Neste fim-de-semana, Sócrates inventou "o espírito de Lisboa". Foi a propósito do encontro com os beduínos e com os ditadores africanos. Mas pode servir para a actividade circense que se segue, a assinatura do "tratado reformador". Os panegíricos dos "comentadores" oficiais à "cimeira euro-africana" tiveram algo de pornográfico. Até Marcelo se deixou embalar pela demagogia da propaganda. Ver-se-á, daqui até à próxima "cimeira", o "progresso" que este "espírito" levou até aos povos africanos. Sim, porque, em matéria de negócios com as cleptocracias pretas, não temos tanto pudor como a falar de direitos humanos ou de democracia. Mesmo as declarações mais corajosas, como as da chanceler alemã, foram imediatamente contraditadas pelo sr. Mugabe e tudo se perdeu nas brumas retóricas do tal "espírito". Na prática, esta é a última semana da presidência portuguesa a qual, não tenho dúvidas, será amplamente incensada pelos artistas do costume. Na quinta-feira anda-se "à borla" em Lisboa - por causa do "espírito" - e os dirigentes europeus até vão andar de eléctrico para a fotografia. Nós por cá continuaremos a "ir de carrinho", ou seja, não há "espírito", de Lisboa ou santo, que nos salve. Com ou sem "espírito", Sócrates descerá de novo à terra, ao país bisonho que anda a fomentar. Como nós, não vai gostar da realidade, a começar pelo seu governo. Habitue-se como nós nos temos de habituar. Ámen.
3 comentários:
Entretanto, o seu ídolo Sarkozy recebe, com honras, em Paris o beduíno Kadhafi.
A crónica «O Circo Desceu à Cidade» (em que António Barreto, no «PÚBLICO» de ontem, se refere a esta palhaçada toda) pode ser lida integralmente no blogue onde ele escreve, [aqui]
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Mesmo sob um coito canzanal violento, tenho a certeza de que o sôtôr ainda diria: «Por fallatio nisso, o acoooordo biiiilateral para o Gás e o Petróleo está de pé, não está?»
Deus me perdoe, mas estes Governos iníquos transUrais e transAtlas, andam a brincar com a dignidade humana com o nosso beneplácito conas e covardolas.
É preciso destruir o cenário de plástico com que se preenche de Ego Socretino o mais confrangedor Vazio.
Eu estou a vê-los. Tu não estás a vê-los, João?!
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