O mais recente factotum do regime, o melífluo dr. Júdice, "avisou" os seus colegas advogados que, ao escolherem Marinho Pinto para seu bastonário - como efectivamente acabaram por escolher -, estavam a optar por uma "tragédia ao quadrado". A potência matemática inclui o bastonário cessante, Rogério Alves, que, na devida altura, ajudou Júdice a ser eleito chefe da corporação. Não vale a pena recordar que José Miguel Júdice é "senior partner" de uma das maiores firmas de advocacia do país. E que a recomendou publicamente como interlocutora adequada para prestar assessoria jurídica ao Estado, o que lhe valeu um processo na Ordem que ele "arrumou" com um comício promovido nas respectivas instalações aquando da defesa. Júdice saiu do PSD de Marques Mendes para se aproximar de Sócrates. O sinal mais evidente desta transumância em direcção ao poder consistiu em ser mandatário do actual presidente da CML. Neste edificante contexto, é natural que Júdice ressuma o seu ódio de classe - sim, ele é fundamentalmente um homem de negócios - contra o filho do polícia (Rogério Alves) e contra o filho da camponesa e do alfaiate (Marinho Pinto). As mais recentes posições públicas do dr. Júdice reclamam um congresso extraordinário na sua cabeça. Ao contrário do que ele imagina, a nação sobrevive bem sem os seus conselhos e sem as suas opiniões. Sobrevive ao cubo.
10 comentários:
Como sobrevive mal, sobreviver ao cubo deve ser mesmo uma desgraça. Por exemplo, 0,5^3 = 0,125 o que é francamente mau.
apoiado.
Caro João Gonçalves
Os meus parabéns certeiro como quase sempre.
O Sitio sobrevive e talvez um dia conseguisse ser um Pais se todos os "Judices" que por ai pululam decidicem emigrar talves para o...Zimbabué
O dr. Judice não age apenas por ódio de classe como você diz, é também por um pouco de medo. Marinho Pinto apareceu como o patrono dos advogados descanizados enquanto Júdice é sem dúvida o porta-voz de quem usa fanta completo...
Concordo consigo, estimado João Gonçalves: Júdice tem-se em muito boa conta. Pena é que só ele é que pense isso...
Sendo filho de um comunista (daí o seu inicial ódio aos vermelhos), foi alguém que, nunca se afastando dos negócios, tem feito um trajecto a caminho da esquerda, que outros já fizeram antes dele (Helena Rozeta, Freitas do Amaral e agora Júdice).
No entanto, e sendo dos três o mais teórico e empenhado em termos políticos (recordo-lhes os opúsculos que escreveu antes do 25 de Abril a elogiar politicamente a extrema-direita), foi o único que o fez apenas para ir atrás do dinheiro.
Quanto à Ordem dos Advogados, penso que Júdice foi um bom bastonário, tal como o anterior (Pires de Lima) - foi forte e empenhado quando foi necessário e tentou modificar alguma coisa.
Mas, efectivamente, e quanto às castas de onde provêm os últimos bastonários, não há dúvida que ele vem do brasonados snobs, relacionado com a advocacia dos negócios.
Ao contrário dele, o "filho do polícia" foi de um silêncio confrangedor, sorrindo de longe para os problemas e utilizando o tempo para angariar clientes. Deixou de ser o caixa-de-óculos que se senta na primeira fila da aula e que sabe sempre tudo de cor, para passar a ser os dos "advogados de negócios" que irá, certamente, beneficiar muito do seu título.
Tal como muitos portugueses anónimos, também eu tenho esperança que o Dr. Marinho Pinto traga algo à advocacia que não seja apenas negócios.
Digo eu...
Saloio
É preciso pôr ordem nas ordens
corporativas
Há muito que o sr. Júdice se julga a si próprio uma prima donna e senhor de uma inteligência que paira muito acima da do comum mortal, que é uma besta.
Eu, que apenas conheço esta gente dos media, acho, no entanto, que múltiplos comentários que o vencedor das eleições para a OA tem expendido na SIC Notícias ao longo do tempo demonstram, no meu entender sem margem para grandes dúvidas, que foi uma má escolha para bastonário.
Apoiadíssimo. Só falta acrescentar que a transumância cheira a preparar-se para candidato presidencial do PS em 2016.
O que a ordem precisa é de um bastonário... advogado. OMarinho é... "jornalista".
Declaração de interesses: eu não sou advogado.
Parabéns pelo estilo (ao cubo) do post!
Do resto sei pouco (descendo de carpinteiro e doméstica).
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