5.2.05

SUBSCREVO

(...) Existe no mundo político português, e também nos "media", uma certa relutância a chamar os bois pelos nomes, que nunca se viu tão claramente como hoje. A pretexto de que não se deve discutir a vida privada de cada um, não se discute a vida pública de ninguém. Além disso, a vida pública e a privada não são inteiramente separáveis. Não se muda de carácter porque de repente se entrou num partido ou no governo (ou numa televisão ou num jornal). Um aventureiro, um arrivista, um falsário, um irresponsável e um mentiroso contumaz não deixa de o ser quando atravessa a linha (de resto, indefinida e convencional) para o domínio público. Fica ele próprio - e cedo ou tarde mostra o que verdadeiramente é. As pessoas de Santana e Sócrates podem e devem ser discutidas. Não discutir a sexualidade de cada um, não significa conceder um privilégio de silêncio para tudo o resto. (...)


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