Estava a ler este post de José Paulo Fafe sobre a ruína do Savoy do Funchal e ocorreu-me que tinha estado numa daquelas varandas de um daqueles quartos. E que tinha jantado no Savoy, antes, com um grupo de amigos, no final dos anos 90, altura em que éramos todos vivos. De corpo e alma. A cupidez bronca tudo destruiu entretanto: amizades, corpos, almas, vidas, o hotel. À ruína puramente física, junta-se agora a ruína de tudo. Henry Miller tinha de facto razão ao falar de Proust assim: «Proust, no seu clássico afastamento da vida, é o próprio símbolo do artista moderno - o gigante doente que se encerra numa cela revestida de cortiça para separar os seus miolos.» De vez em quando é preciso parar, mesmo sem génio ou gigantismo alguns, para "separar os miolos". Ou seja, para afastar da vida.
4 comentários:
Uma vergonha JG!
Mas o proprietário não ia fazer no local um resort novo? É aquele rapaz que fala uma língua estranhíssima e é muitas vezes convidado da SICN, e que deu cabo do BCP, e que está arruinado - deve 10X mais que o património de garantia - mas o problema é da Caixa...
PC
Esta é mais uma impunidade do regime jardinista. A CMF utorizou a demolição de um hotel prestigiado e com história e a destruição da área envolvente numa das zonas mais nobres do Funchal, sem a garantia que o negócio tinhas pés para andar. E o resultado é que se vê: mais um buraco a juntar aos muitos outros existentes an ilha, incluindo o financeiro
Pois o Savoy é (era) um hotel a Ajuda é um faz de conta de Palácio. Por sinal, nele se instala a "cultura" nacional e nele se recebe qualquer visitante estrangeiro. Sintomático, não?
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