugal de que pudéssemos gostar. A "história" passara por nós, confusamente, deixando uma prosperidade duvidosa e uma desordem íntima e eufórica, que nos repelia e a que, de qualquer maneira, não pertencíamos. O que veio a seguir - Guterres, Barroso, Santana - não melhorou as coisas. Fora dos partidos não havia nada e ninguém aos 50 ou 60 anos se iria meter na guerra sectária em que eles se gastavam. A posição "decente", e quase unânime, estava em não se meter nessa trapalhada, fosse sob que pretexto fosse. Até porque, no intervalo, uma invasão de oportunistas, com mais força e muitíssimo mais zelo, tapava a boca e o caminho ao mínimo sinal de responsabilidade ou de inteligência. O regime de Sócrates não emergiu por acaso; emergiu desta terra já bem preparada para a corrupção e o arbítrio. Nessa altura, a minha geração só servia para propósitos decorativos. Via e lamentava o desastre que se ia preparando. Mas raramente lhe ocorreu que ela própria também era culpada.»
Vasco Pulido Valente, Público
24.9.11
GRANDES RELEITURAS
PORQUÊ?
Lourdes Féria, With Bubbles
AS REAIS POSSIBILIDADES
Medeiros Ferreia, CM
O IMPERFEITO DO PRESENTE
23.9.11
RUÍNAS
«A DECADÊNCIA DO OCIDENTE»
«Medina Carreira, uma das pessoas que hoje vale a pena ouvir em Portugal, anunciou na TVI a decadência económica do Ocidente (ou seja, da Europa e da América). A decadência do Ocidente tem sido anunciada muitas vezes, mas Medina Carreira foi inquietante. O retrato de um velho mundo, que progressivamente produz menos, gasta mais e, ainda por cima, se endividou sem peso nem medida para conforto e sossego de uma população indiferente, não é reconfortante e não autoriza uma visão muito optimista do futuro. Quando se olham as coisas de longe, os pequenos problemas portugueses parecem, como de resto são, parte de uma mudança histórica radical e fica o sentimento de que nada nos poupará a uma catástrofe inevitável e merecida. Não vale a pena discutir, ou "explicar", os números de Medina Carreira. Vale a pena pensar se, além dos números, não há outros sintomas das desgraças que ele nos profetiza. O colapso do império soviético mudou um equilíbrio de 30 anos. Verdade que esse equilíbrio assentava no condomínio quase universal da América e da URSS. De qualquer maneira, a Guerra Fria, embora com um ou outro sobressalto, e milhões de vítimas "passivas", permitiu o estabelecimento de uma certa "ordem" e uma previsibilidade, que não existia desde o fim do século XVIII. A Inglaterra desaparecera como potência hegemónica e, excepto pela aventura napoleónica, a França também. A Alemanha, do princípio agressiva, tinha ambições para que não tinha meios. Quanto à Rússia, a fraqueza interna não lhe permitia uma intervenção externa decisiva. E a América, como se constatou, persistiu, de facto, no seu isolacionismo até 1941. Restava o "concerto das nações", como se dizia, um jogo frágil, sempre em risco de acabar mal, se um dos parceiros resolvesse não respeitar as regras. A situação de hoje, a que se chama "globalização", é uma espécie de regresso ao "concerto das nações". Na ausência de um "centro" e de uma autoridade indiscutível (como, por exemplo, a América e a URSS, cada uma na sua "esfera"), o mundo está dividido em potências de vário porte e alcance, que tentam adquirir vantagens próprias, sem forma de restrição ou responsabilidade global. A Europa, com união ou sem união, deixou de contar. A América, crescentemente mais débil, tenta dissolver com mansidão o seu antigo papel de polícia ideológico e militar de uma democracia imaginária. Longe da sua velha superioridade, e da sua velha arrogância, o Ocidente, que se refugiou em palavras, está em decadência. Politicamente, em decadência. »
O PAU QUE BATE
«Não haja dúvidas de que aquilo que se verificou nas contas públicas da Madeira é reprovável. Vale no entanto a pena perguntar se é muito diferente do que se faz no país em geral. No essencial, o que o Governo regional fez foi gastar sem orçamentar. Mas, vendo bem, o que significa então a sistemática suborçamentação do Serviço Nacional de Saúde? No início de todos os anos é-lhe atribuído um orçamento. No final, esse orçamento é ultrapassado em muito, tendo de ser coberto com receita futura. O que representam as Parcerias Público-Privadas senão gastos não orçamentados que terão de ser pagos depois? O que é a miríade de empresas públicas e fundações cujo único propósito é desorçamentar, isto é, retirar gastos do orçamento agora, reaparecendo mais tarde sob outras formas? Acresce que Alberto João Jardim governou como toda a gente governou em Portugal: grandes projectos, muitas estradas e despesa social - a Madeira tem bons serviços de Educação e Saúde. Este pau que bate na Madeira é, afinal, muito carunchoso.»
22.9.11
UM BOCADINHO DE DECORO
ORAÇÃO DA NOITE* PELA EUROPA
Vasco Graça Moura, DN
*Poema de Rimbaud:
Vivo sentado, como um anjo nas mãos de um barbeiro,
Empunhando uma caneca de estrias profundas,
Com o hipogastro e o colarinho arqueados, um Gambrier
Entre dentes, numa atmosfera prenhe de impalpáveis veleiros.
Como se fossem excrementos quentes de um velho pombal,
Mil Sonhos cavam em mim doces queimaduras:
Logo depois o meu coração triste fica como um alburno
Que o ouro jovem e sombrio das cores ensanguenta.
Em seguida, quando já engoli meus sonhos cuidadosamente,
Volto-me, com trinta ou quarenta cervejas no papo,
E concentro-me para fazer as minhas necessidades ásperas:
Doce como o Senhor do cedro e do hissopo,
Mijo para os céus castanhos, muito alto e muito longe,
Com a concordância dos grandes heliotrópios.
(trad. de Maria Gabriela Llansol, tão discutível como, por exemplo, as de Cesariny: agora é preciso explicar tudo porque, até na poesia, a patrulhice não falha)
21.9.11
O CADÁVER EM FÉRIAS
PARA AS NÃO SENHORAS QUE SABEM PERFEITAMENTE QUEM SÃO
Pedro Mexia
20.9.11
«SOMOS RAPARIGAS DO CAMPO»
«Cada día convivimos más con el ruido de fondo de crisis económicas, invasiones de países árabes, sorpresas de grandes gigantes farmacéuticos, reclamos de la industria del automóvil, tortugas Ninja, crímenes horrendos, pavorosos terremotos devastadores, bolsas europeas que caen y caen y vuelven a caer, episodios de estupidez humana transmitidos día tras día como si fueran una serie televisiva sin guionista. En semejante ambiente nuestra agitada vida de víctimas de lo mediático nos recuerda a un fragmento irónico de El caballero inexistente de Italo Calvino: “Debéis disculpar: somos muchachas del campo (...) fuera de funciones religiosas, triduos, novenas, trabajos en el campo, trillas, vendimias, fustigaciones de siervos, incestos, incendios, ahorcamientos, invasiones de ejércitos, saqueos, violaciones, pestilencias, no hemos visto nada.”
19.9.11
AS COISAS SÃO O QUE SÃO
FALTA-ME VER PARIS CONTIGO DENTRO
Vi Roma a arder, e neros vários
bronzeados à luz da califórnia
guardar em naftalina nos armários
timidamente, a lira babilónia;
as capitais da terra, uma a uma,
desfeitas em nuvem e negra espuma,
atingidas de noite no seu centro;
mas nunca vi paris contigo dentro.
E falta-me esta imagem para ter
inteiro o álbum que me coube em sorte
como um cinema onde passava «a morte»;
solene imperador, abrindo o manto
onde ocultei a cólera e o pranto,
falta-me ver paris contigo dentro.
António Franco Alexandre
18.9.11
JÁ NÃO TER VINTE ANOS
A GRAÇA SOCIAL
EVIDÊNCIA
17.9.11
MUDANÇA DE VIDA OU NÃO
Rui Ramos, Expresso
TESTE DE MASCULINIDADE
Welcome to our series... on exploring your masculinity. This is audio tape number one...
"Getting a Grip. Are you dressed in suitably masculine attire?
HOWARD: Very.
- Are you in control?
- Yes.
ANNOUNCER: Are you ready to take charge? Are you a man?
HOWARD: Yes!
ANNOUNCER: Stand up. Stand straight and tall. Excuse me, are we a little teapot? Untuck your shirt. Just one side.
HOWARD: Ohh.
ANNOUNCER: You hate this, don't you?
HOWARD: Look at it!
ANNOUNCER: You want to be neat. You want to be tidy. Adjust yourself. Not there. The package, sissy man. The family jewels.Grab 'em.
HOWARD: Mmm.
- You're in a barroom.
- OK.
ANNOUNCER: Repeat after me.
- "Yo."
- Yo!
- "Hot damn."
- Hot damn!
ANNOUNCER: "What a fabulous window treatment."
- What a fabulous...
- That was a trick.
HOWARD: Oh! Damn!
ANNOUNCER: We've come to the most critical area... of masculine behavior.
HOWARD: What?
ANNOUNCER: Dancing.
HOWARD: Dancing.
ANNOUNCER: Truly manly men do not dance.
HOWARD: Oh, come on!
ANNOUNCER: Under any circumstances. This will be your ultimate test. At all costs avoid rhythm, grace and pleasure. Whatever you do, do not dance.
HOWARD: I won't!
ANNOUNCER: Can you hear it?
HOWARD: Yes.
ANNOUNCER: Can you hear the demon? "Dance," the demon whispers. Everyone else is dancing. They're getting down. They're getting funky now. They're having fun!
- Not you!
- No.
ANNOUNCER: Catch the fever. Feel the heat of the disco beat. It's calling to you. Do not listen! Men do not dance. They work, they drink, they have bad backs. They do not dance. Hold still. Hold tight. Whatever you do, do not dance!
ANNOUNCER: What are you doing?! Stop dancing, you big ballerina! Stop waving those hands! Aren't you listening, you pantywaist? Stop it! Stop shaking that booty! Be a man! Kick someone! Punch someone! Bite someone's ear! Stop it! Get a grip! Think about John Wayne. Arnold Schwarzenegger. Arnold doesn't dance! He can barely walk! Stop it! Stop it! Just stop dancing! So how did you do, pussy boy?»
UM ROSSINI POUCO CONHECIDO
Rossini, L'Assedio Di Corinto. Montserrat Caballé e Katia Ricciarelli.
DO TEIXEIRISMO AO GARCISMO
16.9.11
EM POUCAS PALAVRAS
Maria Teixeira Alves, Corta-Fitas
SER OU NÃO SER
A FALÁCIA
*no original
A PESADÍSSIMA CARGA
Vasco Pulido Valente, Público
DESVENTURAS DE BOAVENTURA
José Manuel Fernandes, Público
15.9.11
O ÍMPETO DA LIBERDADE QUE TUDO ARRASA
O CONGREGADOR FIRME
14.9.11
MATTILA
UMA LIÇÃO E UM AVISO CUMPRIDOS
GATO POR LEBRE
13.9.11
DA MEDITAÇÃO EUROPEIA OU DA FALTA DELA
12.9.11
SERVIÇO PÚBLICO
RECOMEÇAR
Vontade de partir, de largar tudo,
de acordar amanhã num hotel em Veneza,
de esquecer o passado, o futuro, o mundo
e baralhar as cartas expostas na mesa.
Vontade de zarpar, de abandonar
as mínimas coisas algum dia amadas
e procurar no mapa das estradas
o que teima em faltar.
Vontade de abalar sem um aceno
sequer de despedida
e de um modo expedito mas sereno
recomeçar a vida.
O GRÃO E A MISTURA
O "RESPALDO"
11.9.11
UM CRETINO É UM CRETINO
A COISA NÃO ACABOU
Vasco Pulido Valente, Público
10.9.11
NÃO ANDAMOS MAIS FELIZES
Ana Cristina Leonardo, Meditação na Pastelaria
NOUTROS LUGARES
Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
Os outros passam, tocam-se, separam-se,
exactamente como dantes. Mas
aonde e como? Aonde e como? Quando?
Em que praias, que ruas, casas, e quais leitos,
a que horas do dia ou da noite, não sei.
Apenas sei que as circunstâncias mudam
e que os lugares acabam. E que a gente
não volta ou não repete, e sem razão, o que
só por acaso era a razão dos outros.
Se do que vi ou tive uma saudade sinto,
feita de raiva e do vazio gélido,
não é saudade, não. Mas muito apenas
o horror de não saber como se sabe agora
o mesmo que aprendi. E a solidão
de tudo ser igual doutra maneira.
E o medo de que a vida seja isto:
um hábito quebrado que se não reata,
senão noutros lugares que não conheço.
Jorge de Sena, Poesia - III
POBRE DR. FERRO
Adenda: Quanto ao peregrino Assis - um "socrático" de todos e dos últimos dias em especial, cuja "lista" para não sei quê é uma espécie de Madame Tussauds do dito "socratismo" -, está tudo razoavelmente resumido aqui.
A NOVA BOAZINHA
ÀS AVESSAS
O TALKSHOW DE BRAGA
9.9.11
DA TRIVIALIDADE
O PRIMEIRO CONGRESSO
A ALEMANHA E A PRODIGALIDADE ALHEIA
Vasco Pulido Valente, Público