A SIC passou uma reportagem acerca dos juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça. Por estes dias, as venerandas criaturas vão eleger o seu presidente, a "quarta figura" do Estado português. Quem prestou atenção à peça televisiva, há-de ter reparado que tudo se passava entre o eixo Santa Apolónia-Praça do Comércio, ou seja, no meio da rua. É verdade. Os nossos conselheiros - para quem não saiba - são quase todos oriundos do "centro" e do "norte" do país. Parece que só da solene Coimbra para cima se está efectivamente à altura da gravidade da função. Como tal, estes homens viajam interminavelmente de comboio onde, aliás, são facilmente reconhecidos pelas "conversas" - sempre as mesmas - que mantém entre si. Para além disso, trabalham em casa. Nada como o recato e o silêncio do lar para decidir definitivamente da vida de qualquer um. Na reportagem, foram todos "apanhados" a sair do comboio para uma amável carrinha que os conduz até ao Supremo para a reunião, presumo que semanal. Não imagino o que terão pensado desta reportagem os trabalhadores por conta de outrem que se têm de levantar às seis, sete ou, como alguma generosidade, às oito da manhã para irem ocupar o seu posto de trabalho. Porventura a maior parte ignorará que é do "trabalho de casa" daqueles senhores que tantas vezes sai o "destino" das suas vidas. A magistratura, apesar de existir para "dizer o direito", isto é, aquilo que "deve ser" numa banal situação da "vida material", tem o seu limbo muito próprio. Tudo, afinal, se pode decidir no quentinho do lar ou num corredor do "Alfa Pendular". Se eu, por exemplo, quiser ficar em casa a fazer um relatório ou mesmo a pensar- já que também sou jurista, servidor da "causa pública" e pago para "pensar"-, acontece que... não posso ficar. Seria, no mínimo, considerado uma extravagância. Pois é. Quando eu for grande também quero ser conselheiro.
3 comentários:
conhecerá V. Exc.º as condições de trabalho dos Venerandos Conselheiros no edifício do Supremo Tribunal de Justiça? caso não conheça, o que me parece óbvio por este seu "post", sugiro-lhe uma visita. talvez então descubra os motivos que levam tão ilustres pessoas a trabalhar em casa. certo estou ainda que, após tomar conhecimento de tais condições, agradecerá o facto de escolherem trabalhar no recato dos seus lares. acredite em mim quando lhe digo que a causa da justiça fica bem melhor servida.
conhecerá V. Exc.º as condições de trabalho dos Venerandos Conselheiros no edifício do Supremo Tribunal de Justiça? caso não conheça, o que me parece óbvio por este seu "post", sugiro-lhe uma visita. talvez então descubra os motivos que levam tão ilustres pessoas a trabalhar em casa. certo estou ainda que, após tomar conhecimento de tais condições, agradecerá o facto de escolherem trabalhar no recato dos seus lares. acredite em mim quando lhe digo que a causa da justiça fica bem melhor servida.
conhecerá V. Exc.º as condições de trabalho dos Venerandos Conselheiros no edifício do Supremo Tribunal de Justiça? caso não conheça, o que me parece óbvio por este seu "post", sugiro-lhe uma visita. talvez então descubra os motivos que levam tão ilustres pessoas a trabalhar em casa. certo estou ainda que, após tomar conhecimento de tais condições, agradecerá o facto de escolherem trabalhar no recato dos seus lares. acredite em mim quando lhe digo que a causa da justiça fica bem melhor servida.
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