12.12.07

LER

O que não se disse na cimeira de Lisboa.

2 comentários:

joshua disse...

Li também essa posta, eram 8h!

O que o Miguel escreve, geralmente, é sempre o que falta dizer, para não dizer o que urge dizer, em Portugal, um Portugal hoje bisonho e desmemoriado, em que só aplaude e festeja o show socretino e europeu quem nada quer saber de Política, de História, e, pior, nada sabe do que se urde abjecto e hipócrita por aí a rodos.

O parto provocado republicano-abortivo implicou um corte falacioso com a Memória em sentido Absoluto, em sentido Identitário. A partir dali, o Reino-Nação-País entrou SÓ em experimentalismos formalísticos e não mudou em nada. Não cresceu no âmago. É no que dá adoptar receituários importados e seguir modismos sem rumo.

Pela minha parte, não me vou cansar de fazer com que se amplifique e repercuta o que diz, sempre que inteiramente o subscreva.

Abraços (para ti e para ele, agora tão luso-siamês)!

joshua

Combustões disse...

Caros Joshua e João:
O esvaziamento dessa substância que nos fez nação e livres - não no sentido das liberdades positivas, pequeninas e individuais, mas dessa outra liberdade que torna as nações ideias em movimento na História - provocou a hecatombe a que hoje assistimos. Estamos, neste particular, transformados numa pequena, pobre e irrelevante região periférica da Europa. Na cimeira ficou bem claro que tal ajuntamento de gente com visibilidade serviu, apenas, para a pequena propaganda do governo, posto que dela nos noticiários internacionais pouco ou nada transpirou. Perdeu Portugal a oportunidade de reparar uma ferida profunda nas relações entre a Europa e a África, acabar de vez com o mito das independências sem os povos e exigir aos governos africanos explicações sobre o mau destino dado a tanta cooperação. Sei que a China iria aproveitar a brecha, mas a verdade - e Angola aí está para o provar - é que a China não tem, absolutamente, qualquer sensibilidade ou vocação para as relações com o continente africano.