A DERROTA
O Diário Económico noticia que Portugal, no quadro da União Europeia alargada a vinte e tais membros, tem uma média de 9% de população "diplomada", quando, entre os futuros membros, a percentagem média é de 13,9%. E continua, explicando que "em relação à população que termina o ensino secundário o fosso ainda é maior: apenas 19% , valor que representa um quarto da percentagem média dos futuros estados membros e dos países candidatos (77%)". Estes dados recolhem-se num relatório da Fundação Europeia de Formação, através do qual se revela que "Portugal tem também a mais elevada taxa de abandono escolar da Europa alargada e os piores níveis de literacia". Não é nada que nós já não soubessemos. Conclui o jornal que, "com a entrada dos dez novos membros, em Maio de 2004, Portugal será ultrapassado, continuando no fundo da lista da UE em termos de escolaridade". O mais extraordinário, porém, foi o comentário da ministra Maria da Graça Carvalho que, segundo o DE, "não mostrou qualquer surpresa" face a estes dados, dizendo que "o diagnóstico já está feito". Ao fim de algum tempo de mandato, com a balbúrdia crescente e aparentemente incontrolável nas universidades - onde se fabrica "disto" - , com o desprestígio orçamental da qualificação e com a persistente displicência com que se encaram, ano após ano, estas evidências, já não basta dizer que o diagnóstico está feito. Julgo que é intelectualmente mais honesto e racionalmente mais produtivo reconhecer uma derrota.
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