Não conheço o Porto. Ou melhor. Passo por lá, vou lá intermitentemente - gostava de ir e de ficar mais tempo porque gosto da cidade - mas não conheço. O Porto tem sido front page nos últimos anos, nem sempre pelos melhores motivos. A "Porto 2001" foi para esquecer. A "Casa da Música", depois das pouco edificantes peripécias e dos muitos milhões, é uma espécie de "Hot Club" em ponto grande. A promiscuidade entre a política (o PS do srs. Gomes, Gaspar e Cardoso) e a bola criou nichos interditos ao escrutínio público. E, agora, a "onda de criminalidade nocturna" degrada desnecessariamente a imagem de uma bela cidade. Este exercício da PSP serve apenas para mostrar que eles (agentes de autoridade) estão vivos. O comissário de serviço foi, aliás, muito claro :«Temos feito operações deste tipo com uma frequência semanal, mostrando à população que a polícia está empenhada em tranquilizar a cidade. Esta teve mais relevo só por envolver mais meios.» "Tranquilizar" é um eufemismo que quer dizer "nós apenas podemos tocar a superfície das coisas". Não chega. O SIS, a PJ e as outras polícias devem ir mais longe e mais fundo, até àquela perversão oculta debaixo dos malmequeres.
3 comentários:
Estes profissionais da ordem nao sabem que nao e com este aproach que se resolvem coisas de mafias
Sao mesmo inocentes ou querem fazer de mim portugues?
Pior do que criar nichos interditos ao escrutínio público, a promiscuidade entre a política e a bola criou nos criminosos o sentimento de que, misturados nas claques de futebol, estariam protegidos e ficariam imunes à justiça. Infelizmente, a lentidão desta só serve para lhes reforçar a confiança.
Mas desenganem-se os que pensam que isto é um problema do Porto. O fenómeno estende-se a todo o país. Rebentou no Porto porque aqui se concentra o segundo pólo populacional do País, primeiro em desemprego e pobreza. Portugal parece estar a voltar ao tempo em que era apenas Lisboa e o resto paisagem. Os governantes passeiam-se entre Bruxelas e Lisboa e mais nada lhes parece importar. Se ao Sul já lhe chamaram deserto, ao Norte qualquer dia chamam favela.
Se a promiscuidade entre a política e a bola criou este problema, hoje ele já nada tem que ver com o futebol como muitos dos fazedores de opinião querem fazer crer. Se o Futebol Club do Porto hoje ganha campeonatos é porque está muito mais forte que os outros. Se nas claques dos dragões se acoitam criminosos, o mesmo acontece com os restantes clubes. É um problema que compete à polícia resolver e não aos clubes.
Se se deixaram criar vícios na PJ do Porto é preciso corrigi-los e muito rapidamente. As autoridades locais mais não podem fazer do que alertar o Governo para os problemas, como muito bem fez Rui Rio já por mais que uma vez. Se desta foi ouvido, ainda bem!
O comissário de serviço da polícia portuense bem se esforça por tentar tranquilizar a população, como é seu dever aliás, mostrando que a polícia está viva. Mas quanto tempo mais a conseguirá iludir se não lhe chegam reforços? E se os tribunais a seguir não funcionarem, de que serve o esforço das polícias?
PBP, Portuense e Sportinguista
Depois da actuação de hoje da PJ no Porto, a demonstrar que a cena de ontem foi só uma manobra de diversão, seria de esperar que quem tem anquilosado um conservadorismo tão toleirão como o deste blog fizesse a mínima menção à sua própria precipitação, ao facto de os acontecimentos serem ligeiros e não raro ultrapassarem a quem os vê em permanente hirsutez, a, enfim, às vezes um gajo se enganar e o mundo ser mais porreiro (logo, desinteressante)? Não.
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