6.2.05

DA PARÓQUIA

O Crítico/Henrique Silveira teve a amabilidade de me incluir num "pacote" de blogues que supostamente andam atrás da "agenda" política. E disse: Santana também teve sempre mais problemas com o PSD do que com o restante arco político, tem de lutar em duas frentes, e já sabemos que quem abre várias frentes perde em toda a linha. É o destino de Santana, coisa que não me preocupa nada ao contrário do João Gonçalves do Portugal dos Pequeninos, agora rendido aos encantos de Sócrates depois de ter sido um Social Democrata convicto, o estertor de Santana é apenas um espasmo antes da morte política. Esta leviandade "crítica" merece duas observações, apesar de eu detestar esta coisa tagarela entre blogues.

1. Não estou particularmente preocupado com o "destino" de Santana Lopes. Ou melhor, já estive mais. Porém, sempre lhe apreciei a audácia, a ambição e o instinto de ruptura. Tem algumas qualidades e imensos defeitos, raramente acertando no aproveitamento das qualidades e esticando até um limite insuportável os defeitos. Ser chefe de um governo não é, por exemplo e manifestamente, um dos seus inúmeros talentos.

2. Não me rendi aos "encantos" de Sócrates (sou demasiado "rortyano" para alguma vez poder ser "socrático") nem deixei de ser social-democrata. Nesta concreta contenda, vejo nele naturalmente "mais" perfil de primeiro-ministro do que jamais poderia ver em Santana Lopes. O que vi, o que todos vimos, é, por si, esclarecedor. Até por isso, precisamente por eu ser social-democrata.

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