Os jornais divulgam hoje - como divulgaram no passado um relatório idêntico proveniente da Inspecção-Geral de Finanças - uma auditoria do Tribunal de Contas a vencimentos e remunerações acessórias dos titulares do órgão de gestão das Empresas Municipais (2003-2004). A conclusão é a do costume. Os seus administradores/autarcas ganham, em geral, mais do que os titulares máximos de órgãos de soberania. Em Mafra, por exemplo, encontraram-se salários superiores a oito mil euros. Isto é tudo muito bonito e a opinião pública agradece a publicidade. Todavia conviria saber se foram, vão ou alguma vez serão tiradas as devidas ilações deste proxenetismo democrático, por interposto poder local, essa pérola do Portugal "de Abril".
2 comentários:
Curioso, é como todos estes vigaristas, têem depois o dislate de afirmarem: «Tudo legal», tudo de acordo com a lei!
Mas atente-se que como o exemplo veio ou vem de cima.
Formado no tempo em que os animais falavam (ancien régime), um certo PR de um País pobre, por acaso militar, soube recusar um determinado aumento dos salários dos políticos e naturalmente do dele.
Depois, com uma aparência de tempo de vacas gordas no rectângulo, vieram as reformas e prémios chorudos pelas passagens por determinados órgãos governamentais. Com o Banco de Portugal à cabeça.
Tudo para pagar a «qualidade» como ouvimos dizer. Vê-se.
Neste estado de coisas, a esperteza nas associações entre a “ A implantação do Poder Local ” e as “ conquistas de Abril “, além de tresandarem a demagogia, repugnam pela desfaçatez!
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