28.4.10

CADA MACACO EM SEU GALHO

Ao almoço, diante de mim, num "lcd" sem som, surgem Passos e Sócrates não necessariamente por esta ordem. Imagino que estivessem a decretar a salvação da pátria. Pelos salamaleques mútuos, dir-se-ia que disputavam a primazia nas joelheiras. Cheguei a ter saudades momentâneas de cena parecida entre o Prof. Mota Pinto e o dr. Mário Soares. Sempre eram gente. Todavia, há virtude política no exercício. O dr. Portas falou do Caldas e os outros dois falavam de São Bento. Cada macaco em seu galho.

Adenda: A "cena", em versão "Iô Pan! Iô Pã" e "pão de ló molhado em malvasia", pode ser lida aqui com ilustração a condizer.

5 comentários:

LUIS BARATA disse...

O som não fez falta absolutamente nenhuma.Por enquanto, toca a cortar nas prestações sociais e no subsídio de desemprego. Mas a verdade é que todos sabemos que são "peanuts" face às obras públicas faraónicas...

joshua disse...

Nem de propósito:

HINO A PÃ
(de Mestre Therion *)

Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!

Fernando Pessoa

Anónimo disse...

O Passos pim, o Passos pam, o Passos pum! O Passos pim,pam,pum.

Besta

Anónimo disse...

O PM disse para quem quis ouvir que a partir de agora iam estar atentos a esta crise. E disse-o com uma cara séria.

Mani Pulite disse...

PARA OS INVESTIDORES INTERNACIONAIS A CREDIBILIDADE DO PASSOS ERA NULA.NINGUÉM SABE QUEM É UM TIPO COM UM C.V.SEMELHANTE AO DO SÓCRATES ANTES DE SER MINISTRO.MAS HOJE DEPOIS DE SE PRESTAR AO NUMERO DE CIRCO COM SÓCRATES PASSOU A SER TÃO CONHECIDO QUE A SUA CREDIBILIDADE AGORA É NEGATIVA.PAZ À SUA ALMA!