O que se passa com o BCP - "apenas" o maior banco privado português segundo julgo saber - não releva apenas de uma questão interna, "financeira" ou técnica. A circunstância de Pinhal se afastar da corrida na próxima assembleia geral e de, finalmente, o dr. Constâncio exercer os seus poderes de supervisão, impedindo todo e qualquer administrador de 1999 para cá de se candidatar em Janeiro, é uma mancha negra na história do banco. É, sobretudo para a opinião pública que não engole o "economês" vomitado pelos jornais e editores do costume, uma questão de respeitabilidade. De falta dela.
5 comentários:
Eis um caso em que se prova as virtudes da democracia. Se não houvesse a possibilidade dum Berardo falar e haver orgãos de comununicação social que falassem do que ele e outros falam, possivelmente a podridão cresceria.
Uma das forças da democracia é a da diversidade. Se toda a gente que quisesse ser importante tivesse ser da Opus, isto estava muito pior. Pelo menos, há as maçonarias. O que também num ambiente pequeno como nosso, já dá para distribuír quase tudo pelas duas.
Ainda não percebi por que razão se quer agora acabar com os pequenos partidos. Começa a ser democracia a menos.
Para o anónimo das 9:13 :
A democracia pelos vistos serve para aferir a igualdade de oportunidades para os "Opus dei" fazerem tantas vigarices como os da maçonaria e estes tantas como os da camorra?
Prof. Dr. António de Oliveira Salazar em 1936 sobre os Berardos de então:
“…O plutocrata não é pois nem o grande industrial nem o financeiro, é uma espécie ser híbrido, intermediário entre a economia e a finança; é a “flor do mal” do pior capitalismo. Na produção, não é a própria produção que lhe interessa, mas a operação financeira a que ela dará lugar; na finança, a administração regular dos seus capitais também não lhe interessa, mas antes a sua multiplicação, graças a acrobacias ousadas contra os interesses de outrem. O seu campo de acção está fora da produção organizada de não importa que riqueza e fora da circulação normal dos capitais em moeda; não conhece os direitos do trabalho, nem as exigências da moral, nem as leis da humanidade. Se funda sociedades, é para beneficiar dos seus lucros e passá-las a outrem; se obtém uma concessão gratuita, é para voltar a ceder já como um valor; se se apodera de uma empresa, é para que esta suporte as perdas que outras lhe fizeram sofrer. Para chegar a isto, o plutocrata actua no meio económico e no meio político usando sempre o mesmo procedimento: a corrupção. Porque esses indivíduos, a quem alguns concedem também o título de grandes homens de negócios vivem precisamente de três condições realizadas nos nossos dias: a instabilidade das condições económicas, a falta de organização da economia nacional, a corrupção politica …”
idem sobre os Jardins Gonçalves, Pinhais, etc. , etc. de então:
“ o financeiro …. pode fazer intervenções deslocadas na vida económica e arrastar na sua esteira muitos valores que lhe foram confiados ou o acompanham nessas operações. Quando joga, deixa de ter interesse para a economia; podemos dizer que está já fora da sua função.”
Isso foi certamente da fase anti-capitalista que todos os fascistas, nazis e quejandos tiveram para conquistar ou consolidar o poder.
Vanguardista: você ainda não percebeu que o problema é democracia a menos, ou falta da sua qualidade, o que vai dar ao mesmo?
Voltando ao Berardo: isto está a tomar um caminho tal que foi preciso ele aparecesse para que começasse a saber-se qualquer coisa de significativo do BCP. Para não falar, se calhar, da saída do Paulo Teixeira Pinto.
Percebi!
O eterno problema da democracia é a sua constante falta de qualidade, nomeadamente daqueles que dela se servem para para governar sempre aquem daquilo que dela se espera.
E o problema das ditaduras é sempre o de prometer um mundo prefeito e o de fazer as maiores barbaridades às escondidas. Não há paciência, vanguardista.
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