A campanha eleitoral teve início com um "duelo ao frio" de Castelo Branco. O PSD acolheu-se -bem - no quentinho de um pavilhão municipal. O PS escolheu uma ex-parada de quartel e não demorou - inteligentemente - mais do que uma hora. Estas duas manifestações "expontâneas" ilustram bem o "valor" do exercício. Autocarros, porcos assados "à borla" e outros "mimos" onde se incluíam os indispensáveis ranchos folclóricos, deram cor e motivo essencial às deslocações. Esta frivolidade destinava-se aparentemente à contabilidade das presenças num mesmo território. Politicamente espremidos estes dois comícios valem zero. Alguém terá prestado alguma atenção às "figuras" colhidas aos baús das respectivas histórias partidárias para abrilhantar as festas? Duvido. E se pensarmos que os discursos dos líderes vão consagrar este monocórdico modelo durante quinze dias, as perspectivas negras adensam-se. Muito antes da campanha começar, eu previ uma intensa falta de entusiasmo patriótico para a acompanhar. Na realidade, e depois do que assisti, julgo que o único motivo que pode despertar um vago interesse pela dita, consiste em seguir as metamorfoses de Santana Lopes até ao dia 20. Há ali uma obstinação solitária em chegar a um qualquer lado, seja ele qual for, que merece atenção. Estes 15 dias vão ser os mais longos da vida política de Lopes. Porque tanto podem ser os últimos como os primeiros de qualquer outra coisa e do seu contrário. E é isso que eu verdadeiramente aprecio no homem, não ser trivial nem previsível. Não lhe serve de grande consolação, mas às vezes é uma vantagem. Vamos então ver até onde chega essa vantagem.
Sem comentários:
Enviar um comentário