22.4.10

DA CERTEZA DOS CEMITÉRIOS


Outros que vivem no éter são os três monos da "quadratura do círculo", dois dos quais, o Xavier e o Pacheco, respeito. Costa nem em Lisboa conta. Mas a Xavier deu-lhe para defender (é a vida dele, coitado) os extraordinários gestores portugueses - os seus salários, prémios e gestão, a única coisa que é retórica na maioria deles - como se o país não pudesse passar sem os seus extraordinários contributos para o futuro da nação. Porém, apesar de excelentes segundo o dr. Xavier, persistem em não conseguir salvar a pátria. O dr. Pacheco, em geral, e na qualidade de especialista em oraculares comissões de inquérito e em vulcões, também comunga desta indispensabilidade nem que seja para maçar o eng. Sócrates que aprecia dar-se bem com Deus e com o diabo. Ora os cemitérios estão cheios de pessoas extraordinárias que nem uma terminação na lotaria ganharam. De salvadores indispensáveis e de luxo, nem se fala. A "quadratura" é um programa elitista destinado a "ilustrar" o pobre espectador acerca das maleitas dele (mais as do dr. Pacheco, para ser franco) para quem "gestores" são uns vagos "eles" que também acabarão nos ditos cemitérios. E só disso podemos ter a certeza. Da certeza dos cemitérios.

7 comentários:

Anónimo disse...

A generalidade dos tais gestores vai urdindo uma teia de compadrio e amiguismo, muitas vezes fazendo usa das suas "secret weapons": sexo, chantagem e servilismo.

Estes tipos nunca ouviram falar do conhecido ditado "não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu"...

O "sucesso" resulta do trabalho de um grupo imenso de subalternos esforçados e idealistas, sem sentido crítico nem espírito livre.

Este é o ambiente nas "organizações".

PC

Anónimo disse...

O programa de ontem devia ter sido transmitido no formato invisível, tipo "Branca de Neve", mas sem som. Foi daqueles que não dá sequer para adormecer.

Anónimo disse...

Dr. João Gonçalves, o seu post é certeiro, e a descrição que faz do programa é fiel. Noto também no seu texto, inevitavelmente, uma negrura de alma, ou pelo menos um mal-estar que a todos nós é comum. Esse mal-estar não seria tão agudo se a situação não fosse grave, escandalosa e, por vezes, patética; ou seja: aqueles três estarolas passariam mais discretamente se a coisa estivesse mais pacífica, ao passo que é notório que a casa está a arder e que os bravos senhores se entretêm a discutir o sexo dos anjos. Nenhum deles sofrerá com a crise ou a banca-routa; nenhum deles deixará de ter o seu ganha-pão; nenhum deles deixará de ter o seu gabinete; e a tranquilidade e bonomia com que falam acerca de coisas sérias são notórias. Não digo que fosse bom fazer um programa com gente desesperada e no desemprego, pois a clareza de espírito seria impossível. Seria no entanto melhor que o painel fosse composto por gente normal que soubesse alguma coisa da realidade e que tivesse muito a perder com este estado de coisas. Falta às televisões e seus programas um contacto cru com a crua realidade: dívidas, desemprego, falências, insucesso, frustração, raiva, cheiro a sangue, estaleiros-de-obras, palavreado não filtrado e espontâneo em locais de trabalho, equívocos kafkianos com o estado(tadinho); e tudo isto não composto, não arranjado e não editado por aquelas sopeiras das redações e sem vozinhas-off de jornalistas chamadas kátias. Como vê também eu tenho a alma negra, ou melhor: é como se a minha alma tivesse caído dentro de uma sanita cheia de merda.

Cumprimento com admiração
Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Como se escreve correctamente? banca-routa ou bancarota ou bancarrota? Já vi escrito de várias maneiras (parece que o termo é de cambistas italianos-romanos de Séc. IV, prestamistas cristãos (!) que em Cartago já lidavam com o assunto - "banca com um buraco ou partida"). Na verdade "rota" é rota de navio; se fosse "rôta" significaria fufa? do tipo "Rôto como António Botto?". Quem pode ilucidar-me?

Ass.: Besta Imunda

Merkwürdigliebe disse...

Da Liga dos Extraordinários Gestores devem referir-se aqueles que estão a emigrar em massa para Madrid, Barcelona e Londres.
Talvez estejam a contar com as remessas de emigrantes destes para Portugal para salvar a economia da nacinha. Mas conversa de remessas de emigrantes, desemprego e condições de vida, e emigração em massa obviamente que existia apenas na longa noite do faxismo e hoje em dia, hossana, já não existe nada disso.
Do Bidonville para o colarinho branco, nem se ouse dizer que Portugal não evoluiu estrepitosamente desde há 30 anos para cá. Sobre a bancarrota é só perguntar qual será a palavra em Grego, Islandês ou em Espanhol com sotaque argentino.

Anónimo disse...

Obrigado Herr Doctor, meu caro Dr. Strangelove; resta também acrescentar que o Espanhol pode também ganhar, de repente, sotaque andaluz, asturiano e castelhano. Bidonville não é coisa que exista neste cantinho, como é sabido. Cá é mais Bidéville, com a quantidade aterradora de bidés que nos governam.

Agradecido, seu dedicado

Besta Imunda

Barafunda disse...

O Costa já mostrou o que vale, um mais do pouco que nada, já se prepara para daqui a 2 anos fazer frente ao Passos Coelho, venha o diabo e escolha.
O Lobo Xavier é uma figura simpática, tipo professor Marcelo Rebelo de Sousa, que como este, também vai fazendo pela vidinha a botar faladura, e na auto-promoção nos média, por em prática o que sabe bem falar, é que é mais difícil até porque o chefe dele, o Dom Belmiro têm-lhe rédea curta.
O Pacheco Pereira é muito culto, sabe muita coisa, mas não consegue sair da imensa vaidade que tem, resquícios da cultura da extrema esquerda por onde andou na juventude, logo também tem uma certa atitude moralmente superior, que ao não ter resposta na praxis política, Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel, torna-se penoso.