A pena de morte é má porque não permite a reparação de um erro (na avaliação e na fiabilidade das testemunhas, na investigação, na produção de prova, no julgamento). Mas fora isto a sociedade, que muitos afirmam soberbamente "não ter o direito de tirar a vida a ninguém", faz justamente isso - indirectamente - todos os dias; pelo menos cria boas condições para isso acontecer: dá licenças de porte de arma a criminosos ou a 'cidadãos' descuidados ou incapazes; dá cartas de condução a amblíopes, ou a pessoas com estranhas e raras doenças neurológicas, ou simplesmente a psicopatas; licencia produtos avariados como bons para consumo do público - por pressão de fabricantes e de laboratórios; arruína as pessoas, os povos com gestão danosa dos dinheiros públicos - tornando a vida dos cidadãos um inferno insuportável; desculpa crimes a minorias étnicas a pretexto de que são 'desfavorecidos'; premeia a vigarice e despenaliza a corrupção; paga tratamentos termais a funcionárias públicas aldrabonas e ajudas maternais a abortadoras - enquanto que ao mesmo tempo retira apoios a mães pobres e a famílias que ainda se atrevem a querer viver como famílias; enfim, ajuda também ao suicídio. Ninguém está livre de juízo e não há ponto de vista puro.
Executaram mais um condenado à morte nos EUA. Está sempre a acontecer, é notícia agora porquê? Ah está certo, as primárias republicanas estão aí à porta e o governador de um estado com a pena de morte é o mais forte candidato a ser o candidato republicano para as eleições presidenciais do próximo ano, os media norte-americanos que conseguiram mentir e vender a banha-de-cobra a 300 milhões de indivíduos que o incumbente seria o novo messias agora vai ter que voltar à carga para o tentar reeleger para mais um mandato, como por exemplo atacando este potencial candidato pelo número de execuções do estado em que era governador. Só que, infelizmente para eles, segundo o que nos dizem as sondagens da gallup, até uma esfregona vai conseguir ganhar as próximas eleições ao incumbente, o que apenas comprova mais uma vez a frase célebre de Mark Twain sobre conseguir enganar toda a gente todo o tempo durante muito tempo. Depois por outro lado, o que tem Rick Perry, governador do Texas, a ver com a execução de um condenado à morte no estado da Georgia? Mistério. E por fim, a propósito do imbecil no vídeo do link, os aplausos do público terão sido para o número de execuções no estado do Texas durante o mandato de Rick Perry, ou para o jornalista por ter feito a questão ao candidato, confrontando-o com o seu track record de execuções enquanto ele era governador? Não sei, nem posso ter a certeza, e o imbecil do vídeo idem mas isso não o impede de se lançar numa tirada ideológica a cobrir de insultos aqueles indivíduos do público de untermenschen sanguinários para baixo. O que apenas serve para salientar o trabalho extraordinário do presidente dos EUA nestes seus 4 anos que estão a um ano de terminarem, que enquanto foi candidato, entre outras coisas, foi vendido pelo marketing político na altura como o messias que ia unificar os dois extremos do espectro político norte-americano, ia unir sob a sua presidência "liberals" e "conservatives", e acabar com as posições extremadas como a deste imbecil e seus camaradas ou das do "tea party", todos juntos, kumbaya e unicórnios. Viu-se. E lá como cá, também terão que ser os eleitores a pagar a pesada factura das políticas asininas que puseram em prática os políticos de plástico que elegeram por maioria. Merkwürdig
Não me vou meter nesta discussão pois corria o risco de levar com um adjectivo no trombil. Deixo só as palavras da viúva do polícia assassinado (sim não morreu de nenhuma constipação).
"I will grieve for the Davis family because now they're going to understand our pain and our hurt," she said in a telephone interview from Jackson. "My prayers go out to them. I have been praying for them all these years. And I pray there will be some peace along the way for them."
Não é coisa de Bárbaros. Pode ser coisa de Civilizados que reconhecem a existência de Barbarismo.
"A pena de morte é má porque não permite a reparação de um erro"
Precisamente. Por isso é que em princípio sou de opinião que só deve existir para casos sem hipótese de dúvida: Hitler, Estalines, Mao etc..
Mas o mais importante desta história é jornalismo a mostrar mais uma vez em todo o seu esplendor as suas garras parciais. Curiosamente esta notícia de outro condenado à morte, note-se que na mesma data, não apareceu em nenhum jornal tuga que tenha conhecimento: HUNTSVILLE, Texas (AP) -- White supremacist gang member Lawrence Russell Brewer was executed Wednesday evening for the infamous dragging death slaying of James Byrd Jr., a black man from East Texas...
Não é uma questão de mais ou menos. Não é uma questão da mulher do polícia assassinado rezar pela família do assassino executado. A pena de morte é uma acto que nada tem a ver com o progresso civilizacional das sociedades. Ao que parece a D. Maria I só condenou à morte o Tiradentes. Parece que a senhora tinha dificuldades em lidar com isso. A senhora D. Maria era uma mulher civilizada e morreu em 1816.
Fado Alexandrino, ninguém disse que o polícia morreu de constipação
Anónimo lucklucky, o "mais importante desta história" é tão-só que um homem morreu. Quanto ao outro condenado à morte que refere, creio já ter deixado claro que sou contra a pena de morte em geral e em particular também
Xico, obrigada. e eu não sou monárquica, nem seria preciso
Nunca perceberei ( óbvia burrice minha ) a preocupação pela sorte dos assassinos e a superficialidade hipócrita e ligeira com que se encara o crime e , sobretudo, a vítima. Na minha obtusa visão creio que a pena de morte terá, pelo menos , uma virtude : evitar a figura jurídica do "reincidente"...
os EUA nasceram como sociedade esclavagista um século depois tiveram sangrenta guerra civil por esse motivo apesar do aumento de latinos o problema não está resolvido
os nossos 'brandos costumes' são pena de morte por inanição
JSP, vai-me desculpar, mas, como vi escrito algures numa caixa de comentários e vem mesmo, mesmo ao caso, o senhor - supondo que não se trata de uma senhora - é um troglodita
floribundos, leia sff o comentário que dedico a JSP e sinta-se incluído
Caro JSP A minha preocupação não é com o assassino. Se sou contra a pena de morte é por preocupação civilizacional e por isso preocupação com todos nós. Quanto à superficialidade sobre o crime, faz-me lembrar aquela história de duas cidades fronteiriças entre o Canadá e os EUA. Numa os índices do crime eram elevadíssimos, noutra eram zero. Um dia, na que era zero, houve um crime. Tinha sido um cidadão da outra cidade que atravessara a fronteira. Escusado será dizer de que lado estavam cada uma das cidades.
JSP Se acha que a maneira correcta sobre como se deve encarar a problemática do crime numa sociedade passa pela aplicação da pena de morte, estará em condições de afirmar que há menos crime em todos os países onde ela exista. Deve-nos isso!
Queimar judeus e "bruxas" no Terreiro do Paço, com o beneplácito do Papa, já era coisa de iluminados? Se não souber a resposta, vá ao Estádio Olímpico de Berlim perguntar ao Sr. Ratzinger. Pode ser que tenha uma epifania a caminho e nos deixe em paz.
Plenamente de acordo com a Besta Imunda. Não sou defensor da pena de morte. Foi dito, de forma imperativa: não matarás. Também por sensibilidade pessoal repudio o assassínio, mas… E neste mas é que está o meu problema. Então eu não terei o direito de me defender de quem me quiser matar, matando? Não terei eu, igualmente, o direito de matar para impedir que matem o meu filho ou qualquer outro membro da minha família ou mesmo um amigo que muito estime? Estas interrogações, que frequentemente me acodem ao espírito, preocupam-me profundamente. A existência da pena de morte em muitos estados americanos é da responsabilidade exclusiva dos povos desses estados, que a querem. Mas a pena de morte existe apenas nos USA? Não há muitos outros países onde a pena de morte existe e é aplicada? E porque não se fala deles? Qual a razão que leva certas pessoas a só ter olhos para os USA, dando realce a atitudes censuráveis mas que se verificam igualmente em muitos outros países e, para cúmulo, em escala muito maior? Em muitos estados dos USA há a pena de morte porque o povo assim o quer. Não apenas pela simples vontade dum marmelo qualquer que quer defender e manter o seu poder. Nos USA, e mesmo em Portugal, há diariamente condenações à morte que os jornalistas não consideram dignas de reportagem. E são bem mais graves porque aplicadas a crianças indefesas, que não cometeram crime algum, quando ainda estão no ventre materno. Fingimento jornalístico! Os USA são uma Nação criada por emigrantes oriundos da Europa. Esses emigrantes não foram para lá para ajudar os autóctones. Tinham uma ideia comum: o seu governo de vida. E esse tal governo de vida levou-os a correr, à força, com aqueles que há milhares de anos viviam no território. E isto só aconteceu na América? Tem acontecido em todo o lado desde que o ser humano foi tomando, cada vez mais, o gosto pelo poder. Houve escravos negros nos USA como houve em todas as restantes partes do território americano. O negro não é originário dos territórios americanos. A sua origem está em África, e se os encontramos nesses territórios é porque alguém os levou para lá, à força. Porque o esclavagismo nasceu da ideia de se conservarem vivos os prisioneiros que os vencedores das guerras faziam, pondo-os a trabalhar, em lugar de os matarem. Embora os poupados tivessem de fazer os trabalhos mais pesados, isso já era um bem, embora desgraçado bem, pois poupava-os à morte. E como sempre acontece na raça humana, apareceram uns chicos espertos que viram ser bom negócio andar a comprar e vender seres humanos. E, para não correrem riscos, procuraram obtê-los nas regiões mais atrasadas onde a capacidade de defesa seria insignificante. A África foi a escolhida. Também não parece que entre os cavernícolas já houvesse discussões por causa da pena de morte. Nessa época matava-se. E ficava tudo bem, menos o morto. O que se diz está certo ou errado, O que se diz não passa de palavras. E são os seus utilizadores que dão a muitas delas a carga negativa que têm. Tomemos por exemplo as palavras puta e prostituta. Significam a mesmíssima coisa. No entanto, sem razão para tal, a primeira é considerada obscena e a segunda não. Para mim a obscenidade está no muito que se faz e não deveria ser feito. É tudo uma questão de política. Mas é preciso não esquecer que a política é um pantanal e os políticos são os vermes que nele vivem e dele vivem.
"Se sou contra a pena de morte é por preocupação civilizacional e por isso preocupação com todos nós. "
Se é por preocupação civilizacional então a sua preocupação seria por a pena ser parecida com o crime. O encurtamento das penas é tudo menos civilizacional, demonstra é uma grande confusão de valores e falta de proporcionalidade. Se alguém rouba 10 milhões e tem 25 Anos de cadeia e se alguém mata 70 sem motivo e tem 25 anos de cadeia algo vai mal nessa civilização.
E vamos ver isso mais uma vez mais tarde. É uma das razões porque ao longo do tempo a Europa vai dos 8 aos 80 enquanto os EUA andam entre os 40 e os 60. A Europa é romântica - logo vaidosa - vai de situações de fúria suicida ao pacifismo suicida.
Cáustico, que grande confusão! Uma coisa de cada vez, com risco de não se conseguir conversar sobre coisa nenhuma. Fala-se da figura legal da pena de morte: eu sou contra apenas e só porque se existir erro - e errar é humano - não há reparação possível. Creio que essa razão basta. Quanto aos países onde é aceite a pena de morte, há pouco tempo cerca de 80% das execuções registadas tinham sido: à frente do pelotão da morte, a China,seguindo-se em número de condenaçõe o Irão, os EUA e o Vietname. Quanto a ter o direito de matar para se defender, chama-se a isso legítima defesa. Está na lei.
Anónimo Se alguém rouba 10 milhões e tem 25 Anos de cadeia e se alguém mata 70 sem motivo e tem 25 anos de cadeia algo vai mal nessa civilização.
lucklucky, estávamos a falar da Europa? É que na América, tirando a Guatemala e os EUA, mais nenhum país americano aplica a pena de morte, com excepção do Perú para terrorismo e o Brasil em tempo de guerra. Depois dê uma olhadela na lista dos países com pena de morte e veja lá não cegue com a luz civilizacional que tais países deitam sobre o mundo, com honrosas excepções para dois ou três.
Ana Cristina Leonardo, considere-se desculpadíssima ( "troglodita" é das coisas mais suaves e amáveis que me têm chamado, vá lá saber-se porquê...). Mas eu mencionei, de raspão, a vítima, elemento que, nos tempos e nos códigos que correm , tem o mau gosto de continuar a aparecer em todo e qualquer crime de que tenhamos notícia.Cometi o erro, de palmatória, de me apiedar pela sorte da vítima e de não tentar compreender o assassino... Sobre isso , a Senhora não se pronunciou Bem sei que a vítima atrapalha, põe em causa as maravilhosas teorias sociais de "integração", "convivência cidadã", "respeito pelo Outro" , enfim , põe em causa a velha lenga-lenga "rousseana" do Bom Selvagem...Bem vistas as coisas a vítima é um obstáculo ao progresso social, um (não) ser reaccionário... Evidentemente que não se deve aplicar a pena capital por dá cá aquela palha, mas reservá-la , isso sim, para crimes devidamente tipificados. Ou então estaremos, na prática, perante a lei do mais forte - eis a convicção deste velho troglodita , que a cumprimenta cordialmente.
Não tenho pretensões a escritor e muito menos a jornalista. Procuro escrever de forma simples e clara. Creio que escrevi de forma a não dar margem a confusões. Mas se a confusão existe, vou tentar eliminá-la. O tema era a pena de morte. Como surgissem as censuras aos USA, recordei que ela existia em muitos dos seus Estados porque o povo assim o queria. Não resultava, como acontece em muitos outros países, da vontade de um ditadorzeco qualquer, desejoso de manter o poder. Se falei do esclavagismo, foi porque alguém classificou os USA de país esclavagista, na sua origem. Ora Portugal também foi esclavagista, o mesmo acontecendo com muitos outros países. Os árabes também estiveram metidos no negócio. Como sou cristão, falei no primeiro mandamento que consta do Decálogo apenas para lembrar que há uma proibição de matar, que poucos cumprem até fora do âmbito da legítima defesa. Por último surpreende-me a desfaçatez de qualquer jornalista que se julga com o direito de criticar a pena de morte nos USA, pena de morte para punir, erradamente na minha opinião, todo o facínora que infringe a lei, quando fica calado face às execuções sumárias que diariamente se efectuam nos ventres maternos, de crianças inocentes, que nada fizeram de mal. Classificar tal atitude de hipocrisia seria pouco. Antes da abrilada, nunca pude deixar de sentir uma fobia por médicos, professores e funcionários públicos. A tão decantada democracia fez-me acrescentar mais duas classes à lista: políticos e jornalistas.
Não tenho a certeza, mas julgo que no Liechtenstein (esse vasto principado composto por 11 municípios) existe pena de morte - e é por enforcamento. Também não tenho a certeza, mas acho que até há bem pouco tempo, lá, as mulheres não podiam votar. Talvez nada disto seja já verdade hoje. Para o caso pouco interessa. Consideremos antes que a França - a Grande França das Luzes e um exemplo a seguir por todos os povos do mundo - apenas aboliu a pena de morte em 1981 (o 'canibal' japonês que fez medo aos leitores das manchetes de Paris e que consumia as suas vítimas femininas, escapou-se de ser executado e foi extraditado para o Japão em 1982). As execuções - em França - eram por guilhotina, já se sabe; e tinham lugar no pátio das prisões. Na Guiana Francesa, e apenas para crimes praticados por militares dentro dessa jurisdição, as execuções davam-se a um rítmo 'regular' até 1982, embora não 'louco'. Apenas passaram 30 anos. Demasiado curto para que as nossas consciências - sempre em busca de conforto e de narcóticos - se possam escandalizar assim de forma tão amnésica. Chirac recentemente fez testes nucleares (os últimos franceses) no Atlântico Sul; logo para passados poucos meses condenar testes idênticos que outros tentavam levar a cabo. De um dia para o outro se passa de labrego a cavalheiro. E isso também se aplica a cada 'cidadão' individualmente. Felizmente a maioria de nós não terá de ser posta à prova em situações reais de vida ou de morte - pois seria uma verdadeira desgraça e um morticínio.
22 comentários:
A pena de morte é má porque não permite a reparação de um erro (na avaliação e na fiabilidade das testemunhas, na investigação, na produção de prova, no julgamento). Mas fora isto a sociedade, que muitos afirmam soberbamente "não ter o direito de tirar a vida a ninguém", faz justamente isso - indirectamente - todos os dias; pelo menos cria boas condições para isso acontecer: dá licenças de porte de arma a criminosos ou a 'cidadãos' descuidados ou incapazes; dá cartas de condução a amblíopes, ou a pessoas com estranhas e raras doenças neurológicas, ou simplesmente a psicopatas; licencia produtos avariados como bons para consumo do público - por pressão de fabricantes e de laboratórios; arruína as pessoas, os povos com gestão danosa dos dinheiros públicos - tornando a vida dos cidadãos um inferno insuportável; desculpa crimes a minorias étnicas a pretexto de que são 'desfavorecidos'; premeia a vigarice e despenaliza a corrupção; paga tratamentos termais a funcionárias públicas aldrabonas e ajudas maternais a abortadoras - enquanto que ao mesmo tempo retira apoios a mães pobres e a famílias que ainda se atrevem a querer viver como famílias; enfim, ajuda também ao suicídio. Ninguém está livre de juízo e não há ponto de vista puro.
Ass.: Besta Imunda
Executaram mais um condenado à morte nos EUA. Está sempre a acontecer, é notícia agora porquê? Ah está certo, as primárias republicanas estão aí à porta e o governador de um estado com a pena de morte é o mais forte candidato a ser o candidato republicano para as eleições presidenciais do próximo ano, os media norte-americanos que conseguiram mentir e vender a banha-de-cobra a 300 milhões de indivíduos que o incumbente seria o novo messias agora vai ter que voltar à carga para o tentar reeleger para mais um mandato, como por exemplo atacando este potencial candidato pelo número de execuções do estado em que era governador. Só que, infelizmente para eles, segundo o que nos dizem as sondagens da gallup, até uma esfregona vai conseguir ganhar as próximas eleições ao incumbente, o que apenas comprova mais uma vez a frase célebre de Mark Twain sobre conseguir enganar toda a gente todo o tempo durante muito tempo.
Depois por outro lado, o que tem Rick Perry, governador do Texas, a ver com a execução de um condenado à morte no estado da Georgia? Mistério. E por fim, a propósito do imbecil no vídeo do link, os aplausos do público terão sido para o número de execuções no estado do Texas durante o mandato de Rick Perry, ou para o jornalista por ter feito a questão ao candidato, confrontando-o com o seu track record de execuções enquanto ele era governador? Não sei, nem posso ter a certeza, e o imbecil do vídeo idem mas isso não o impede de se lançar numa tirada ideológica a cobrir de insultos aqueles indivíduos do público de untermenschen sanguinários para baixo. O que apenas serve para salientar o trabalho extraordinário do presidente dos EUA nestes seus 4 anos que estão a um ano de terminarem, que enquanto foi candidato, entre outras coisas, foi vendido pelo marketing político na altura como o messias que ia unificar os dois extremos do espectro político norte-americano, ia unir sob a sua presidência "liberals" e "conservatives", e acabar com as posições extremadas como a deste imbecil e seus camaradas ou das do "tea party", todos juntos, kumbaya e unicórnios. Viu-se. E lá como cá, também terão que ser os eleitores a pagar a pesada factura das políticas asininas que puseram em prática os políticos de plástico que elegeram por maioria.
Merkwürdig
Besta imunda: no que diz respeito à pena de morte, não há "mas fora isto" - esse é que é o problema
Merkwürdig, o seu arrazoado ideológico só não é tão obsceno como a pena de morte porque as palavras só matam metaforicamente
Não me vou meter nesta discussão pois corria o risco de levar com um adjectivo no trombil.
Deixo só as palavras da viúva do polícia assassinado (sim não morreu de nenhuma constipação).
"I will grieve for the Davis family because now they're going to understand our pain and our hurt," she said in a telephone interview from Jackson. "My prayers go out to them. I have been praying for them all these years. And I pray there will be some peace along the way for them."
Não é coisa de Bárbaros. Pode ser coisa de Civilizados que reconhecem a existência de Barbarismo.
"A pena de morte é má porque não permite a reparação de um erro"
Precisamente. Por isso é que em princípio sou de opinião que só deve existir para casos sem hipótese de dúvida: Hitler, Estalines, Mao etc..
Mas o mais importante desta história é jornalismo a mostrar mais uma vez em todo o seu esplendor as suas garras parciais.
Curiosamente esta notícia de outro condenado à morte, note-se que na mesma data, não apareceu em nenhum jornal tuga que tenha conhecimento:
HUNTSVILLE, Texas (AP) -- White supremacist gang member Lawrence Russell Brewer was executed Wednesday evening for the infamous dragging death slaying of James Byrd Jr., a black man from East Texas...
http://hosted.ap.org/dynamic/stories/U/US_TEXAS_EXECUTION_DRAGGING_DEATH?SITE=7219&SECTION=HOME&TEMPLATE=DEFAULT&CTIME=2011-09-21-21-37-11
lucklucky
Não é uma questão de mais ou menos. Não é uma questão da mulher do polícia assassinado rezar pela família do assassino executado.
A pena de morte é uma acto que nada tem a ver com o progresso civilizacional das sociedades.
Ao que parece a D. Maria I só condenou à morte o Tiradentes. Parece que a senhora tinha dificuldades em lidar com isso. A senhora D. Maria era uma mulher civilizada e morreu em 1816.
Fado Alexandrino, ninguém disse que o polícia morreu de constipação
Anónimo lucklucky, o "mais importante desta história" é tão-só que um homem morreu. Quanto ao outro condenado à morte que refere, creio já ter deixado claro que sou contra a pena de morte em geral e em particular também
Xico, obrigada. e eu não sou monárquica, nem seria preciso
Nunca perceberei ( óbvia burrice minha ) a preocupação pela sorte dos assassinos e a superficialidade hipócrita e ligeira com que se encara o crime e , sobretudo, a vítima.
Na minha obtusa visão creio que a pena de morte terá, pelo menos , uma virtude : evitar a figura jurídica do "reincidente"...
os EUA nasceram como sociedade esclavagista
um século depois tiveram sangrenta guerra civil por esse motivo
apesar do aumento de latinos o problema não está resolvido
os nossos 'brandos costumes' são pena de morte por inanição
JSP, vai-me desculpar, mas, como vi escrito algures numa caixa de comentários e vem mesmo, mesmo ao caso, o senhor - supondo que não se trata de uma senhora - é um troglodita
floribundos, leia sff o comentário que dedico a JSP e sinta-se incluído
Caro JSP
A minha preocupação não é com o assassino. Se sou contra a pena de morte é por preocupação civilizacional e por isso preocupação com todos nós. Quanto à superficialidade sobre o crime, faz-me lembrar aquela história de duas cidades fronteiriças entre o Canadá e os EUA. Numa os índices do crime eram elevadíssimos, noutra eram zero. Um dia, na que era zero, houve um crime. Tinha sido um cidadão da outra cidade que atravessara a fronteira. Escusado será dizer de que lado estavam cada uma das cidades.
JSP
Se acha que a maneira correcta sobre como se deve encarar a problemática do crime numa sociedade passa pela aplicação da pena de morte, estará em condições de afirmar que há menos crime em todos os países onde ela exista. Deve-nos isso!
Queimar judeus e "bruxas" no Terreiro do Paço, com o beneplácito do Papa, já era coisa de iluminados? Se não souber a resposta, vá ao Estádio Olímpico de Berlim perguntar ao Sr. Ratzinger. Pode ser que tenha uma epifania a caminho e nos deixe em paz.
Plenamente de acordo com a Besta Imunda.
Não sou defensor da pena de morte. Foi dito, de forma imperativa: não matarás. Também por sensibilidade pessoal repudio o assassínio, mas… E neste mas é que está o meu problema. Então eu não terei o direito de me defender de quem me quiser matar, matando? Não terei eu, igualmente, o direito de matar para impedir que matem o meu filho ou qualquer outro membro da minha família ou mesmo um amigo que muito estime? Estas interrogações, que frequentemente me acodem ao espírito, preocupam-me profundamente.
A existência da pena de morte em muitos estados americanos é da responsabilidade exclusiva dos povos desses estados, que a querem. Mas a pena de morte existe apenas nos USA? Não há muitos outros países onde a pena de morte existe e é aplicada? E porque não se fala deles? Qual a razão que leva certas pessoas a só ter olhos para os USA, dando realce a atitudes censuráveis mas que se verificam igualmente em muitos outros países e, para cúmulo, em escala muito maior? Em muitos estados dos USA há a pena de morte porque o povo assim o quer. Não apenas pela simples vontade dum marmelo qualquer que quer defender e manter o seu poder.
Nos USA, e mesmo em Portugal, há diariamente condenações à morte que os jornalistas não consideram dignas de reportagem. E são bem mais graves porque aplicadas a crianças indefesas, que não cometeram crime algum, quando ainda estão no ventre materno. Fingimento jornalístico!
Os USA são uma Nação criada por emigrantes oriundos da Europa. Esses emigrantes não foram para lá para ajudar os autóctones. Tinham uma ideia comum: o seu governo de vida. E esse tal governo de vida levou-os a correr, à força, com aqueles que há milhares de anos viviam no território. E isto só aconteceu na América? Tem acontecido em todo o lado desde que o ser humano foi tomando, cada vez mais, o gosto pelo poder.
Houve escravos negros nos USA como houve em todas as restantes partes do território americano. O negro não é originário dos territórios americanos. A sua origem está em África, e se os encontramos nesses territórios é porque alguém os levou para lá, à força. Porque o esclavagismo nasceu da ideia de se conservarem vivos os prisioneiros que os vencedores das guerras faziam, pondo-os a trabalhar, em lugar de os matarem. Embora os poupados tivessem de fazer os trabalhos mais pesados, isso já era um bem, embora desgraçado bem, pois poupava-os à morte.
E como sempre acontece na raça humana, apareceram uns chicos espertos que viram ser bom negócio andar a comprar e vender seres humanos. E, para não correrem riscos, procuraram obtê-los nas regiões mais atrasadas onde a capacidade de defesa seria insignificante. A África foi a escolhida.
Também não parece que entre os cavernícolas já houvesse discussões por causa da pena de morte. Nessa época matava-se. E ficava tudo bem, menos o morto.
O que se diz está certo ou errado, O que se diz não passa de palavras. E são os seus utilizadores que dão a muitas delas a carga negativa que têm. Tomemos por exemplo as palavras puta e prostituta. Significam a mesmíssima coisa. No entanto, sem razão para tal, a primeira é considerada obscena e a segunda não. Para mim a obscenidade está no muito que se faz e não deveria ser feito.
É tudo uma questão de política. Mas é preciso não esquecer que a política é um pantanal e os políticos são os vermes que nele vivem e dele vivem.
"Se sou contra a pena de morte é por preocupação civilizacional e por isso preocupação com todos nós. "
Se é por preocupação civilizacional então a sua preocupação seria por a pena ser parecida com o crime.
O encurtamento das penas é tudo menos civilizacional, demonstra é uma grande confusão de valores e falta de proporcionalidade.
Se alguém rouba 10 milhões e tem 25 Anos de cadeia e se alguém mata 70 sem motivo e tem 25 anos de cadeia algo vai mal nessa civilização.
E vamos ver isso mais uma vez mais tarde. É uma das razões porque ao longo do tempo a Europa vai dos 8 aos 80 enquanto os EUA andam entre os 40 e os 60.
A Europa é romântica - logo vaidosa - vai de situações de fúria suicida ao pacifismo suicida.
lucklucky
Cáustico, que grande confusão! Uma coisa de cada vez, com risco de não se conseguir conversar sobre coisa nenhuma. Fala-se da figura legal da pena de morte: eu sou contra apenas e só porque se existir erro - e errar é humano - não há reparação possível. Creio que essa razão basta.
Quanto aos países onde é aceite a pena de morte, há pouco tempo cerca de 80% das execuções registadas tinham sido: à frente do pelotão da morte, a China,seguindo-se em número de condenaçõe o Irão, os EUA e o Vietname.
Quanto a ter o direito de matar para se defender, chama-se a isso legítima defesa. Está na lei.
Anónimo
Se alguém rouba 10 milhões e tem 25 Anos de cadeia e se alguém mata 70 sem motivo e tem 25 anos de cadeia algo vai mal nessa civilização.
Como dizia alguém, matar em Portugal sai barato
Sou contra a pena de morte,ponto final!
lucklucky,
estávamos a falar da Europa? É que na América, tirando a Guatemala e os EUA, mais nenhum país americano aplica a pena de morte, com excepção do Perú para terrorismo e o Brasil em tempo de guerra.
Depois dê uma olhadela na lista dos países com pena de morte e veja lá não cegue com a luz civilizacional que tais países deitam sobre o mundo, com honrosas excepções para dois ou três.
Ana Cristina Leonardo,
considere-se desculpadíssima ( "troglodita" é das coisas mais suaves e amáveis que me têm chamado, vá lá saber-se porquê...).
Mas eu mencionei, de raspão, a vítima, elemento que, nos tempos e nos códigos que correm , tem o mau gosto de continuar a aparecer em todo e qualquer crime de que tenhamos notícia.Cometi o erro, de palmatória, de me apiedar pela sorte da vítima e de não tentar compreender o assassino...
Sobre isso , a Senhora não se pronunciou
Bem sei que a vítima atrapalha, põe em causa as maravilhosas teorias sociais de "integração", "convivência cidadã", "respeito pelo Outro" , enfim , põe em causa a velha lenga-lenga "rousseana" do Bom Selvagem...Bem vistas as coisas a vítima é um obstáculo ao progresso social, um (não) ser reaccionário...
Evidentemente que não se deve aplicar a pena capital por dá cá aquela palha, mas reservá-la , isso sim, para crimes devidamente tipificados.
Ou então estaremos, na prática, perante a lei do mais forte - eis a convicção deste velho troglodita , que a cumprimenta cordialmente.
Não tenho pretensões a escritor e muito menos a jornalista. Procuro escrever de forma simples e clara. Creio que escrevi de forma a não dar margem a confusões. Mas se a confusão existe, vou tentar eliminá-la.
O tema era a pena de morte. Como surgissem as censuras aos USA, recordei que ela existia em muitos dos seus Estados porque o povo assim o queria. Não resultava, como acontece em muitos outros países, da vontade de um ditadorzeco qualquer, desejoso de manter o poder.
Se falei do esclavagismo, foi porque alguém classificou os USA de país esclavagista, na sua origem. Ora Portugal também foi esclavagista, o mesmo acontecendo com muitos outros países. Os árabes também estiveram metidos no negócio.
Como sou cristão, falei no primeiro mandamento que consta do Decálogo apenas para lembrar que há uma proibição de matar, que poucos cumprem até fora do âmbito da legítima defesa.
Por último surpreende-me a desfaçatez de qualquer jornalista que se julga com o direito de criticar a pena de morte nos USA, pena de morte para punir, erradamente na minha opinião, todo o facínora que infringe a lei, quando fica calado face às execuções sumárias que diariamente se efectuam nos ventres maternos, de crianças inocentes, que nada fizeram de mal.
Classificar tal atitude de hipocrisia seria pouco.
Antes da abrilada, nunca pude deixar de sentir uma fobia por médicos, professores e funcionários públicos. A tão decantada democracia fez-me acrescentar mais duas classes à lista: políticos e jornalistas.
Não tenho a certeza, mas julgo que no Liechtenstein (esse vasto principado composto por 11 municípios) existe pena de morte - e é por enforcamento. Também não tenho a certeza, mas acho que até há bem pouco tempo, lá, as mulheres não podiam votar. Talvez nada disto seja já verdade hoje. Para o caso pouco interessa. Consideremos antes que a França - a Grande França das Luzes e um exemplo a seguir por todos os povos do mundo - apenas aboliu a pena de morte em 1981 (o 'canibal' japonês que fez medo aos leitores das manchetes de Paris e que consumia as suas vítimas femininas, escapou-se de ser executado e foi extraditado para o Japão em 1982). As execuções - em França - eram por guilhotina, já se sabe; e tinham lugar no pátio das prisões. Na Guiana Francesa, e apenas para crimes praticados por militares dentro dessa jurisdição, as execuções davam-se a um rítmo 'regular' até 1982, embora não 'louco'. Apenas passaram 30 anos. Demasiado curto para que as nossas consciências - sempre em busca de conforto e de narcóticos - se possam escandalizar assim de forma tão amnésica. Chirac recentemente fez testes nucleares (os últimos franceses) no Atlântico Sul; logo para passados poucos meses condenar testes idênticos que outros tentavam levar a cabo. De um dia para o outro se passa de labrego a cavalheiro. E isso também se aplica a cada 'cidadão' individualmente. Felizmente a maioria de nós não terá de ser posta à prova em situações reais de vida ou de morte - pois seria uma verdadeira desgraça e um morticínio.
Ass.: Besta Imunda
No Pacífico Sul (obviamente).
Ass.: Besta Imunda
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