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7.8.11

FACTOS E IDEOLOGIAS


O Público em papel dedica duas páginas a uma coisa que intitula "redefinição da social-democracia é central para o futuro dos partidos socialistas europeus". O "empurrão" para o texto (de São José Almeida) é a mudança no cargo de secretário-geral do PS e os protagonistas do mesmo são "personalidades do PS que foram críticas de José Sócrates". Com o devido respeito pelas "personalidades" em causa (duas delas, aliás, são minhas amigas), a tão esperada "refundação" do PS (Mário Soares), avistada pelo lado teórico dela, mais parece um regresso ao passado doméstico do que uma preocupação genuína com o futuro da social-democracia. De facto, o PS, entre 1974 e 1976, estabeleceu-se cá dentro e lá fora como o partido epígono dos congéneres europeus, tivessem eles a designação de "socialistas" ou de "social-democratas". Soares impediu a filiação, desejada por Sá Carneiro, do então PPD na Internacional Socialista e entreteve-se a "denunciar" o "reaccionarismo" do homem (bem com a sua intermitente "loucura") pelo estrangeiro. O líder do PSD percebeu e exercício mas chegou a propor Belém a Soares, em 1976, e só com o desempenho político e governativo de 76 a 78 concluiu pelo rompimento com a menor veleidade de entendimento com Soares e o seu "sonho mexicano". O PPD/PSD acabou por se forjar em casa, sem complexos ideológicos. Menos de cinco passados sobre o 25 de Abril, Sá Carneiro, com Freitas do Amaral e os Reformadores, conduziu o centro-direita ao poder sem demasiados estados de alma. A história do PS daí em diante é conhecida. Sá Carneiro desapareceu tragicamente, Soares regressou para chefiar o "bloco central" que morreu às mãos de Cavaco - Cavaco retirou-lhe quaisquer veleidades de apropriação exclusiva do programa social-democrata graças, também, à entrada na Europa promovida pelo primeiro -, Guterres e os seus "estados gerais" só apareceriam dez anos depois e, em 2004, chegou Sócrates que triunfou pelas circunstâncias ocorrentes e em nome de um pragmatismo incolor e absolutista que durou seis anos, desertificando o partido, anulando-o. O PS descaracterizou-se ao ponto de o país, a 5 de Junho último, não o reconhecer. Nunca teve o monopólio da social-democracia porque, apesar das filiações e das amizades internacionais, a social-democracia, em Portugal, sempre foi como o cozido: é "à portuguesa". Cavaco Silva, por exemplo, fez mais pelo reformismo (a "matriz" social-democrata e não o "estado social" que é coisa que dá para tudo e para nada) do que anos e anos de "ideologia", fosse ela a do punho ou a da rosa no ar. Das seis "personalidades" escolhidas pela jornalista São José Almeida, quais é que são social-democratas? Ana Gomes? Manuel Alegre? Carrilho leu e trouxe o filósofo social-democrata americano Richard Rorty a Portugal e foi o único ministro da Cultura "reformista" do regime. Medeiros Ferreira levou-nos para a Europa, como MNE, e em nome da flexibilização do sistema económico e da evolução do sistema político, fez um acordo com Sá Carneiro em 1979 que permitiu alargar a base de apoio "reformista" da então AD. Em 2011, o PS - à semelhança dos homólogos europeus e extra europeus - deixou de ter o monopólio dos valores da "igualdade" e da "solidariedade". Pelo contrário, foram justamente partidos equivalentes europeus - e o PS de Sócrates - que mais contribuíram para "enterrar" os referidos valores, para excitar o "individualismo" e o "mercado" nas suas mais repelentes facetas e para diabolizar o Estado enquanto manifestação equilibrada de soberania e autoridade democráticas junto de uma sociedade dita civil que só se sabe emancipar nos livros e na retórica reivindicativa de dois ou três negócios florescentes. Os pobres ficaram mais pobres e os ricos ficaram mais ricos depois das terceiras, quartas e quintas "vias" socialistas europeias. E a vida das pessoas foi objectivamente puxada para baixo. Isto é um facto. Não é uma ideologia.

18.4.11

A MISTIFICAÇÃO


A irresponsabilidade e a tolice dos partidos à esquerda do PS estão bem evidenciadas na sua recusa em falar com os prestamistas. Partidos tribunícios, amantes do panfleto, escondem aos seus adeptos que, agora, nada se pode fazer sem (ou contra) os prestamistas. Julgam, porventura, que essa bravata pueril lhes traz votos. Não traz. Nem tão pouco o monopólio do protesto político e social. Não é com mais ou menos subidas e descidas da Avenida que a coisa lá vai. Tem de ir a doer e é terapêutico que isso seja assumido sem traumas ou dramas. Fingir que não é assim é uma pura mistificação.

26.1.11

MODO DE VIDA


«A base bloquista de Alegre, seja a velha, seja a educada bovinamente pela velha, nunca se reviu na democracia burguesa. De burgueses só têm o modo de vida.»


28.9.10

TRAUMAS


Aos Trabalhistas ingleses aconteceu o mesmo que vai acontecer ao PS. Passará muito tempo e varrerão muitos chefes até, respectivamente, conseguirem superar os traumas Blair e Sócrates.

28.5.10

SUA PUTIDADE, A ESQUERDA


Quando se trata do tgv, são todos, em simultâneo, cubanos, chavistas, socráticos, varistas, estalinistas, trotskistas, maoistas, alegristas e demais "istas" porque, como dizia o sábio Soares, o dinheiro aparece sempre. Sobretudo o dos outros, os que hão-de vir a seguir pagar a factura. Depois deste "28 de Maio" porno-parlamentar, o que é que a matilha comunista e bloquista vai fazer, amanhã, numa manifestação folclórica contra o governo aliado? Masturbar grilos? As congéneres do Intendente sempre são mais autênticas e já tomam banho.

OS COVEIROS DOS MAIS DESFAVORECIDOS OU A UNIÃO NACIONAL ESQUERDÓFILA BETONEIRA


É a melhor designação para a nomenclatura "tgvista", abstracta e nebulosa, de apoio ao bardo Alegre a quem o futuro "objectivo" do país não interessa. E menos interessa a ele que apenas deseja ver "consagrada" a sua nula e vaidosa abstracção precisamente no auge de uma crise que por natureza, não entende nem ajudaria a ultrapassar. Porquê? É simples e o insuspeito Campos e Cunha, no Público, explica. «Se os deputados do BE e do PCP (e deputados do PS) votarem ao lado do Governo, ficam com a responsabilidade histórica da decisão. E decidem entre os projectos faraónicos hoje ou, em alternativa, mais pequenos projectos criadores de emprego e mais Estado social, daqui a poucos anos. Dos votos de cada um dentro de dias veremos as consequências, em 2014. Há poucos momentos tão determinantes quanto este. Em 2014, lembrar-nos-emos quem esteve, em 2010, com os mais desfavorecidos ou com os grandes interesses.»

20.5.10

O INSULTO AOS POBRES

Por falar em Estado mitómano - ou, mais adequadamente, em políticos mitómanos geralmente optimistas - ocorreu-me, a propósito daquela encenação tropical em torno de Lula e das suas brilhantes tiradas para "alavancar" (sic) a economia portuguesa, uma ideia do escritor católico Georges Bernanos: o optimismo é um insulto aos pobres.

9.5.10

FALTAM THATCHERS



O sr. Cameron, que deverá ser o próximo 1º ministro britânico, parece mais um daqueles produtos do "pingo doce venha cá" que comandam o mundo, uns brancos e outros mais escurinhos. Muito penteadinho, moderadamente redondo de corpo por causa das fibras e das bicicletas, repetidor de lugares-comuns que Blair aplaudiria, Cameron corporiza a moleza indistinta que caracteriza o presente mando global. Dantes, quem era das esquerdas era inequivocamente das esquerdas, e quem era das direitas, era, sem sombra de pecado, das direitas. Agora, os das direitas parecem envergonhados por se dizerem das direitas e os das esquerdas não descansam enquanto não copiam os piores tiques dos das direitas. Olha-se para as cimeiras europeias ou para as da Europa com os EUA e praticamente são todos iguais. Só quando estes se viram para a "emergente" China ou para a Rússia (esta já é "emergente" há muito tempo) é que se nota alguma diferença. Isto quer dizer que as democracias ocidentais, entregues a vulgares manequins irrelevantes, a nuvens de cinza vulcânica e a uma crise económica e financeira endémica, declinam. E até no declínio não revelam a grandeza de outros tempos e de outros declínios, por exemplo, tão maravilhosamente descritos por Gibbon. Pulido Valente sugere que falta uma Margaret Thatcher. Faltam muitas e em todo o lado.

8.5.10

A PROGRESSIVA QUEDA DAS ESQUERDAS EUROPEIAS


A derrota das esquerdas governamentais europeias, particularmente a do infeliz sucessor do patético Blair pepsodent, Gordon Brown, vista por Medeiros Ferreira. Ele pede "ideias" como quem pede pão a quem fez da padaria uma barraca de farturas embebidas em óleo rançoso. Não vale a pena.

2.1.10

NÃO É?

«Alguns patetas, que devem ter dificuldade em encontrar a cabeça com as duas mãos, protestam inteligentemente contra os "tremendistas". O dr. Mário Soares (sempre uma alegria) chora dia a dia a "Europa" perdida (ou desencaminhada) e reza aos santinhos da sua desesperada devoção como Lula e Obama. E, segundo consta, uma facção lírica à fado de Coimbra continua ao vento à procura do pensamento. Mas, de qualquer maneira, um facto é certo: a crise de 2008 não produziu uma ideia. Basta ver Portugal. O Estado apodrece, como sempre historicamente apodreceu, com o défice do orçamento e a dívida externa. O regime político está paralisado e desliza pouco a pouco para o grotesco. O PSD não passa de um grupinho de coscuvilheiras, sem vergonha ou emenda. E o PS serve um optimismo lorpa a uma populaça céptica. Nem um arrepio perturbou a inanidade da nossa vida pública. A reorganização da direita? Qual quê? A reforma da esquerda? Nem pensar. Afinal, a julgar pela placidez da populaça e a resignação da classe média, a crise não existe. Como, de resto, se constatará em 2010. Não é?»

Vasco Pulido Valente, Público

15.12.09

OS COMPLEXOS


Nas eleições presidenciais no Chile, o candidato da "direita" ficou à frente mas é necessário uma segunda volta. Por cá, comentava-se isto como a primeira vez que a direita, depois de Pinochet, ganhava uma eleição. Dupla imbecilidade. Pinochet é atípico da direita. Foi CEMFA desse desgraçado herói das esquerdas, o sr. Allende, que derrubou da forma violenta que se conhece. Instaurou um regime para-militar que mereceu o apoio dos EUA. Seguiu políticas económicas liberais - daquelas que os nossos "liberais" amam desmesuradamente - e recuperou, robustecendo-a, a economia chilena. O que lhe sobrou em "liberalismo económico" faltou-lhe em liberalismo político. Condicionou a sua substituição o e foi "o" regime praticamente até morrer. Ou seja, não deixou sucessores. A direita que ganhou no domingo é outra coisa. Por consequência, o epíteto de "direita" com que os media pretenderam descrever uma continuidade em relação a Pinochet faz tanto sentido como os nossos pobres socialistas se referirem à direita portuguesa como se ser de direita fosse lepra e eles, esses navegadores oportunistas tipicamente "centralões" e negocistas, representassem "a" esquerda ou outra coisa qualquer.

24.10.09

A PALAVRA E O PALAVRÃO

Na noite das autárquicas, em Lisboa, Ruben de Carvalho apareceu umas horas antes do edil Costa a congratular-se pela derrota da "direita". Produziu uma ataque gratuito e retroactivo à dita "direita" e a Santana Lopes, em particular, como nunca fez durante toda a campanha. Por instantes deixou de ser o Ruben civilizado e cosmopolita que não me desagradava para dar lugar a um Saramago de categoria idêntica à do original. Isto é, nenhuma. Agora, com o acordo celebrado entre o PC de Lisboa e o edil Costa para a gestão das freguesias e da assembleia municipal, tudo fica claro. No meio aparece essa patareca Simonetta que, parece, vai ser a presidenta da dita assembleia onde o PC fica com dois secretários da mesa (o que esta gentinha se torce por merdas destas). Simonetta é aquela extraordinária funcionária pública que carrega, aposentada, a cruz do Instituto Camões. Foi leal a vários amos, da direita à esquerda, e vê agora consagrada a sua carreira artística com esta sinecura política. Ora, que se dê por isso, a única tendência que se conhece à senhora é o contorcionismo. Ajuda para presidir a coisas esotéricas como assembleias municipais - onde, apesar de tudo, se deve exigir um módico de percepção política - mas não chega. Logo, o PC passa a mandar na assembleia municipal de Lisboa na qual terá a palavra e Simonetta o palavrão.

3.10.09

«ÉTICA NA PILANTRAGEM»


25.9.09

OS "PRINCÍPIOS" DA ESQUERDA E A ESQUERDA SEM PRINCÍPIOS

«E não excluo ninguém à esquerda que aceite um programa de governo assente nos melhores princípios reformadores do PS», escreve Medeiros Ferreira. Com o devido respeito e amizade, está equivocado. Este PS que vai a votos no domingo não tem propriamente "princípios". É uma amálgama de interesses difusos que giram em torno de um poder pessoal que, se desaparecer, deixa de servir. E, evidentemente, muito menos tem princípios "reformadores" ou outros quaisquer. Depois, só a generosidade do MF lhe permite descortinar nessa perigosa e metódica "igreja" que é o BE as "melhores" das intenções. Qualquer ligação ao dr. Louçã é um retrocesso civilizacional de proporções bíblicas. Não foi certamente para isso que o MF pediu, em nome de Portugal, a adesão à União Europeia, pois não?

19.9.09

BEAUTY AND THE BEAST


Logo ao fim da tarde gravo um pequeno debate desta série com a Marta Rebelo depois de ter estado, na segunda-feira, com o Nuno Ramos de Almeida. A Marta foi várias coisas nestes quatro anos e meio de regime "socrático". Adjunta de um gabinete governamental, chefe de outro e, finalmente, deputada do PS. Esteve no lugar de Vera Jardim. Isto é, usada pelo "socratismo" e desprezada pelo mesmo "socratismo". É, por assim dizer e como tal me foi apresentada pelo Medeiros, uma promessa socialista. Para mim é já praticamente uma certeza. Lá a espero em Queluz.

Adenda: Os cinco debates anteriores estão em linha no Youtube em "combate de blogs".

A GERAÇÃO PORREIRA, PÁ


«Boa parte dos jornalistas, da opinião e de alguns dirigentes políticos (...) tratavam [o BE] como uma espécie de amigo lá de casa. À direita essa relação servia para provar que não eram salazarentos e à esquerda, entendendo aqui por esquerda o PS, era o atestado de pertença de esquerda, coisa que em Portugal faz muita falta. Houve um tempo nas redacções em que discordar daquelas causas “porreiras” do BE era particularmente difícil para uma geração de jovens jornalistas ditos muito sem preconceitos mas sem qualquer capacidade de dizer que não estão de acordo com o que se torna unânime. Tudo isto contribuiu não para que o BE fosse diferente mas sim para que fosse apresentado como tal. Ora acontece agora que o BE pode vir a ser necessário para o PS governar logo há que mudar de estratégia e passar a mostrá-lo noutra perspectiva que não a do porreiraço compagnon de route. Não foi o BE quem mudou. Estão é a mostrá-lo sob outra perspectiva.»

Helena Matos, Blasfémias

12.8.09

JOANA


O tom da voz da Joana Amaral Dias, a sua pose, etc., etc. teriam feito dela uma excelente presidente "democrática" de um qualquer "movimento nacional feminino". Não admira que tivesse passado pelo PS "albanês" a ideia de a "contratar". A dra. Matilde Sousa Franco, entretanto removida das listas de Sócrates, nem para lhe pegar na pasta servia. Uma Cleópatra das esquerdas vivaças, esta Joana.

6.8.09

A "NOITE ESCURA" DA MANDATÁRIA


Pela Sábado em linha fica-se a saber que a jovem mandatária para a juventude do "eterno jovem" Passos Coelho - quando ele encarnou em candidato a líder do PSD e agora em virgem ofendida -, a "nossa" Filipa Martins, vai escrever no "blogue de esquerda" ao lado da Marta Rebelo, do Tomás Vasques e do José Reis Santos. Tudo gente com cartão (e bem encartados) do PS. Como diria um colega dela, escritor, "não entres tão depressa nessa noite escura". A partir de amanhã lá estaremos todos.


Adenda: Uns quantos valentões anónimos enviaram os comentários do costume. Para que não restem dúvidas, até os ajudo aqui e aqui. Bom proveito.

4.8.09

O PARTIDO FACULTATIVO


O senhor desfocado, metido entre as costas dos valentes 31 da Armada, é o dr. Louçã. Sob um calor de ananases, o dr. Louçã esteve a responder a uns quantos bloggers. Sentei-me apenas por uns minutos ao lado de um jovem de 22 anos que - imagine-se - já foi do Bloco, do PS e que sempre foi monárquico. Depois, pouco antes do fim, regressei e estive à fala com um autarca do BE, de uma freguesia de Gaia (estudante de filosofia e agora em Lisboa a "trabalhar para o partido") que me introduziu nos mistérios do Bloco. Os débitos do dr. Louçã manifestamente não me interessam. Só me interessam os votos que ele vai tirar ao partido ali representado pelo João Galamba e pelo Reis Santos. O resto é facultativo, como diria o Jonathan Littell.

2.8.09

DIFERENTE?



Percebo que o José Medeiros Ferreira estime política e pessoalmente a Joana Amaral Dias (JAD). Apenas não percebo por que é que a qualifica de "personalidade política diferente". JAD, perdoe-se-me o termo irritante, é um mito urbano criado pelo Bloco. Foi deputada pelo dito. Apoiou sempre aquelas causas "chique-fracturantes" que a correcção política exige que se apoiem. Coroou, aliás, essa apetência regimental como mandatária para a juventude da tristíssima tentativa de reencarnação presidencial do dr. Soares. Ser bonita, inteligente e da esquerda florida, eventualmente cobiçável pela não esquerda representada pelo actual PS, torna-a diferente de quê ou de quem dentro do regime?

Clip (a propósito): Rossini, Il Barbiere di Siviglia ("Una voce poco fa"). Maria Callas. Hamburgo, 1959.