Durão Barroso e Santana Lopes encontram-se hoje em Lisboa. O primeiro, envolto na capa de presidente da Comissão Europeia, "mostra-se" ao lado do seu sucessor calculado. Este encontro simbólico, destinado a abrilhantar a campanha de Lopes, tem um lado negro. Estas duas figuras, a quem deve juntar-se Paulo Portas, agora entretido ora a "fazer de morto", ora a lançar olhares lúbricos a uma qualquer perspectiva de poder, são os maiores responsáveis pelo estado de desalento instalado no país e no eleitorado do PSD. Os indecisos e os abstencionistas que tanto preocupam o dr. Lopes são uma criação perversa dele próprio e do dr. Barroso. A fria ambição de Barroso permitiu Santana Lopes. Santana Lopes permitiu o caos. Ambos deram azo ao afastamento natural de milhares de pessoas que confiaram em Barroso, em 2002, contra o "porreirismo" vazio de António Guterres. A maior parte dessas pessoas está agora em casa a ruminar no que há-de fazer no dia 20. É quase obsceno Santana Lopes pensar que ainda pode contar com elas para alguma coisa. Portas não interessa. Barroso e Santana deixam como herança um grande partido ferido na sua dignidade histórica e política. Para milhares de portugueses como eu, eles são verdadeiramente os rostos da desilusão.
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