4.2.05

À ESPERA

Santana Lopes, em entrevista a Judite de Sousa, tirou Miguel Cadilhe "da cartola". Apresentou-o como eventual ministro ou mesmo vice-primeiro-ministro para a competitividade, caso continue chefe do governo. Temos de aguardar uns dias para perceber se isto é verosímil ou se Cadilhe, alguém conhecido pelo seu bom feitio, vai desmentir a "revelação". Santana, que tem andado sozinho, vai seguramente aparecer mais acompanhado. A qualidade da companhia é um bom barómetro para se entender as reais expectativas do PSD. Santana, cuja intuição já lhe deve ter sussurrado quão díficil é ganhar agora, aposta no "namoro" dos indecisos/abstencionistas. Em duas vertentes. A mais óbvia, a mais natural e a mais complicada, consiste em os conquistar para o voto. A outra, mais dissimulada, pretende "assustá-los" com a hipótese PS/BE e, no mínimo, mantê-los pelo menos em casa no dia 20. Procurar não perder demasiado eleitorado e evitar que o PS tenha maioria absoluta, é o "rendimento mínimo garantido" para Santana Lopes afrontar os que, dentro do PSD, "andam a fazer contas", como ele disse. Se o PSD perder as eleições - e perder é objectivamente não as ganhar -, há que arrepiar caminho. E, malgré tout, eu acho que Santana Lopes vai querer continuar no meio do caminho, tipo "empata". Só mesmo uma humilhação eleitoral o obrigaria a recuar. Como eu tenho sérias dúvidas que isso aconteça, parece-me sensato começar a pensar no que fazer. Até porque Cavaco está à espera.

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