4.2.05

AGUSTINA, A IRONISTA



(...)Então, porque é que se escolhe um ou outro? Porque um fala melhor e outro pior? Porque um é mais simpático ou mais bonito?

O Santana tem um instinto das situações. Sabe incutir confiança falando pausadamente, dando a impressão de que conhece profundamente as coisas de que fala, há um dom de se saber manifestar perante um público. Talvez isso venha dum hábito e duma ambição política. Parece-me uma pessoa a quem interessam os resultados, e nessa medida é combativo. O perigo do Santana Lopes é que ele é capaz de se desiludir de repente. Mas se sentir o estímulo do seu clã, pode ir longe.

E Sócrates?

Não tem isso, não tem ambição.

O que é que vê nele?

Vejo um nome! [risos] Vejo um nome que não corresponde ao seu original [risos]. Eu nunca fui socrática, mas este caminho de jogar com os nomes é fácil, não vamos por aí... O que é que eu vejo nele?... Isso teria que ser perguntado aos correligionários dele. O que é que eles viram para o escolherem como substituto de Ferro Rodrigues? Está mal substituído, sem dúvida.

O que é que lhe falta?

A grandeza e a capacidade que teve o Ferro perante as dificuldades.(...)

(Agustina Bessa Luís em entrevista ao DN)

Sem comentários: