26.4.10

A "MANIF" DO "25 DE ABRIL SEMPRE"


Vista por um leitor.

«Já nem nos idosos, e pessoas adultas à altura do 25, conseguimos perceber lógica, conhecimento e lucidez quando mostrados na Télvizão a falar sobre o dito - ou então a Télvizão faz sempre uma laboriosa e exigente selecção, de modo a mostrar apenas os mentecaptos babosos. O folclore mostrado em telejornais é confrangedor: partículas de povo que se saracuteiam como macacos; carros alegóricos e chaimites cor-de-rosa (como os elefantes); velhas desdentadas envergando bonés mal-enfiados pela matéria córnia abaixo; criancinhas irrequietas e delinquentes, ou criancinhas inertes e expressão alvar; jovens porcos e chulos do pai-e-da-mãe; imbecis ociosos; pseudolíderes políticos em desfiles encenados, e que só aguardam combinada sincronização com as Télvizões para arrancar - como as espontâneas manifestações anti-crise. As festas do regime são fracas, feias, fedorentas e falsas. A liberdade um mito e o progresso uma anedota. De resto o povo continua, como dizia Eça, a "querer beber o sangue ao patronato, mas deixará logo essa ideia de lado se o patronato, em vez de abrir a veia, mandar abrir Cartaxo".»

8 comentários:

Altamente disse...

Apareceu na RTP uma velha a dizer que, a seguir ao 25 de Abril, esteve um mês sem dormir. Só não disse foi com quem.

Altamente disse...

Também apareceu um casal de velhotes a informar que, antes do 25 de Abril, na longa noite, era tudo tão negro que a oposição se reunia na igreja da terra e a PIDE telefonava para o padre a perguntar se estava lá alguém. Ao que o dito respondia que não, que não estava ninguém, quando a verdade é que a mesma estava cheia.
Independentemente do mais (e a tendência para a lenda é tão cara aos folclóricos antifascistas de sempre...), cabe investigar por que motivo a PIDE, na altura, não se queixava da falta de meios que a impedia de ir aos locais do "crime", forçando-a a recorrer ao telefone...

fsosalgueiro disse...

Este tipo de texto mostra o desalento e desânimo de quem perdeu fé em Abril.
É claro que Abril nem sempre são amanhãs a cantar, mas chegar tão baixo ("criancinhas irrequietas e deliquentes") mostra que hoje o 25 de Abril está perdido para a maioria dos portugueses.
O povo já se esqueceu do que ganhou com Abril e à "primeira" dificuldade apenas pensa no que tem perdido nestes anos (créditos pessoais sem limites, crédito para casa sem dificuldades, crédito para o carro, etc, etc).

Anónimo disse...

O texto está deliciosamente bem escrito e talvez se possa dizer que a mensagem subliminar é a de que precisamos todos de re-fundar o nosso País.
O que aí está é uma núvem oligárquica de gafanhotos que devastam os campos e as colheitas dos Portugueses.

Garganta Funda... disse...

Não esquecer que nesse desfile estava reservada uma zona vip para os CEOs do 25 de Abril.

Pela televisão avistei o Vasco Lourenço, os presidentes vitalícios da UGT e da CGTP, o Anacleto Louçã, o tio Jerónimo e ainda alguns «intelectuais» cujas obras ainda estão por publicar...

Qualquer dia, aquele desfile transforma-se em algo parecido com um desfile carnavalesco gay...

Também reparei num grafitti escarrachapado numa escadaria:

«Hoje é 25 de Abril;
Amanhã a Miséria continua!»

fado alexandrino. disse...

Está um bocadinho exagerado mas faz parte do estilo do autor e quem não gosta não lê.
Agora o que gostei foi de um rolo compressor com palavras más "fascismo" e outras em frente do qual as crianças se deitavam e se levantavam todas felizes depois de aquilo lhes ter passado por cima.
Que pena não ter fotos.

De nihilo nihil disse...

A questão não é "Abril" são os prejuízos mensais dos últimos anos.

Anónimo disse...

cada burro cada melro...