28.12.03

UM RIO SILENCIOSO

Clint Eastwood, o realizador de Mystic River, baseado no livro homónimo de David Lehane

Depois de meses a fio de bravatas em torno da pedofilia doméstica, parece-me que o grande texto produzido pelo assunto está na revista Única do Expresso de 27 de Dezembro de 2003, e é da autoria de Clara Ferreira Alves. Chama-se Dirty America e, sendo aparentemente sobre um dos grandes filmes do ano e dos últimos anos, Mystic River, de Clint Eastwood, é muito mais sobre o outro e verdadeiro "lado" da pedofilia, o do sofrimento silencioso cuja "consequência atravessa várias gerações e amputa as suas vítimas, decepando-lhes a ingenuidade e a inocência". De acordo com C. Ferreira Alves, este filme, entre outras coisas, tais como podermos assistir a soberbas interpretações, designadamente de Sean Penn, dá-nos "um entendimento maior, inteligente e directo" do crime da pedofilia sobre o qual, ao contrário do que pensam tantas das nossas luminárias de serviço, ainda há muito para aprender. E já agora, contrariamente à tirada infeliz do primeiro ministro no jantar de Natal da Casa Pia, a pedofilia trazida agora aos escaparates e às televisões, jamais será um mal que veio por bem...

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