2.2.05

UM HOMEM EM TRANSE

Amanhã há um "debate". Se não fosse pelo que se seguiria, eu aconselharia o eng. º Sócrates a não comparecer. Santana Lopes cada vez menos merece que se perca demasiado tempo com ele. Há pouco, ao vê-lo a e ao ouvi-lo, só percebi que o local era o Clube Americano pela bandeira. O querido e falecido Parque Mayer, ou mesmo o circo da simpática família Cardinalli, teriam porventura sido mais adequados à arenga delirante. As pessoas que assistiram àquele almoço devem legitimamente interrogar-se sobre as "ideias" que aquele homem em transe lhes apresentou. Ou as televisões também fazem parte do amplo "contra" que o persegue e só escolhem passar os momentos de "elevação"em que Lopes dispara "contra mundum", ou então aquilo é mesmo verdade e é, como efectivamente é, muito mau. Sócrates corre assim o risco de nada poder seriamente debater. Por isso eu recupero "o essencial" do que coloquei no último artigo para O Independente:


Entretidos com o circo, espera-se pois que os portugueses não se afastem do essencial. E o essencial passa por responder, com realismo, a duas perguntinhas muito simples. A primeira diz respeito ao perfil de chefe do Executivo. “Depois da experiência dos últimos meses, acha que o dr. Santana Lopes possui as qualidades necessárias para continuar a exercer as funções de primeiro-ministro?” A segunda aponta à contingência do actual momento nacional. “Entende que é melhor para o país, nesta altura, ser governado a partir de uma maioria absoluta ou deve antes sustentar-se o Executivo em acordos precários e ambíguos no Parlamento?”

Sem comentários: