9.2.07

POR CIMA


Desde que "sirvo" o Estado, já fiz coisas completamente diferentes e já estive em sete ou oito lugares distintos uns dos outros. Por isso, prejudiquei irremediavelmente a minha santa carreira de origem. Pratiquei sempre a "moblidade" e a "flexiblidade" quando muitos dos que agora andam empenhados em destruir o serviço público não saíam da mesma cadeirinha ou sector seguros, ou aceitavam prebendas em lugares remotos quando esses lugares remotos eram "lucrativos". Nunca ganhei nada com essa minha "mobilidade" a não ser ter "crescido" profissional e pessoalmente, e acrimónias de imbecis. Troquei sempre meia dúzia de tostões - para menos , naturalmente - pela minha tranquilidade pessoal e de consciência. Não me queixo, antes pelo contrário. Aprendi mais por nunca ter estado agarrado à mesma cadeira, a um horário hipócrita, a uma rotina estupidificante e ao temor reverencial pelos "de cima", quase sempre os mais medíocres. Tenho servido o Estado o melhor que sei, o melhor que posso e em lugares onde me pareceu útil servi-lo em cada momento. Não é este governo que vai dar lições a mim e a muitos que, com generosidade e despreendimento, fazem mais pela dignificação da chamada e apoucada "função pública" do que os efémeros "ratos de gabinete", comissários políticos, lambe-botas profissionais ou comentaristas anafabetos que desaparecem tão depressa como emergem das suas trevas. O órgão executivo máximo da administração pública é o governo, na circunstância, este, socialista. Por que não começar por cima?

5 comentários:

Anónimo disse...

eh pa,

assino por baixo, já está na hora de por o dedo na ferida. Queixam-se da função pública (isto é dos funcionários publicos), mas esquecem-se de dizer que as decisões, todas, são preparadas e impostas por uma classe politica e respectivos assessores (mais bonito que lambe botas) que quando a coisa está negra, saltam logo.

Um FP

Anónimo disse...

Ora já somos três. Quer dizer em acordo e por questões laborais. O problema é que nesse assunto ninguém vai tocar. Seria demasiado perigoso. À hierarquia do estado convém ter privilégios, senão como os distinguiam?

Anónimo disse...

E vão quatro. Subscrevo. Parabéns, caro joão gonçalves.

Aproveito para lhe dizer que tem sido uma belissima "campanha", a sua, pelo NÃO ao referendo.

Anónimo disse...

«Não é este governo que vai dar lições a mim». Embora pareça uma redundância as possíveis frases correctas, seriam: «Não é este governo que me vai dar lições» ou «Não é este governo que me vai dar lições a mim»
E esta lição pode ser aceite por si embora remetida por um anónimo?

Anónimo disse...

O JG está já a preparar toda “a artilharia pesada” do seu importante arsenal para “atacar” o Governo. Vá mais devagar. Olhe que à semelhança do que está a acontecer com este referendo... a “guerra” declarada antes de tempo pode ser perdida ... por cansaço.

Mulher, por acaso genético.