«Para qualquer contrato há uma forma de o rescindir e, se não me forem dadas essas garantias, vou-me embora. Se não puder ir embora, farei a coisa mais horrível para mim, que é deixar de publicar em Portugal», disse o dr. António Lobo Antunes ao Diário de Notícias. Lobo Antunes é um dos maiores mitos editoriais do país. Conseguia ter resmas de livros de sucessivas edições em armazém e, cá fora, a edição seguinte como se as anteriores estivessem esgotadas. Com a chegada de Paes do Amaral à Dom Quixote, Lobo Antunes "ameaça" deixar-nos bem como às suas improdutivas edições. Faça favor.
3 comentários:
As garantias que o gajo pretende são curtas, quer continuar a ter como "editora" exclusiva a Tereza Coelho, embora nenhum outro autor da DQ tenha "editor" exclusivo, pois eles têm editores de ficção portuguesa, ficção estrangeira, poesia, não-ficção, etc., mas não "editores de autor", isso só ele tem, e só isso garante que os livros saiam limpos cá para fora, expurgados de redundâncias e cozidos como deve ser, porque ela, TC, percebe da poda, e tem todo o tempo do mundo (um livro cada 18 meses?) para o corte & costura antunino.
Como o Eduardo Pitta nota, e bem, este é o melhor comentário que se pode fazer a propósito desse assunto:
Lobo Antunes a puxar dos galões
Lobo Antunes ameaça deixar de publicar em Portugal. Fala de coerência editorial e coisas do género. Mas desde quando é que a Dom Quixote tem coerência editorial? Principalmente nos últimos anos. Prometeram a obra completa de Robert Musil: ficaram-se (até agora) por um título. Publicaram Carolina Salgado, Ana Bola, António Sala, Inês Pedrosa, Io Appoloni, Paulo Cardoso, Pecadora, Rita Ferro, Ana Zanatti, Clara Ferreira Alves. Coerência? Afinal até há. Não sei é se Lobo Antunes já reparou nisso.
publicado por manuel a. domingos
"...que difícil observar o mundo com os óculos antigos da gaveta a que faltava uma haste a enevoarem as coisas alterando distâncias...que difícil ser velho... se o aleijado da muleta aqui estivesse aperfeiçoava-me com a chave inglesa a endireitar um osso e a desoxidar a memória..."
in "O Meu Nome é Legião"
É deste António Lobo Antunes que eu continuo a gostar.
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